Sporting de Braga perdeu a oportunidade de se incluir no duo de líderes do campeonato. O Sporting ganhou um jogo que ao quarto minuto prometia uma goleada e perto do final esteve em risco de empatar ou até de perder.
Dos quatro treinadores que dirigiram os últimos dois jogos da jornada do campeonato apenas Domingos Paciência estava satisfeito e teve oportunidade de afirmar - é duvidoso que tenha razão, excepto pelas três vitórias consecutivas - que «as coisas estão a correr melhor». O seu companheiro do Rio Ave, pelo contrário, estava pesaroso e revoltado com o destino. Carlos Brito viu a sua equipa recuperar os dois golos iniciais de desvantagem, desaproveitar oportunidades oferecidas pela defesa de Alvalade, e continuar sem obter pontos quando o alto norte-americano de Alvalade, Onyeou, dirigiu a bola para a baliza na sequência de um canto apontado por Capel.
Rui Vitória (Guimarães) e Leonardo Jardim (Braga) devem ter ficado pouco satisfeitos com os jogadores, que raramente conseguiram ultrapassar um rendimento mediano, falho de talento, numa partida disputada em ritmo demasiado lento.
Enfim, há dias assim.
«O único erro do árbitro foi ter validado o golo do Braga», analisou Manuel Machado.
«Foi um espectáculo degradante», explodiu o presidente bracarense António Salvador.
«Não foi, de maneira nenhuma, uma boa arbitragem» lamentou-se Domingos Paciência.
Então e quanto ao comportamento das duas equipas?
Os jogadores estiveram sempre certos, não cometeram erros?
A movimentação dos dois conjuntos atingiu níveis de acordo com as características das respectivas individualidades?
A estratégia dos treinadores foi a adequada ao desenrolar dos acontecimentos?
Em termos disciplinares dentro do campo, e de comportamento dos adeptos nas bancadas e no exterior do estádio, nada houve a reprovar?
Qual o interesse. Estes aspectos são secundários para quem vive de e para o futebol.
Na falta de uma análise sobre a imagem que transmitiram as equipas, eis uma opinião: o Vitória de Guimarães foi superior; o Sporting de Braga desceu alguns degraus em relação à época passada. Assim, entende-se que os três pontos ficaram bem entregues.
Quanto às opiniões expressas a abrir, esperem pelas explicações de Vítor Pereira...
O derby lisboeta, que o presidente do FC Porto disse em Amarante, no sábado, não saber que se realizava - Pinto da Costa deve precisar de um remédio para a memória - não decorreu como se esperava.
O Sporting transmitiu uma imagem de menor fragilidade, patente desde o princípio da época. O Benfica não se mostrou a «trituradora» dos últimos meses.
Resultado: um empate sem golos; Carlos Carvalhal, em menos de uma semana, eliminou alguns traumas dos jogadores; a anunciada «máquina» montada por Jorge Jesus falha em momentos culminantes.
Nestas circunstâncias, o despique foi equilibrado, as defesas tiveram acção preponderante no desenrolar do jogo e os lances de ataque mal aproveitados quase se repartiram pelas duas equipas. Em suma, atendendo ao passado recente, quem surpreendeu pela positiva foi o conjunto de Alvalade.
Pela negativa, a sobranceria de Jorge Jesus - era de esperar há mais tempo - ao referir que o Sporting se despediu do título e considerar o estado do relvado prejudicial aos jogadores leoninos.
A análise ao comportamento da sua equipa passou quase em claro. Não dava muito jeito...
Sporting versus Benfica; Carlos Carvalhal versus Jorge Jesus. Dois em um, tal como no supermercado, para cativar os «clientes».
A algumas horas de distância, a única realidade é que o Benfica, a par do líder Sporting de Braga na Liga e com uma demonstração de força que há anos não se via na equipa -apesar de afastado da Taça pelo Vitória de Guimarães na Luz -, visitará Alvalade numa altura em que o Sporting se encontra em oitavo lugar, a 11 pontos do topo da classificação e com um novo treinador, estreante a vencer na mesma prova, perante adversário de menor cotação.
Confrontar os dois treinadores afigura-se uma especulação sem sentido. Têm em comum o facto de treinarem pela primeira vez clubes chamados grandes que, por razões diversas, optaram por nomes impensáveis há alguns anos. De resto, trabalharam em diversos clubes, com maior ou menor sucesso, sem nunca aparecerem na ribalta, apesar de brilharetes esporádicos.
Com maneiras de trabalhar diferentes, têm concepções distintas sobre o futebol, e tanto um como o outro terão qualidades e defeitos.
Sobre o derby, no entanto, surge já uma divergência. Carlos Carvalho considera não ser um jogo decisivo, enquanto Jorge Jesus pensa exactamente o contrário em relação ao Sporting.
Portistas e leões entrarão no Dragão com uma certeza. Qualquer que seja o resultado do mais mediático encontro da sexta jornada, o surpreendente Sporting de Braga continua com uma trajectória «imaculada».
Os futebolistas comandados por Domingos Paciência foram defender a invencibilidade a Olhão e, ao minuto 90+4, o futebolista Alan voltou a ser o protagonista final de mais uma vitória, tal como já acontecera frente ao FC Porto.
A caminhada dos minhotos está a adiar os planos dos habituais candidatos ao título, já que nenhum deles admite que os bracarenses tenham estofo para discutir um lugar que ao fim de tantos anos só teve dois ocupantes menos previsíveis - Belenenses e Boavista.
Razão que explicará o protagonismo atribuído ao FC Porto-Sporting que o treinador de Alvalade considera não ser decisivo no que respeita ao futuro campeão, apenas depois de meia dúzia de jogos.
Na verdade, a curiosidade desta altura centra-se em saber se Jesualdo Ferreira dispõe este ano de um conjunto ao nível dos anteriores e, por outro lado, se Paulo Bento consegue manter o ritmo mais recente, já que ultrapassar a barreira do segundo lugar ainda não parece ao seu alcance. É que Jorge de Jesus vai de vento em popa...
DISCURSO DIRECTO
«O importante é o Sporting estar bem ao longo dos 90 minutos, com coesão... Vamos à procura dos três pontos... Importa não dar vantagem ao FC Porto, que tem muita qualidade nas transições ofensivas e é coeso no posicionamentos ofensivo» Paulo Bento (25/09/09)
«O Sporting continua a ser uma equipa forte e adversário difícil para qualquer equipa. Teve apenas um mau começo de época que originou um caudal de críticas e pressão. Para nós, o que está para trás não nos condiciona. Neste momento, o Sporting é uma equipa com qualidade» Jesualdo Ferreira (24/09/09)
O Sporting acordou para uma realidade amarga que o seu próprio treinador alimentou durante vários dias. Uma coisa é Paulo Bento ter um discurso positivo e moralizador para os seus jogadores, outra é imprimir às suas palavras uma entoação que se assemelha a uma verdade intransponível.
O Benfica de Quique Flores demonstrou à saciedade que a vantagem pontual do Sporting à terceira jornada, tal como virá a acontecer, mais tarde ou mais cedo, com a do Nacional, apenas se devia a circunstâncias de calendário, que colocou no caminho de cada candidato ao título adversários de diferente grau de dificuldade.
As conclusões imediatas, portanto a quente, de um derby escaldante, poderão pecar por falta de profundidade, mas foi notório que os benfiquistas tudo fizeram para inverter o curso dos últimos acontecimentos e transmitiram uma imagem de progressão na mobilidade e forma dos seus jogadores. O Sporting, pelo contrário, pareceu demasiado tranquilo e foi traído pela nota de equilíbrio no jogo quando se atingiu o intervalo.
Depois de algumas mudanças de Quique Flores, que não serviram de alerta a Paulo Bento, o conjunto de Alvalade, além de cometer alguns lapsos defensivos, confirmou não ter encontrado ainda a solução para ser mais eficaz no ataque, sensação retirada na Luz logo no primeiro lance de Djaló.
Moral da história: os andores do campeonato ainda estão no adro...
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