«Eu jogava futebol, mas também era bate-chapas. Fiz parte da primeira e única selecção sub-11 do país. Houve vários castings, fui eleito no Montijo, depois no meu distrito, cheguei a capitão de equipa e, num torneio em França, fui o melhor jogador e o melhor marcador. Quando aterrei em Portugal, o Sporting estava à minha espera para me levar para lá. Mas esta foi uma oportunidade única naquele tempo. Não fosse isso e hoje era o melhor bate-chapas do Montijo.»
«Temos 90 treinadores, que lhes podem ensinar tudo. Mas eu sou a única pessoa no mundo que lhes pode ensinar uma coisa: os movimentos com as mãos. Vou equipar-me para lhes ensinar a jogar com as mãos, também.»
Paulo Futre, administrador-geral da Scuola Calcio Milan em Portugal
Depois da "contratação" do chinês na apresentação do programa de candidatura de Dias Ferreira à presidência do Sporting, não se poderia esperar melhor do Paulo Futre.
O treinador do Real Madrid reagiu ao desejo manifestado pelo presidente do Milan em contratar Cristiano Ronaldo, em contraste com o silêncio dos dirigentes do clube da capital espanhola.
José Mourinho, além de afirmar que em Itália tudo é possível, ameaçou sair do clube merengue caso se concretizasse a transferência e criou a curiosidade de saber a quem se dirigia o recado. Ao presidente do Madrid? Ao eterno dono do Milan? Ao futebolista?
Qualquer dos alvos não oferece garantias de se assustar com aquelas palavras.
Florentino Peréz, se a proposta for aliciante, ouvirá a opinião do seu conselheiro Jorge Valdano e tomará uma decisão sem atender a possíveis consequências.
Sílvio Berlusconi está habituado a mandar em tudo e até a controlar aquilo que se julgaria independente num país considerado cumpridor dos padrões da democracia.
Cristiano Ronaldo, na irreverência e a ambição dos 25 anos, também não seria sensível às palavras de um treinador que alinhou, em tempos, nas acusações, de ser exímio em "atirar-se para a piscina", embora esse i9incidente verbal pareça sanado.
Nem José Mourinho acreditará na influência das suas palavras. Apenas terá procurado centrar as atenções num assunto marginal, com o objectivo de as desviar de mais dois prováveis confrontos com o Barcelona. Neste momento estudará um expediente diferente daquele que lhe permitiu eliminar, ao serviço do Inter, a eficácia do tiki-taka da equipa dirigida por Pep Guardiola, implacável agora na visita do Shakhtar Donetsk.
A Itália confirma a crise do seu futebol com a eliminação do Milan, na Liga dos Campeões, seguindo-se ao afastamento da Roma pelos ucranianos do Shakhtar Donetsk, clube estreante nos quartos de final e apurado com um total de 6-2.
Os milanistas, líderes do campeonato do seu país, constituíram a grande surpresa, já que a Roma ainda não recuperou da crise que levou à demissão do técnico Claudio Ranieri, «amigo do peito» de José Mourinho.
Massimiliano Allepi, com um percurso sensacional a dirigir o futebol do clube de Silvio Berlusconi, acabou, contra todas as expectativas, por se vergar ao calculismo dos ingleses do Tottenham, vencedores em Itália (0-1) e mantendo um empate a zero em Inglaterra, graças a extremas cautelas defensivas. Expediente que os transalpinos não podem censurar, pois foi uma das suas armas ao longo de anos de supremacia no futebol europeu e mundial.
Resta-lhes agora o Inter, detentor do título graças ao final do jejum de 48 anos sob a batuta de Mourinho, em recuperação após a saída do seu substituto, o espanhol Rafa Benitez, e a entrada do brasileiro Leonardo (despedido no final da época passada pelo Milan), para salvar a honra da orgulhosa Itália, perdidos todos os representantes na Taça Europa. Missão difícil, devido ao golo consentido na visita do Bayern.
Agora é hora da segunda prova da UEFA. André Villas-Boas transmite revela optimismo ao garantir não recear o frio, o relvado sintético e o CSKA Moscovo; Jorge Jesus concede 50 por cento de favoritismo ao Benfica - tão modesto que ele está - e igual percentagem ao Paris Saint-Germain, clube com muitas ligação a Portugal devido ao «Rei Artur» (Artur Jorge foi campeão de França com a equipa da capital) e a jogadores como Humberto Coelho, e mais recentemente o goleador Pauleta, ainda seu embaixador; Domingos Paciência vive nas nuvens com a vitória sobre o Benfica e sonha em repetir frente ao Liverpool a vitória conseguida perante o Arsenal na época passada no Axa, embora sem evitar a eliminação.
Os ingleses não brincam em serviço. Um dia depois do colapso dos dragões em Londres, os italianos do Milan foram massacrados (5-0) em Liverpool, pelo Manchester United, já vencedor (3-2) na visita a Itália.
Duas goleadas consentidas por conjuntos latinos que, durante a presente temporada, estão a passar por dificuldades pouco vulgares nos respectivos campeonatos, e o afastamento nos oitavos-de-fnal da Liga do Campeões apenas confirma esse subrendimento.
Mais surpreendente foi o colapso do Real Madrid na eliminatória com os franceses do Lyon. Respondeu muito cedo, por intermédio de Cristiano Ronaldo, ao golo sofrido em Lyon, mas afundou-se na segunda parte e consentiu o empate à equipa de Cissokho e Lisandro Lopez.
Os milhões despendidos por Florentino Perez e a assessoria do expert Valdano de nada serviram para os merengues regressarem ao pódio europeu no ano em que a final se disputa precisamente em Santiago Bernabéu.
Estes resultados talvez contribuam para atenuar o alarmismo em torno da eliminação dos portistas, embora não sirvam de compensação.
Segue-se a visita do Marselha de Lucho Gonzalez à Luz para a Liga Europa, e a deslocação do Sporting ao Atlético de Madrid de Simão Sabrosa e Tiago, e do técnico Quique Flores, que deixou poucas saudades nos encarnados.
Atendendo ao que se passou nos dois últimos dias, o melhor será esperar para ver.
A Luz encheu-se de adeptos entusiastas. O Benfica confirmou a excelente caminhada da pré-temporada. Jorge de Jesus viu a sua equipa dominar durante largos períodos o poderoso - embora desfalcado de unidades importantes - Milan, agora treinado pelo brasileiro Leonardo.
Por fim, a melhor homenagem a Eusébio foi a vantagem na marcação das grandes penalidades, a fim de desempatar um desafio que parecia resolvido pelo excelente golo de cabeça de Cardoso, mas acabou em empate graças a jogada genial de Pato conjugada com lance infeliz de Sidnei.
Evitável era a atitude do guarda-redes Quim que, após defender quatro penalties, teve um gesto de «raiva» a mandar calar os adeptos. Reacção já utilizada por vários jogadores, quando confrontados com opiniões anónimas contrárias à permanência nas respectivas equipas.
Será dolorosa uma avaliação deste tipo por quem não acompanha de perto o trabalho diário dos jogadores e, além disso, está a colocar em causa as escolhas do treinador. O futebolista, no entanto, tem de saber conviver com aquilo que considera injusto, afinal o preço a pagar pelas horas de glória que nunca despreza.
Passado o incidente, sobressai o facto do Benfica manter-se liberto das sombras do tempo de Quique Flores.
Está decidido. O inglês David Beckham jogará no Milan pelo menos durante três meses a partir de 7 de Janeiro. Aproveita a paragem do campeonato americano e, diz-se, é cedido gratuitamente pelos Los Angeles Galaxy. Compromissos publicitários nos Estados Unidos impedirão o jogador de completar a época em terras italianas, hipótese que não desagradaria aos responsáveis do clube milanês.
O ucraniano Shevchenko, regressado no início da temporada do Chelsea, delira e exclama: "Os galácticos estão de novo reunidos!"
Fabio Capello, por seu turno, concorda com o empréstimo e tece elogios ao empenho do seu ex-pupilo no Real Madrid, embora muitas vezes o tenha deixado no banco de suplentes dos merengues.
Parece, no entanto, que a contratação do internacional britânico tem menos a ver com as suas qualidades futebolísticas e mais com as capacidades de marketing, pois a equipa de Carlo Ancelotti já não tem lugar para tantas vedetas. O Milan admitirá que as receitas de bilheteira subirão, mas espera, em especial, a entrada de milhares de euros em publicidade e venda de camisolas e outros objectos com a "marca Beckham", a actual loucura dos adeptos do futebol.
Estranho tempo este em que vivemos, transformado numa feira de banalidades...
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