Os diversos agentes do futebol espanhol não conseguem disfarçar o seu patriotismo levado aos limites. Dois exemplos recentes demonstram inacreditável hostilidade pelos estrangeiros, com especial incidência sobre os portugueses,
A Liga de Futebol Profissional elegeu agora os melhores jogadores da época passada e, curiosamente, na lista da I Liga apenas aparece um estrangeiro. Só que o argentino ingressou na formação do Barcelona muito jovem, sendo considerado, portanto, um produto do país.
Curioso resumir a lista dos eleitos: Leo Messi (jogador), Pep Guardiola (treinador), Iker Casillas (guarda-redes), Sérgio Ramos (defesa), Xabi Alonso (médio defensivo), Andrés Iniesta (médio), Leo Messi (avançado), Francisco Isco (revelação) e Carles Puyol (fair-play). A notícia acrescenta que os merengues Cristiano Ronaldo e Benzema figuravam no trio de candidatos, mas quanto a José Mourinho, treinador responsável pelo titulo de campeão desde há anos longe de Santiago Bernabéu nem palavra.
Se acrescentarmos que agressão de David Navarro – jogador do Levante com impressionante currículo de futebolista-pugilista - a Cristiano Ronaldo não foi sancionada pelo trio de arbitragem nem deve merecer análise das instâncias disciplinares, reforça a mentalidade reinante em certos sectores do outro lado da fronteira.
Quem tem razão é o povo português...
Dívidas aos jogadores, incluir no futuro acordo colectivo, que tarda em ser assinado, a obrigação de cederem os direitos de imagem aos clubes e contar como férias os dias em que estejam ao serviço das respectivas selecções são os principais motivos do litígio entre a Liga e a AFE (Associação de Futebolistas Espanhóis).
O diferendo agudizou-se com o anúncio de greve nas duas primeiras jornadas dos campeonatos profissionais (I e II Divisões) feito numa conferência de imprensa em que estiveram presentes alguns dos principais jogadores, casos de Casillas, Xabi Alonso, Fernando Llorente, Albelda, Puyol e Cazorla.
Luis Rubiales, presidente da AFE, revelou que no ano passado os clubes deviam a cem futebolistas cerca de 12 milhões de euros, montante que este ano subiu para 50 milhões, afectando o dobro dos jogadores.
Os dirigentes dos clubes preferem gastar verbas astronómicas com aquisições do que seguir uma política orçamental que permita cumprir os respectivos compromissos financeiros, e ousam retirar direitos desde há muito consagrados nos acordos.
Acabam por imitar, nas coisas más, os políticos deste conturbado mundo.
«Um caramelo para Portugal. Os lusos ganharam com facilidade pasmosa. Abusaram da Espanha no contra ataque». Esta uma das conclusões de um jornalista do site da Marca logo a seguir ao termo do encontro.
Paulo Bento conseguiu em pouco tempo revolucionar a selecção sem recorrer a soluções milagrosas. Limitou-se a escolher os futebolistas em melhor forma no momento e montar a estratégia para explorar ao máximo as suas potencialidades e superar os pontos fortes dos adversários.
Ninguém pode negar que o grande espectáculo foi conseguido frente à Espanha - rivalidade de muitos anos explicam especial motivação -, mas não se deverá falar em vingança da derrota sofrida nos oitavos-de-final do Mundial da África do Sul, nem que Portugal passou a ser o melhor do mundo, como alertou o seleccionador português.
«Pior do que hoje não podemos fazer», afirmou desiludido o treinador campeão mundial Vicente del Bosque. De lembrar, entretanto, que a selecção Rosa já oscilou duas vezes desde que comquistou o título, com um empate frente ao México (1-1) e uma derrota na Argentina (4-1).
Razão por que devemos concentrar-nos na progressiva melhoria da equipa portuguesa e estar conscientes que os objectivos subjacentes à alteração de comando técnico ainda não foram conseguidos.
Reconheça-se o mérito de quem trabalhou para se viver este momento impar, mas importa não abrandar o ritmo, pois conquistar o direito a participar no Europeu de 2012 obrigará a mais sofrimento.
Os espanhóis justificaram as expectativas. Juntaram o título europeu (2008) ao mundial (2010). Os treinadores Luis Aragonés e Vicente Del Bosque ficam associados à dupla proeza. Na África do Sul, o ex-jogador e treinador Del Bosque soube ministrar a herança do seu antecessor e não descaracterizar um estilo que levou o Barcelona, há duas épocas, à ribalta, pelos êxitos e espectáculos.
A final com a Holanda equivaleu à melhor exibição da Espanha? Ninguém o poderá afirmar, mas também é impossível negar que se manteve fiel aos princípios que a conduziu à final de Joanesburgo.
Em fases finais, foi a selecção que menos golos marcou. É certo. Perdeu um jogo (Suíça, na fase de grupos) e só conseguiu uma vitória por mais de um golo frente às Honduras. A seguir, contentou-se com um remate certeiro para dominar Portugal, Paraguai, Alemanha e Holanda (no prolongamento). Também é verdade.
Só que em todos esses confrontos nunca se colocou em causa a superioridade futebolística em relação aos diversos adversários, por vezes entontecidos com as sucessivas trocas de bola, de superior velocidade e eficácia ao aproximar-se a baliza contrária.
A Holanda tentou encontrar um antídoto para contrariar essa «teia», mas os «laranjas» foram traídos pela responsabilidade da final. Os nervos apareceram quando viram que o estratega Sneijder não tinha um palmo de terreno para manobrar e Robben sentia dificuldades para manobrar à sua maneira.
Resultado: a cabeça toldou-se, a virilidade ultrapassou certos limites e deparou-se-lhe um árbitro que não estava em dia de justificar semelhante responsabilidade - deixou-se envolver pelos excessos holandeses e simulações dos espanhóis, cujas lesões acabavam logo que ultrapassada a linha lateral.
Nada pode ofuscar, no entanto, o brilho da Espanha, a quinta selecção europeia na lista de vencedores da história dos Mundiais.
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