Passou por muitos problemas em Alvalade. Dispunha de um plantel de mediana qualidade, o presidente da altura seguiu uma política de minimizar os custos e a produção da equipa de futebol oscilou em demasia. A um jogo bom sucediam-se dois ou três maus.
Em qualquer circunstância, Paulo Sérgio manteve a serenidade, defendia os jogadores. Até que um dia resolveu não aguentar a falta de apoio de uma organização sem rumo definido e bateu com a porta.
Esta temporada, inesperadamente, foi contratado pelo Hearst, clube escocês que dificimente rivaliza com o Celtic ou o Rangers, mas calmamente o treinador português foi-se impondo à consideração dos dirigentes e dos adeptos, que até lhe dedicaram uma música.
Costuma dizer-se que um homem não é de ferro, e mais uma vez se confirmou a sabedoria popular. Uma derrota em Outubro, frente ao Kilmarnock transtornou o homem calmo. Um golo que deu origem a um pontapé no banco de suplentes e a cinco jogos de castigo aplicados pela Federação da Escócia.
Mais um epísódio na vida de treinador que servirá de ensinamento.«Temos de ter muito cuidado com o que dizemos. Fui expulso por ter pontapeado o banco de suplentes. Não sabia que era proibido fazê-lo. Fi-lo para exteriorizar o que sentia e acho que era bem claro para todos.»
Nem um banco se pode maltratar naquelas paragens britânicas...
O pedido de escusa de Danny em se integrar na campanha da selecção nos decisivos jogos com a Islândia e Dinamarca deverá ter constituído surpresa para muita gente, que ainda há poucos dias o viu actuar frente ao FC Porto, com uma demonstração de boa forma física, classe e alegria de jogar, coroadas com a marcação do último golo.
Quem parece não terem ficado admirados foi o dirigente federativo Amândio de Carvalho e o treinador Paulo Bento, que aceitaram a ausência de imediato, procedimento pouco comum nos últimos tempos.
Estas reacções reflectem haver dois pesos e duas medidas - Hugo Almeida, por exemplo, deslocou-se da Alemanha, embora país menos distante do que a Rússia, para comprovar a impossibilidade de dar o concurso à equipa -, enquanto a Danny bastou invocar «problemas pessoais e impossibilidade de fazer a viagem».
Queremos acreditar que Paulo Bento não será tão ingénuo para abrir precedentes deste género, o que pressupõe saber por antecipação, tal como Amândio Carvalho, as verdadeiras razões da ausência. No entanto, também se poderá pensar que os dirigentes do Zenit encostaram o jogador à parede para aproveitar esta pausa no sentido de preservar a integridade física do jogador.
A confirmar-se, este procedimento seria mais grave e deveria ser comunicado às entidades internacionais que superintendem no futebol.
O tempo acabará por explicar esta inesperada situação.
Pouco interessa, neste momento, que a versão de Paulo Bento sobre a fuga inesperada de Ricardo Carvalho da selecção contenha toda ou parte da verdade dos factos.
Ninguém ainda contestou as suas palavras, de salientar a convicção e extensão das declarações, mas o importante é que alguém ligado à Federação veio finalmente a público dar explicações e assumir uma posição, embora pessoal e sujeita a críticas por elementos da entidade patronal.
De lamentar que apenas o seleccionador tivesse essa coragem, já que muita gente no seu caso refugiava-se no silêncio com a fácil argumentação de que a conferência de imprensa se destinava a abordar apenas as perspectivas do encontro com os cipriotas.
Os dirigentes federativos mantiveram-se à margem e fizeram passar a notícia de que a atitude de Ricardo Carvalho será analisada depois do decisivo confronto de Nicósia. E, naturalmente, remetido para as instâncias disciplinares, que necessitarão de tempo para proferir o seu douto despacho, provavelmente depois de terminada a fase de qualificação do Europeu 2012.
Vai uma aposta?....
O presidente da FPF, afinal, recebeu uma carta de Jerome Valcke, secretário-geral da FIFA, em 12 de Novembro, a «solicitar respostas convincentes» sobre o caso da alteração dos estatutos. O responsável do organismo internacional, no entanto, desmentiu a ameaça de suspender os clubes e a selecção de participar nas provas europeias.
Desde aquela data, Gilberto Madaíl manteve-se silencioso, mesmo depois de serem marcadas eleições para 5 de Fevereiro, enquanto os mentores de algumas associações se mostraram insensíveis às consequências da sua rebeldia, receosos da perda de votos e, portanto, de protagonismo numa actividade com diferentes exigências desde a criação da estrutura ainda vigente.
Fernando Gomes, presidente da Liga, face à recusa da primeira figura da assembleia federativa em adiar as eleições, solicitou a marcação de uma assembleia extraordinária para 29 de Janeiro e resolveu interpor uma providência cautelar contra a realização do acto eleitoral. Pretende-se que os futuros dirigentes possam actuar em conformidade com o Regime Jurídico das Federações Desportivas, documento que, a avaliar pelo desenrolar do processo, não era desconhecido da FIFA, pois «foi elaborado em sintonia com as autoridades portuguesas».
Assim é tratado o futebol neste país de inacreditáveis vícios.
Os acontecimentos verificados antes e durante a final da Taça da Liga trouxeram à actualidade a violência em torno do futebol. Desta feita os protagonistas foram os adeptos. Há poucas semanas o mau exemplo foi dado pelos próprios futebolistas. Durante meses a violência verbal ressaltou de declarações provocatórias de alguns dirigentes de clubes.
Agora surgem apelos à reflexão e à acção por parte de responsáveis, governamentais e federativos, que desde há muito deveriam ser os motores de iniciativas para controlar a situação. Para a Liga, entidade organizadora da prova, o caso limita-se a castigar o Benfica e o FC Porto com multas simbólicas, enquanto pagará verbas avultadas a forças de segurança contratadas para actuar atempadamente, mas revelaram falhas de organização.
Terá chegado o momento das entidades com competências na matéria - tutela governamental sobre o desporto, Federação e Liga - unirem esforços e substituírem palavras de circunstância por actos concretos.
As pessoas começam a estar fartas de conversa fiada...
Gilberto Madaíl não ficou muito confortável com o alerta de Nuno Gomes ao defender a paralisação do campeonato, como primeira resposta aos salários em atraso no Estrela da Amadora. E aprestou-se logo a esclarecer que a Federação não tem nada a ver com o assunto, pois as competições profissionais são da responsabilidade da Liga.
Neste caso, devem apresentar-se diversas questões ao presidente da Federação. Quem superintende no futebol português? Quem é filiado na UEFA? E, por esta via, está integrado na FIFA? Qual o organismo responsável pelas selecções nacionais, na qual se incluem jogadores profissionais e jovens com o estatuto de "amadores"?
Se os dirigentes que já passaram pela Liga são culpados por ainda não terem imposto aos clubes uma regulamentação que evite situações intoleráveis desde há muito conhecidas, compete à Federação, cujo órgão executivo é presidido por Gilberto Madaíl, assumir a responsabilidade por tudo o que aconteça, de bom ou de mau, no futebol português, seja amador ou profissional.
As Ligas tem um papel bem definido na estrutura do futebol e não se podem substituir às Federações junto dos organismos continentais e da FIFA. Assim sendo, Gilberto Madaíl deve estar muito preocupado e pressionar a Liga para solucionar um problema, em última instância, da jurisdição da Federação.
Como se calculava, está lançado o rastilho para uma nova "fogueira" no conturbado futebol deste canto - há quem lhe chame outra coisa - da Europa.
Freitas do Amaral divulgou o seu parecer sobre o caso do momento e, de imediato, passou de bestial a besta...
Qual treinador, quando o seu nome foi apontado como a escolha de Gilberto Madaíl, quase toda a gente considerou a decisão acertada e só não se realizou um espectáculo de apresentação porque seria desenquadrado do processo. Era o período do bestial!
Ao conhecer-se a "táctica" de Freitas do Amaral, de muitos quadrantes - como será natural perfeitamente identificados - surgiu um coro de assobios, associados a opiniões de que o parecer pecava por parcialidade, além de conter nítidas "fragilidades". Entrou-se na fase da besta!
Agora as atenções viram-se para a decisão de Gilberto Madaíl e seus pares federativos, prevista para segunda-feira, havendo já a certeza de que não deixará de criar mais labaredas, qualquer que seja o sentido da solução.
Pobre País, que se perde com questões secundárias e esquece as fundamentais.
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