Um dia insólito no futebol italiano e também para portugueses, marcado por três bizarras chicotadas psicológicas.
O Génova, onde actua Miguel Veloso, teve uma decisão fora do habitual e, por isso, merece referência especial. Depois de despedir Alberto Malesani em Dezembro, contratou-o para substituir Pasquale Marino, o seu sucessor há cerca de 90 dias. Motivo: uma derrota no campo do Inter de Milão e a proximidade dos lugares de despromoção.
Carlos Carvalhal chegou a acordo para a rescisão do contrato com o Besiktas, clube de muitos portugueses e grandes dívidas. O treinador português eliminou o Sporting de Braga nos oitavos-de-final da Liga Europa, caiu perante o Atlético de Madrid e deixou o clube turco apurado para o play-off de acesso ao título de campeão turco. Com a entrada de novo presidente acabou a sua missão iniciada em Agosto do ano passado.
O Feirense, que parece condenado à despromoção, também substituiu Quim Machado, depois da derrota na visita do Beira-Mar, por Henrique Nunes, um homem da casa, há anos como jogador e também técnico.
Assim disfarçam os presidentes dos clubes as derrotas e eventuais erros de gestão.
Vítor Pereira não admitiria há semanas orientar o FC Porto na Luz na condição de líder em igualdade com os encarnados. No futebol acontecem com frequência estas surpresas, e a desvantagem (5 pontos) desapareceu num ápice.
Não foi num ápice, no entanto, que os dragões atingiram a situação prevista na sequência do empate de Coimbra. Estiveram 68 minutos à espera que o Feirense, penúltimo da classificação, consentisse um golo, depois do guarda-redes Paulo Lopes ter defendido uma grande penalidade apontada por Hulk.
A enervante espera para aproveitar os dois pontos perdidos pela equipa de Jorge Jesus no dia anterior terminou com uma cabeçada de Maicon e a serenidade chegou quatro minutos mais tarde. Jaime Rodríguez, saído do banco - lesão de Varela - e que já assistira o companheiro na abertura do marcador, fechou a contagem num belo lance.
Assim se chega ao embate de sexta-feira entre Benfica e FC Porto em situação inesperada. Uma das curiosidades residirá em ver se os lisboetas estão tão ineficazes no ataque como sugeriram os dois últimos jogos, e se continuará a irregularidade dos portistas, apesar das mais-valias relativas às contratações de Janko e Lucho Gonzalez.
Prognósticos... nem pensar!
Há cerca de uma semana, quando o Benfica derrotou o Gil Vicente (3-1), depois de ir para o intervalo com um empate (1-1), a tranquilidade na Luz apenas surgiu a 16 minutos do final.
Nessa altura, Jorge Jesus sentenciou: «Na segunda parte, os jogos são sempre mais fáceis para nós. Fizemos algumas modificações, retirando referências ao adversário, e a intensidade que colocamos no jogo desgasta os adversários. Fazemos uma circulação muito rápida da bola.»
Os encarnados contaram, essencialmente, com a classe de Aimar, que alterou em definitivo a tendência do jogo.
Agora no campo do Feirense, a segunda parte voltou a ser preponderante para o Benfica. No entanto, houve mais sofrimento e até alguma preocupação quando Varela marcou o primeiro golo do encontro. Só que desta feita, com Aimar bem vigiado pelos adversários, foi preciso sorte. Varela cedo passou da alegria à tristeza com um lance infeliz a permitir o empate dos líderes; e de novo quase ao cair do pano (73 m) o paraguaio Cardozo marcou o "seu golito", pela sexta vez consecutiva.
O técnico, encontrou agora outra explicação para as "sombras na exibição": «O adversário complicou ao máximo, mas olhando para o que aconteceu em campo, onde Rodrigo (na foto com Nolito) teve três oportunidades, nós estivemos sempre mais perto da vitória, só que hoje não concretizámos tantas como habitualmente fazemos.»
E introduziu uma "nota artística" no discurso: «Os «campeões fazem-se com sofrimento.»
E chegaram ao primeiro clássico da época em igualdade pontual. O FC Porto, através de uma exibição descolorida, que nem as ausências de Álvaro Pereira e Hulk explicam em pleno cedeu os dois pontos que tinha na liderança. Os portistas andaram a «pastar a vaca» na primeira parte da partida de Aveiro com o Feirense. Espevitaram depois, mas os nervos apoderaram-se dos dragões, e quanto mais vibrava o coração menos funcionava a cabeça. Percalço inesperado que o treinador não deixou de realçar ao confessar: «Perdemos pontos que não estavam nas previsões.»
De acrescentar uma palavra de elogio à maneira como os homens da Feira se comportaram, tanto na defesa como em explorar com inteligência o contra-ataque. Deixaram uma impressão positiva, ocupam o oitavo lugar do campeonato e deram garantias ao técnico Quim Machado quanto ao futuro.
O Benfica entrou disposto a resolver o problema cedo com a Académica, mas chegou ao intervalo apenas com a vantagem de um golo, e só aos 82 minutos Aimar transmitiu tranquilidade aos adeptos. Apesar de tanto Jorge Jesus como os jogadores pretenderem disfarçar o "estímulo" do empate portista, tornou-se notório que a possibilidade de igualar os líderes reforçou o empenho.
Pedro Manuel prometeu não dar tréguas ao adversário, os estudantes cumpriram com os desejos do técnico e foram vários os momentos em que se estremeceu na Luz. Desta vez, no entanto, o técnico encarnado não facilitou nas gestão do plantel e, a certa altura, Aimar e Gaitán entraram, a pressão sobre a Académica intensificou-se e apareceram mais dois golos.
Não está fácil a vida para aqueles que ainda são grandes nos investimentos, pois os outros competidores, embora com menos recursos, entram em campo sem qualquer tipo de subserviência. Neste aspecto, o futebol português mudou muito nos últimos anos.
À segunda, os encarnados conseguiram os três pontos e não deram "prenda" ao FC Porto, tenham sofrido quase tanto como há oito dias, no empate em Barcelos.
Na Luz, perante o Feirense, tudo parecia bem encaminhado quando Nolito (14 m), o goleador de serviço neste início de temporada, abriu o marcador.
Seguiu-se, no entanto, um período de "seca", pela determinação dos homens da Santa Maria da Feira e por algum desperdício dos avançados da casa, e Rabiola (53 ) empatou.
Os adeptos agitaram-se nas bancadas, Jorge Jesus começou a dar sinais de nervosismo e, para cúmulo, os jogadores entraram em perfeito desnorte, desde a defesa - excepção ao guarda-redes Artur - ao meio-campo e ataque.
O treinador da águia viu os seus planos estragados, pois tinha pensado, como confessou mais tarde, poupar alguns jogadores e, afinal, obrigou os que estavam no relvado a maior pressão sobre o adversário.
Desta vez surtiu efeito graças a Cardozo (75 ), agora o mal-amado dos benfiquistas da bancada, e de Bruno César (90+1).
Desde a época passada que a fadiga é um dos argumentos quando a equipa não carbura à medida do desejado. Os elementos do grupo técnico liderado por Jorge Jesus não podem andar uma época a repisar nesse tema. Mudar de processos de trabalho talvez seja mais racional.
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