O diferendo entre Cristiano Ronaldo e Joseph Blatter rebentou há dias sobre a escolha do melhor futebolista do ano, e certa imprensa espanhola concedeu grande relevo ao assunto.
Para se apreciar a repercussão do caso em Madrid recorremos à transcrição na íntegra (sem tradução) de uma notícia de Manu Sainz no site do jornal desportivo AS, na qual se revela o desencadear do processo, desde as palhaçadas televisivas de Blatter à recusa do português se deslocar à próxima gala da FIFA e da alteração do pódio dos eleitos, remendado à última hora pelo cada vez mais desprestigiado presidente do organimo máximo do futebol mundial.
«Cristiano no olvida la intervención del presidente de la FIFA, Joseph Blatter, en la Universidad de Oxford en el que éste se reconocía admirador de Messi, declaraba su favoritismo hacia el argentino para ganar el Balón de Oro y se burlaba del madridista en una imitación cómica de sus movimientos. Hasta el punto de que el presidente de la FIFA ha tratado de ponerse en contacto con Cristiano por diferentes vías para pedirle disculpas, pero siempre se ha encontrado con la negativa del crack. Éste ya declaró que aquella polémica está zanjada, pero no acepta las disculpas de Blatter. Cristiano entiende que el daño ya está hecho y no hay vuelta atrás.
Ausente. Ante la imposibilidad de hablar con Cristiano, Blatter confiaba en mantener un encuentro privado con él el próximo 13 de enero en Zúrich antes de la gala del Balón de Oro. Pero la negativa del delantero a acudir al evento lo impedirá. En previsión de la ausencia de Cristiano, la FIFA ya ha anunciado que en esta ocasión el número de finalistas pasa de los tres habituales a cinco. Así, se evita que la imagen del premio quede descafeinada con la ausencia de Cristiano. La gota que ha colmado la paciencia del crack ha sido el agravio comparativo generado por los perfiles de los candidatos al Balón de Oro que figuran en la página oficial de la FIFA, puesto que en ellos se ha vuelto a menospreciar al portugués en favor de Ribéry y Messi.»
Um problema para o presidente da FIFA a juntar à realização do Mundial no Qatar.
«Futebol no Brasil é só resultado. Não interessa o trabalho, apenas os resultados. Não tem justo ou injusto. No Brasil é assim. Ganhou, serve. Não ganhou, não serve. Todos somos assim no futebol. A própria imprensa. É algo da cultura, vem da Roma antiga. Queremos ver sangue.»
Declarações de Dunga depois de ser despedido de treinador pelo Intermacional de Porto Alegre.
Só no Brasil? Não é um exclusivo. Nem do futebol nem da actual sociedade, sequiosa do sangue alheio.
O presidente da Juventus lançou um alerta sobre o futuro do futebol em Itália. Andrea Agnelli, de 37 anos, fez uma análise do panorama transalpino e recordou: «Quando eu era miúdo e estudava em Inglaterra, costumávamos ver os jogos da Série A transmitidos em directo pela televisão. A Liga inglesa não era o que é hoje. A Liga alemã está a recolher os frutos do que semeou nos últimos dez anos. A Liga espanhola tem o seu ambiente muito próprio e duas das mais bem sucedidas marcas mundiais – Real Madrid e Barcelona – e a França tem lucrado com investimentos vindos do estrangeiro.»
Esta análise conduziu à seguinte conclusão: «Precisamos de reformas em Itália. Precisamos de olhar para os nossos estádios, que é onde se faz a diferença, nas estratégias de bilhética e de encontrar fontes de rendimento. Se oferecermos um bom espectáculo, em estádios cheios, isso vai interessar a quem transmite os jogos e os rendimentos aumentarão.»
Um assunto para se estudado em profundidade pelos mentores do futebol português, tanto mais que a crise do País está para lavar - ou melhor, sujar - e durar.
Dois anos depois de permanecer na II Divisão francesa, o Mónaco ascendeu ao escalão superior e um desconhecido magnata russo resolveu seguir as pisadas de Abramovich no Chelsea.
Com a equipa dirigida pelo italiano Claudio Ranieri, o "patrão" Dmitry Rybolovnev está a monopolizar o mercado das transferências na Europa, com o objectivo imediato de retirar o título ao Paris Saint-Germain e entrar na Liga dos Campeões.
Curiosamente, até ao momento, entre as novas caras - apenas ficarão três jogadores desta época - surgem portugueses ou jogadores que passaram por Portugal.
Ricardo Carvalho, livre de compromissos com o Real Madrid, juntar-se-á a João Moutinho e ao colombiano James, ambos do FC Porto. Mas a renovação da equipa não ficará por aqui, pois em breve será anunciada a contratação de Falcão (ex-FC Porto e Atlético de Madrid).
Candidatos a rumar para paragens do sul de França apontam-se o guarda-redes Vitor Valdés (Barcelona), Ivanovic (Chelsea), Carlos Tevéz, e também o nome de HulK (FC Porto e Zenit) aparece nos noticiários.
Mais um clube recorre em massa a mercados estrangeiros de vários continentes e investe milhões num período de crise mundial praticamente generalizada.
Até quando durará este insólito espectáculo?
O fair-play financeiro, a última bandeira da UEFA e do seu presidente Michel Platini, prepara-se para ser uma realidade e, curiosamente, "fala" português.
Cunha Rodrigues será o presidente da recém-criada Instância de Controlo Financeiro. Em longa entrevista concedida ao Publico, o antigo Procurador-Geral da República aflorou os propósitos da UEFA para equilibrar as contas dos clubes europeus.
Da entrevista destacamos as intenções inerentes a esta iniciativa: «O fair-play financeiro, nas competições europeias interclubes, tem por objectivo melhorar as performances económicas e financeiras dos clubes, reforçar a sua transparência e credibilidade, conferir a importância necessária à protecção dos credores, assegurando que os clubes liquidam tempestivamente as dívidas a jogadores, à Segurança Social, ao sistema fiscal e a outros clubes, introduzir mais disciplina e racionalidade nas finanças dos clubes, encorajar os clubes a funcionar com base nos seus rendimentos, promover investimentos responsáveis no interesse a longo prazo do futebol e proteger a viabilidade a longo prazo e a perenidade do futebol europeu interclubes. Poderá obrigar a alterar paradigmas de gestão e, sobretudo, a suprir a sua omissão.»
Os dirigentes de clubes portugueses devem ler este depoimento, para atempadamente implementarem as indispensáveis medidas e acabar com o actual regabofe de gastar mais do que as receitas.
A crise no Sporting torna-se impossível de esconder. Eduardo Barroso, presidente da assembleia geral, resolveu não esperar mais e convocou para quarta-feira, com carácter de urgência, o Conselho Leonino.
O apaixonado dirigente pretende a discussão dos problemas financeiros, que Godinho Lopes prometeu resolver com brevidade, mas o rendimento da equipa de futebol e a interinidade de Oceano como técnico está na mente dos conselheiros, alguns dos quais já contestaram a gestão do clube nas duas vertentes.
Por muito que Godinho Lopes se mostre tranquilo e prometa soluções para breve, grande parte da família sportinguista entrou em transe e cresce a onda de contestação.
Quanto mais cedo se resolver o problema melhor será para o Sporting, mesmo com o risco de rolarem algumas cabeças.
Aos dirigentes leoninos não faltam ideias. O vice-presidente para a comunicação social anunciou que o Sporting também pensa num canal de televisão, e adiantou o arranque para 2013.
Os adeptos de Alvalade estariam certamente mais interessados em saber quais as soluções para resolver a instabilidade da equipa principal de futebol, mas esse assunto constitui tabu para o presidente Godinho Lopes.
Enquanto o Benfica andava pelos Emirados Árabes Unidos a testar os jogadores menos utilizados, Luís Filipe Vieira anunciava em Lisboa a recandidatura a presidente do clube da Luz, sabendo-se já que pensa a reforçar o "plantel" directivo.
Em Abu Dhabi, o espanhol Nolito, suplente utilizado com muita frequência, marcou três dos quatro golos com que foi mimoseado o modesto clube chamado Baniyas.
Na Anadia, o presidente anunciou a recandidatura a quarto mandato, e admite-se que reforçará o elenco directivo com figuras conhecidas, depois de ter visto chumbado pelos associados, há dias, o último relatório e contas.
Os contestatários de Luís Filipe Vieira estão dispostos a enfrentar a actual direcção, e se tal acontecer, na segunda-feira será revelada a candidatura de Rui Rangel.
Se o futebol não se desviar da sua rota, os adeptos da Luz encontrarão nas eleições do final do mês motivos de sobra para discutir o futuro do Benfica.
O novo presidente da Liga, depois da reunião que decidiu o alargamento do campeonato e recusou um processo desportivo nas despromoções e promoções esta época só tem um caminho a seguir: demitir-se. Com a ambição de chegar ao poder criou um monstro no futebol português do qual nem sequer vislumbra as consequências.
No final de Fevereiro escreviamos neste blogue: «Todos se mostram insensíveis à falta de ética desportiva ao alterar o regulamento de competições a meio do seu percurso, qualquer que seja o expediente. Além disso, o facto de dezenas de colectividades terem acabado com o profissionalismo e outros não cumprirem os compromissos, inclusive os salários, devido a gestões megalómanas, não servem de alerta para mudanças devidamente sustentadas.»
Várias vozes fazem-se ouvir agora contra esta vergonha, entra elas a de Pinto da Costa no seu estilo contundente; «Mudar as regras a meio do jogo, decidindo um alargamento sem a mínima sustentabilidade, anulando as normais despromoções, que são um garante da integridade e estabilidade de uma competição desportiva, foram a cereja no topo de um bolo de imbecilidade.»
Que já não seja tarde para arrepiar caminho.
O futebol, para o novo presidente da Liga Profissional parece uma excepção na crise do País. Só assim se compreende que insista no aumento do número de clubes - promessa eleitoral que os participantes do segundo escalão aceitaram sem pensar nas consequências - numa altura em que os patrocínios são cada vez mais difíceis, a maioria dos jogos da Liga principal apresenta bancadas vazias, panorama desolador quando não estão no relvado as camisolas dos clubes - três os quatro - mais credenciados. Restam os direitos televisivos, também sujeitos às consequências da crise e, além disso, verbas apreciáveis foram entregues por antecipação.
O processo da passagem dos 16 para os 18 clubes também não constituiu obstáculo.Todos se mostram insensíveis à falta de ética desportiva ao alterar o regulamento de competições a meio do seu percurso, qualquer que seja o expediente. Além disso, o facto de dezenas de colectividades terem acabado com o profissionalismo e outros não cumprirem os compromissos, inclusive os salários, devido a gestões megalómanas, não servem de alerta para mudanças devidamente sustentadas.
Não se compreende, portanto, quem se queixa de ter encontrado na Liga dois processos que podem custar aos clubes a módica quantia de 60 milhões de euros e defende mais um salto no escuro.
Paulo Futre, ao concorrer às últimas eleições do Sporting integrado na lista de Dias Ferreira, causou polémica quando defendeu a contratação de um futebolista chinês para Alvalade, pelo aumento de receitas com as visitas quinzenais dos compatriotas da hipotético reforço.
Afinal, o grande negócio não reside em contratar futebolistas chineses, mas as vedetas mundiais serem
requisitadas por clubes daquele país.
O francês Nicolas Anelka, pouco utilizado por André Villas-Boas no Chelsea, ao ser colocado na lista de dispensas do clube londrino viu abrirem-se as portas de um novo Eldorado futebolístico.
Os responsáveis do futebol chinês, autorizados pelo Governo, querem valorizar a Liga - como sempre um português, o treinador Jaime Pacheco, já descobriu há tempos esse caminho - e resolveram contratar vedetas mundiais, entre as quais também parece merecer interesse Drogba e o treinador francês Jean Tigana, bem conhecido dos portugueses como jogador no Europeu de 84.
Aos 32 anos, o futebolita natural de Versalhes e com um currículo invejável de títulos, receberá 10,6 milhões de euros por ano e deverá assinar um contrato por duas temporadas, no mínimo.
O clube Shanghai Shenshua vai juntar-se aos oito que Anelka representou até ao momento: Paris St.-Germain (duas vezes), Arsenal, Real Madrid, Liverpool, Manchester City, Fenerbahçe, Bolton Wanderers e Chelsea.
É obra o montante total das transferências, estimado em mais de 100 milhões de euros.
Há quatro dias, num post subordinado ao título "Selecção subestima islandeses", escrevemos com certa ponta de ironia:
A Dinamarca surge agora como o adversário que nos abrirá as portas da fase final do Europeu, seja com a conquista de três pontos ou de um. Nem importa ter grandes preocupações com as fífias da defesa escolhida por Paulo Bento, fruto dos imponderáveis da competição.
Quem ousa duvidar do apuramento directo? Ninguém. Em alternativa, Portugal pode ser o segundo melhor classificado de todos os grupos - apesar de fazer essas contas ser necessária sofisticada máquina de calcular - ou, por fim, vencedor dos jogos do play-off.
Não tínhamos como dado adquirido que Portugal assegurasse nesta altura a presença na fase final do Europeu do próximo ano. As razões são várias e em nada beliscam a capacidade de Paulo Bento.
Por muito que isto custe a alguns jogadores, pensamos que os ausentes forçados retiraram qualidade ao conjunto. Não considerámos positivo o rendimento no despique com a Islândia no Dragão, e pior ainda os três golos consentidos. Pensamos que os jogadores encararam os dinamarqueses como uma equipa banal e multiplicaram-se em declarações de excessiva confiança, a roçar a arrogância. E, porque já tivesse acontecido há anos, não sabem que os nórdicos já conquistaram um título europeu em condições inéditas: os jogadores estavam de férias e foram convocados à última hora para substituir a equipa representativa da Jugoslávia. Não entramos aqui em considerações com os valores individuais de gerações distintas, mas uma coisa é comum: o espírito de luta e a crença na vitória.
Contraste com os portugueses ao acreditarem que a vitória ou o empate lhes cairia do céu. Apenas foi só o tardio golo de livre de Cristiano Ronaldo, tão responsável - talvez mais - como os companheiros pela noite desoladora.
E registe-se que os números do marcador nem constituiram o pior da presença em Copenhaga. Mal, muito mal foi a imagem dada por uma selecção de tantas vedetas de pé de barro.
As contas do futebol não poderiam divergir das do Estado português.
Antes do encerramento do mercado de transferências, a Liga regista um saldo negativo na "balança comercial" de 2011, com um défice superior a 25 milhões de euros.
O resultado negativo, correspondente às exportações e importações de futebolistas desde 1 de Janeiro, resulta da diferença entre os quase 70 milhões de euros encaixados com a venda de jogadores para o estrangeiro e os 95,3 milhões gastos em aquisições fora do país.
Não tardará o dia em que também neste sector se tornará imperio
O historial do mítico Real Madrid inclui mais um facto inédito: passou a contar no sector de formação de futebolistas com um jovem argentino de sete anos, de nome Leonel Angel Caira, desde há quatro anos a viver em Espanha, por razões muito especiais. O recorde de idade pertencia ao compatriota Estebam Cambiasso, contratado pelos merengues quando tinha 15 anos.
A história deste novo tipo de emigração da América do Sul para Espanha, contada em entrevista pelo jornalista argentino Juan Pablo Mendez no diário desportivo Olé, reveste-se de aspectos curiosos.
Ficamos na dúvida, no entanto, se isto se passasse noutro sector que não no futebol, não surgiriam acusações de tráfico de menores.
As primeiras eliminatórias da Liga dos Campeões e da Liga Europa permitiram aos clubes portugueses fazer o pleno e participar nos play-off das duas competições. O Benfica conseguiu desembaraçar-se do Trababzonspor (2-0 na Luz e 1-1 ma Turquia; o Sporting foi apurado automaticamente na segunda prova da UEFA; Nacional e Vitória de Guimarães por se superiorizarem-se aos respectivos adversários. Os minhotos ao marcarem dois golos aos Midtjylland depois de um empate (0-0) na Dinamarca,; os madeirenses conseguiram a vantagem de um golo no total da eliminatória - vitória com o Hacken (2-0) no Funchal e derrota (2-1) na Suécia.
O recente sorteio foi considerado favorável às pretensões dos portugueses, mas como sempre existem excepções. O Guimarães surge, em teoria, com maiores razões para se preocupar, já que terá como adversário o Atlético de Madrid, mas Nacional (Birmingham, Inglaterra) e Sporting de Braga (Young Boys, Suíça) não podem menosprezar os respectivos adversários. O Sporting repete um embate da época passada (Nordsjaelland) e na altura passou quase à tangente (0-1 e 2-1) com a equipa dinamarquesa.
O Benfica encontrará o Twente Enchede, treinado pelo holandês Co Adriaansen, campeão pelos portistas (2005/06), mas sem conhecimento perfeito do plantel encarnado, agora totalmente remodelado.
As esperanças de êxito são legítimas, mas no futebol, como na vida, em certas rosas surgem espinhos dolorosos.
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