Análise das questões do desporto e, em especial do futebol, feita por António Castro, agora mais distante dos centros de decisão, ao contrário do que aconteceu durante 40 anos ao serviço do extinto «Mundo Desportivo» e do «Diário de Notícias»

Quinta-feira, 20 de Dezembro de 2012
Duas equipas e cinco técnicos na Europa

O sorteio da Liga dos Campeões ditou os espanhóis do Málaga para o FC Porto, enquanto os alemães do Bayer Leverkusen serão adversários do Benfica na Liga Europa.

Em Fevereiro e Março as respectivas eliminatórias ficarão decididas, meses em que se conhecerá quem tem razão: os portugueses optimistas ou os pessimistas quanto ao futuro de portistas e encarnados.

O Málaga apresenta-se como uma sensação da Liga espanhola e da prova europeia. O Bayer Leverkusen confirmou internacionalmente a boa posição na Bundesliga.

De salientar, entretanto, que os treinadores portugueses superam numericamente os clubes, esta temporada com uma presença discreta até ao momento.

Paulo Sérgio (Cluj) enfrenta o Inter, Leonardo Jardim (Olympiakos) defronta o Levante, e André Villas-Boas (Tottenham) terá pela frente o Lyon.

Vítor Pereira e Jorge Jesus completam o quinteto presente na elite europeia. Situação impensável há poucos anos.



publicado por António Castro às 20:21
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Quarta-feira, 29 de Agosto de 2012
Madrid agora é supercampeão

O nome de José Mourinho está sempre na ribalta da comunicação social espanhola.

Num dia, o jornal El País conta a história de uma discussão, depois da derrota com o Getafe, entre o treinador português, o capitão Iker Casillas e o sempre opinioso Sérgio Ramos.

A serem verdadeiros os factos - a hipótese de invenção não deve ser descartada - prova-se que alguém no Real Madrid continua a trabalhar para ver Mourinho pelas costas.

Pelos vistos, o que se passa nos balneários dos merengues não é assunto interno, e o facto do treinador acusar a equipa de endeusamento e sobranceria ofendeu alguns jogadores, qual damas virgens do início do século passado.

A véspera da decisão da Supercopa com o Barcelona em Santiado Bernabéu foi o dia escolhido, e o golo de vantagem (3-2) dos catalães era apontado como sinal de que mais uma vez o troféu seguiria para a cidade condal.

Aconteceu o contrário. As manchetes fizeram do Madrid o supercampeão. Teceram os maiores elogios à exibição e cedo estar a ganhar por 2-0. Lamentaram que certo domínio do Barça na segunda parte não tivesse a devida correspondência em eficácia. Esqueceram o que acontecera ao madrilenos depois do tento de Cristiano Ronaldo.

Depois assistiu-se à festa de Casillas e companheiros em Santiago Bernabéu.

José Mourinho, ao substituir-se pelo adjunto na conferência de imprensa, não evitou nova exposição às críticas.



publicado por António Castro às 23:45
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Segunda-feira, 8 de Agosto de 2011
Argentino de sete anos no Real Madrid

O historial do mítico Real Madrid inclui mais um facto inédito: passou a contar no sector de formação de futebolistas com um jovem argentino de sete anos, de nome Leonel Angel Caira, desde há quatro anos a viver em Espanha, por razões muito especiais. O recorde de idade pertencia ao compatriota Estebam Cambiasso, contratado pelos merengues quando tinha 15 anos.

A história deste novo tipo de emigração da América do Sul para Espanha, contada em entrevista pelo jornalista argentino Juan Pablo Mendez no diário desportivo Olé, reveste-se de aspectos curiosos.

Ficamos na dúvida, no entanto, se isto se passasse noutro sector que não no futebol, não surgiriam acusações de tráfico de menores.



publicado por António Castro às 22:56
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Sábado, 25 de Junho de 2011
Espanha na crista da onda

A selecção espanhola de sub-21 demonstrou que o êxito dos seus compatriotas da selecção principal, detentores dos títulos de campeões europeus e mundiais, não é obra do acaso. Em terras dinamarquesas, os futebolistas mais jovens também asseguraram o primeiro lugar no torneio do continente com uma vitória na final perante os suíços.

Nos clubes espanhóis também se verifica uma invasão de jogadores estrangeiros, mas isso não impede que diversas selecções se tenham guindado a nível levado.

Os responsáveis portugueses ainda se servem daquele argumento para jusficar o modesto comportamento da maioria das selecções dos diversos sectores etários, e apostam apenas na próxima presença dos sub-20 no Mundial da Colômbia, embora sem grande convicção.

Será altura de arranjarem outra desculpa e pensarem nas reformas indispensáveis para retirar dividendos da formação da responsabilidade dos clubes.

 

 



publicado por António Castro às 23:25
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Segunda-feira, 2 de Maio de 2011
Futebol por maus caminhos

Os finais de época são, habitualmente, férteis em acontecimentos polémicos. Aproxima-se a hora do balanço ao trabalho desenvolvido durante meses e, em determinadas circunstâncias, verificam-se excessos que colocam em causa a ética desportiva, mesmo que esta actividade seja profissionalizada e envolva elevados meios financeiros.

As últimas horas foram agitadas por alegados acontecimentos verificados em Braga, durante e depois do encontro entre o Sporting local e o Leiria. Notícias de pressões sobre o árbitro e agressões a jogadores "explodiram" na AXA  de forma surpreendente e só se espera que seja apurada a verdade em tempo útil.

Este clima não é exclusivo de Portugal. O Manchester United perdeu os três pontos na visita ao Arsenal e deixou a liderança ao alcance do Chelsea, o próximo adversário em Old Trafford. De imediato surgiram críticas do respeitado treinador Sir Alex Ferguson ao trabalho desenvolvido pelo árbitro.

Em Espanha a tensão aumenta a cada dia que passa pelas razões amplamente divulgadas. A UEFA recusou analisar as exposições do Real Madrid e do Barcelona e deixou para sexta-feira o desfecho do inquérito ao treinador português. A polémica em torno dos acontecimentos no Santiago Bernabéu continua, seja pelas críticas dos merengues ao comportamento do árbitro e dos jogadores catalães, seja com estes a proclamarem-se "donzelas virgens". Quanto ao segundo confronto da meia-final da Liga dos Campeões em Nou Camp pouco se fala, pois a vantagem da equipa de Guardiola afigura-se suficiente, no entender dos experts, na a viagem a Londres.

A novidade surge de críticas de colegas de José Mourinho. O alemão  Ottmar Hitzfeld, seleccionador da Suíça e vencedor por duas vezes da principal prova europeia (Borussia Dortmund e Bayern Munique) considera que o treinador está a «deteriorar a imagem do Real Madrid. Johan Cruyff virou a agulha e ataca o presidente Florentino Peréz. Diz ser o cérebro que comanda o português para o clube da capital espanhola reconquistar o lugar na ribalta mundial. Conclusão: o Real Madrid, apesar de tudo, continua a ser o maior, José Mourinho o Special One, e todas estas declarações apenas denunciam inveja.

 



publicado por António Castro às 23:10
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Terça-feira, 11 de Janeiro de 2011
Azia espanhola

 

A Espanha futebolística está desolada. Os campeões da Europa e do Mundo não foram contemplados pelos eleitores dos prémio de 2010 atribuídos pela FIFA/France Football, tanto a nível de jogadores como de treinadores.

Tinham quatro candidatos entre seis nomeados por seleccionadores e respectivos capitães de todo o mundo, e por jornalistas daquela publicação. Acabaram por ser o argentino Messi a conquistar o segunto troféu consecutivo como futebolista,  e José Mourinho o vencedor na estreia do prémio para técnicos. De fora ficaram Iniesta e Xavi, jogadores do Barcelona como Messi, e Vicente del Bosque, responsável técnico pelo título mundial e Pep Guardiola, orientador do Barça.

A única compensação é que os dois laureados estão ao serviço de clubes espanhóis, mas não foram suaves as críticas aparecidas nos sites espanhóis. Colocaram em causa uma escolha que há muito se sabe estar sujeita a critérios subjectivos, e consideraram-na como perseguição ao futebol espanhol.

Curioso será respigar, com a devida vénia, o conteúdo de um blogue da Marca, no qual se apresentam dez razões para odiar estes prémios.

 

«Como se esperaba, la gala de Zurich se solventó con división de opiniones, poniendo de manifiesto una vez más que los premios futbolísticos que no se consiguen en el césped carecen de valor y, en muchos casos, de lógica. Al calor de los últimos acontecimientos, ahí van otras 10 razones para hacerse ateo en estas cosas de la FIFA. Añádanse a las otras 10 de hace unas semanas:

1. ¿Y el fútbol español? 2010 fue, por antonomasia, el año del fútbol español. Ni un sólo reconocimiento individual al trabajo de los nuestros. Llamativo, ¿no?

2. Otras veces, sí pesó el Mundial. En otras ocasiones, como en el año que lo ganó Cannavaro, el Mundial fue definitivo. Esta vez, parece que el Mundial ha sido un torneo veraniego.

3. Messi es el mejor, pero no de 2010. Estamos de acuerdo en que Messi es el mejor pero ser el mejor no es lo mismo que ser el número uno del momento. Se votaba al mejor de 2010 y, haciendo una buena campaña, no podemos olvidar que Messi pasó por el Mundial sin pena ni gloria y que "sólo" ganó la Liga.

4. Lo que vale para Mourinho, no vale para Sneijder. Si a Mou le dan el premio al mejor entrenador por los tres títulos del año pasado, ¿por qué Sneijder, que ganó lo mismo y jugó la final del Mundial, ni aparece en el podio?

5. Dos trabajos distintos. No se puede meter en el mismo saco el trabajo de un seleccionador y el de un entrenador de club. Uno trabaja a rachas y tiene que estar a tope en tres semanas. Otro, curra cada día, con la dificultad que también entraña. Habría que hacer dos distinciones.

6. Es un poco tarde, ¿no? Malo es que los premios sean anuales y no por una temporada natural. Peor todavía que los premios de 2010 se entreguen en 2011. Si se descuidan, los dan en Semana Santa.

7. ¿De verdad hacen falta? ¿Es necesario que el Barça al completo tenga que ir hasta Zurich para que le digan que tiene la mejor cantera y que es la mejor escuela? ¿No es suficiente con poner la tele cada domingo?

8.  Las migajas. Ver a Casillas, VIlla, Lucio y compañia estar allí sólo para recoger las migajas es una pérdida de tiempo. Lo del equipo ideal es un premio inflado que no tiene ni pies ni cabeza. Resulta que Forlán, nominado mejor jugador del Mundial, ni siquiera estaba en el equipo.

9. El gran fracaso de las filtraciones. Este año, ha sido el gran fracaso de los soplos y eso hay que ponerlo en el debe del periodismo. Al menos, Marca.com adelantó el triunfo de Mourinho sin ningún género de dudas.

10. Lo ganó Cannavaro. Hubo un día en que el Balón de Oro lo ganó Cannavaro. Por Dios... ¡Cannavaro!

 

A digestão dos espanhóis da «jantarada de prémios» de Zurique vai durar muitos dias.

 



publicado por António Castro às 08:00
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Domingo, 26 de Dezembro de 2010
José Mourinho visto pelo pai

«Se o meu filho tivesse a humildade que eu tive já o teriam comido». O autor desta frase é o pai do treinador do Real Madrid, Félix Mourinho, antigo jogador do Vitória de Setúbal e do Belenenses, e mais tarde técnico do Rio Ave e dos sadinos.

Já tivemos oportunidade de escrever neste blogue a maneira de ser do antigo guarda-redes - muito diferente do José -, fruto de contactos profissionais na segunda metade dos anos 60.

Ele próprio, agora numa entrevista ao diário desportivo espanhol ÁS, considera que o filho seja assim porque «sabe o que eu passei por ser humilde», e tem a coragem de reconhecer que «para ele, no futebol, essa palavra [humildade] não existe».

O pai Mourinho, apenas uma vez internacional, contra a Irlanda, na Minicopa do Brasil, considera que só depois de se transferir para o Belenenses, com 29 anos, ganhou mais projecção, devido à dimensão do clube de Lisboa naquela época.

Como explicação para a  personalidade do filho, que tem criado tantos inimigos e invejas, admite: «Triunfou quando muita gente pensava que não o conseguiria. Pode ser que se sinta defraudado com algumas pessoas».

O Special One é assim retratado pelo sempre modesto pai.

 

 



publicado por António Castro às 23:53
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Quinta-feira, 2 de Dezembro de 2010
Ibéricos andaram a sonhar alto

Afinal, andavam todos a enganar-se a si próprios. Responsáveis portugueses e espanhóis, governamentais e federativos, tinham quase como certa que a candidatura ibérica tinha os apoios suficientes para organizar a edição de 2018 do Mundial. Como referimos esta manhã, Gilberto Madaíl estava consciente das sensibilidades no comité executivo da FIFA e mostrou-se mais realista que todos os outros. 

Conhecida agora a Rússia como palco privilegeado dentro de oito anos, todos apontam agora as razões da escolha e, pior do que isso, até dizem compreender.

«Não quero fazer nenhuma elaboração sobre as razões da atribuição, mas se olharmos para as candidaturas percebemos que quem ganhou foram os novos países, aqueles que se candidatavam pela primeira vez. A FIFA optou pelas melhores candidaturas - se bem que, para mim, a melhor era a ibérica - e por novos mercados e novas soluções. São opções legítimas e temos que as aceitar”, sublinhou Laurentino Dias, secretario de Estado do Desporto. (in A Bola)

Miguel Ángel López, director da candidatura ibérica, considerou: «A FIFA pretende promover o futebol noutras latitudes, procura outros horizontes, e parece-me bem que não seja sempre nos mesmos continentes.» No entanto, foi crítico: «Se apenas pretende "a mundialidade" não vale a pena gastar dinheiro em visitar as candidaturas... Parecem não ser necessárias para nada.» (in A Bola)

«Estou naturalmente um pouco desiludido», disse Amândio de Carvalho, «pois decisões como esta implicam um grande peso a nível político». O vice-presidente da FPF acrescentou: «As declarações do primeiro-ministro russo Vladimir Putin e a ausência na cerimónia de atribuição faziam já supor que havia um pré-vencedor.» (in Record)

Destas afirmações podem retirar-se uma de duas conclusões: desconhecimento dos meandros do futebol mundial ou ingenuidade. Nada abonatório para os vencidos ibéricos.

 



publicado por António Castro às 22:45
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Segunda-feira, 29 de Novembro de 2010
Mourinho «apático» em Barcelona

Cristiano Ronaldo falou de mais. Cristiano Ronaldo jogou de menos. O Barcelona jogou de mais. O Real Madrid  passou por Nou Camp.

Explicados os 5-0, numa demonstração espectacular do tiki-taka catalão, quando o adversário deixa e os jogadores de Pep Guardiola atingem a expressão máxima da eficácia.

Não há adjectivos que sobrem para definir aquilo que se passou no relvado, mesmo que seja visto através de imagens televisivas. Na expressão do merengue Iker Casillas entre os postes estava estampado a surpresa pelo bailado que decorria à sua frente e a angústia pela incapacidade dos colegas em acompanhar semelhante andamento.

Até o indomável José Mourinho estava calmamente sentado no local destinado aos treinadores, olhar sombrio, rosto entre as mãos, apenas à espera que chegasse a última cena daquele filme de «terror».

Disse no final, em declarações que sobressaem por invulgar humildade, que fora «a derrota mais fácil de digerir». Duvidamos que tal tenha acontecido, mas deixamos à análise dos interessados a interpretação das suas palavras.



publicado por António Castro às 23:48
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Segunda-feira, 15 de Novembro de 2010
De Special One a «canalha»

«O problema que têm com Mourinho é que ele vence. Esse é o verdadeiro problema que ele está a provocar».

 

Di Stéfano em declarações à televisão Antena 3

 

 

«Não contratámos Mourinho para fazer amigos, mas para que faça uma equipa campeã».

 

Emilio Butragueño, director das Relações Intitucionais do Real Madrid, ao site da Marca

 

 

A League Managers Association vai homenagear o português, no Hall of Fame Dinner, pelos êxitos no Inter e a primeira vitória no novo Estádio de Wembley.

Manolo Preciado, treinador do Sporting Gijón, ficaria muito grato por um convite para assistir à cerimónia do seu «amigo».  



publicado por António Castro às 22:46
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Quinta-feira, 11 de Novembro de 2010
Seleccionador fiel ao seu rumo

Aproxima-se novo teste à selecção, desta feita sem consequências pontuais, dado tratar-se de um jogo particular, mas nem por isso menos importante. Na Luz, dentro de dias, estará apenas a Espanha de Vicente del Bosque, detentora do título de campeão do mundo desde Junho, na edição da África do Sul.

O treinador Paulo Bento estará tão sujeito à «vigilância» dos adeptos com nos dois encontros de qualificação do Europeu Polónia/Ucrânia, nos quais Portugal regressou às vitórias e abriu perspectivas de apuramento.

O seleccionador dispensou seis jogadores e como novidade apresentou Bosingwa, regressado há poucas semanas à equipa do Chelsea, depois de longos meses de ausência por lesão.

Mais uma convocatória que não deverá causar polémica, e o treinador confia nos18 jogadores agora chamados para «ganhar e não ver a Espanha jogar».

Sem subestimar o valor do adversário, ambição não falta a Paulo Bento, tal como acredita na capacidade técnica e psicológica dos seus eleitos e na estratégia a delinear para contrariar o tique-taca dos espanhóis.

 



publicado por António Castro às 22:52
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Quarta-feira, 7 de Julho de 2010
Loucura em Espanha

 

A selecção de Espanha está na final do Mundial da África do Sul.

A vitória sobre a Alemanha enlouqueceu um país inteiro, consequência de uma exibição convincente na linha que, numa primeira fase, levou Luis Aragonés ao título europeu e, agora, Vicente Del Bosque refinou com o estilo que deu o triplete ao Barcelona há dois anos.

Se não foi fácil à Espanha abater os alemães de Joachim Lowe, estes não encontraram uma saída para desmontar a «teia» montada pelos latinos, sempre à espera que a sua presa cometa qualquer erro e a consiga neutralizar. Nunca puseram em prática aquele futebol directo que surpreendeu ingleses e argentinos e permitiu alcançar goleadas.

Curiosamente, foram vítimas de uma das suas melhores armas. Um golo de cabeça de Carles Puyol, expediente em que os germânicos alicerçaram muitas das suas vitórias.

A Espanha da actualidade, apesar de estar na final através de um golo ao estilo do seu antigo futebol, não se baseia na raça e força, mas na inteligência. É uma equipa que comanda o jogo, faz o adversário andar atrás da bola, e reuniu um naipe de jogadores que complementam a souplesse com a velocidade de execução e o instinto goleador.

Não admira, por isso, que a primeira página do diário madrileno Marca de amanhã, após a sua selecção afastar a Alemanha de mais uma final, opte por uma manchete que assume como uma realidade:

OS MELHORES DO MUNDO.

 

                                                                                                             



publicado por António Castro às 23:59
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Sábado, 3 de Julho de 2010
Maradona desiludido e Del Bosque com sorte

Maradona sofreu uma humilhação que não estava nos seus planos, mas muita gente admitia. Os resultados da Argentina foram aparecendo e criaram a ideia que ao futebolista de excepção sucederia um treinador de eleição. A experiência da África do Sul parece provar que Diego só tem lugar na história do futebol mundial como jogador fora-de-série. A Alemanha contribuiu para se extrair esta ilação com a maneira como soube controlar os argentinos e a expressão dos números da vitória (4-0).

A partir de agora, o treinador Joachim Low fica com a responsabilidade de dar razão ao célebre avançado inglês Gary Lineker, que proferiu a célebre frase: «O futebol são 11 contra 11 e no fim ganha a Alemanha.»

A Espanha, depois de afastar Portugal, não se mostrou tão exuberante como é habitual e teve dificuldades em afastar os paraguaios de Oscar Cardozo. O jogador do Benfica, figura de destaque por ser o último marcador do penalty (grande descontracção) que eliminou os surpreendentes japoneses, esteve agora em destaque pela negativa.

Os espanhóis, fiéis ao actual estilo de jogo - nalguns períodos já começa a tornar-se monótono -, dominavam o jogo mas não ganhavam especial ascendente nas acções frente à baliza dos sul-americanos. Até que Cardozo (suplente utilizado nos anteriores jogos e agora titular) desperdiçou uma grande penalidade.

Três minutos depois, a equipa de Vicente del Bosque beneficiou de castigo idêntico e Alonso marcou, mas o árbitro mandou repetir por haver jogadores dentro da área antes do pontapé. E aconteceu o inacreditável: Alonso imitou Cardozo e ficou tudo na estaca zero.

David Villa, no entanto, não se esqueceu dos créditos que o levam ao Barcelona e da veia goleadora já revelada na África do Sul, e decidiu um impasse que durava há 83 minutos.

Assim vai repetir-se a final do Europeu 2008 com uma meia-final entre alemães e espanhóis.  



publicado por António Castro às 23:51
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Quinta-feira, 17 de Junho de 2010
Espanha entra em transe

Surpresa na África do Sul. A Espanha, detentora do título de campeã da Europa, perdeu no seu jogo de estreia  no Mundial.

Os suícos, orientados por Ottmar Hitzfeld, não permitiram que a equipa de Vicente del Bosque aliasse a eficácia ao futebol apoiado e de elevada técnica. Barraram os caminhos para a baliza e, com o passar do tempo, atingiram o primeiro objectivo: afectar a serenidade do adversário.

Passados sete minutos depois do intervalo deram a machadada, na altura ainda considerada prematura, nas aspirações dos espanhóis. A façanha pertenceu a Gelson Fernandes, jogador com origens no pequeno país chamado Cabo Verde, e como consequência de superior ousadia do conjunto suíço.

Estabilizada a manobra de povoar os caminhos para a sua baliza, Ottmar Hitzfeld permitiu que os seus jogadores se estendessem um pouco mais no relvado e exercessem superior pressão sobre a defensiva contrário.

Como seria de esperar, este expediente não poderia manter-se por muito tempo, já que nuestros hermanos, além do que naquele momento estava em jogo, sentiram-se feridos na sua honra e no sonho que desde há dois anos tomam como uma realidade: campeões do mundo. Enveredaram pelo assalto à baliza da Suíça e criaram várias ocasiões de golo, enquinadas, no entanto, por notório nervosismo e déficite de clarividência.

Este desaire contribuirá para que assentem melhor os pés na terra e readquiram a humildade perdida pelo trabalho desenvolvido pelo treinador Luis Aragonés há dois anos.

Preocupações que, curiosamente, se estenderam, no espaço de dois dias, ao futebol da Península Ibérica.



publicado por António Castro às 02:00
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Domingo, 25 de Outubro de 2009
Clubes de Madrid em plena crise

Autêntico vendaval assolou três equipas nos encontros antecipados da oitava jornada da Liga espanhola.

O Real Madrid monopolizou as atenções pelo empate (0-0) cedido em Gijon, e a estrutura dos merengues sofreu novo abalo. O técnico chileno Manuel Pellegrini depara-se com vários problemas devido a lesões, entre as quais a de Cristiano Ronaldo, mas o grande problema  é a vantagem que o rival Barcelona poderá consolidar se vencer o Zaragoza.

O Sevilha, que nos habituou a ver entre os lugares europeus, também cedeu dois pontos

(0-0) ao visitante catalão Españyol.

Por fim, o Atlético de Madrid, no seu estádio, também não conseguiu melhor que a igualdade (1-1) com o Maiorca, este a marcar nos últimos minutos e a actuar com nove jogadores.

O nosso conhecido Quique Flores, já contratado pelo Enrique Cerezo, assistiu ao pobre espectáculo das bancadas e ao ambiente tenso que se viveu em Vicente Calderón, onde cerca de 500 adeptos se aproximaram da tribuna de honra e insultaram o presidente do clube, além de pedirem a sua demissão.

O técnico espanhol, cujo trabalho na Luz constituiu uma frustração, vai confrontar-se com uma situação bem pior em Madrid, pois o clube de Simão Sabrosa tem seis pontos no campeonato - a 13 do Barça  - e está em último no grupo da Liga dos Campeões.

Curioso, no entanto, é o contrato que Quique Flores terá acertado com Atlético de Madrid: será prolongado em Maio se conseguir um lugar na Liga dos Campeões da próxima época.

Os homens do futebol estão loucos...



publicado por António Castro às 07:00
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