O Manchester City, apontado como principal favorito, a par do Arsenal, à conquista do titulo inglês, não resistiu ao Chelsea e sofreu a primeira derrota no campeonato no seu novo estádio .
A equipa do antecessor do português no Real Madrid e mais tarde sério opositor do El Especial quando treinava o Málaga, o chileno Manuel Pellegrini, não ultrapassou a estratégia montada pelo agora Happy One, embora se deva salientar que o sector ofensivo dos Citizens não contou com os principais goleadores.
Um golo de Ivanovic, três bolas na barra - uma enviada pelo ex-benfiquista Matic - e a «batuta» empunhada pelo belga Hazard chegaram e sobraram para os raros momentos de perigo criados pela equipa de Manchester.
José Mourinho, contudo, transmite a ideia de não pensar no título neste primeiro ano de regresso a Londres, e apresenta o exemplo do seu rival Arsène Wenger, responsável pelo líder Arsenal.
«Podemos [vencer o título] se eles [Manchester City] o perderem. O Arsenal está a trabalhar há muitos, muitos anos na evolução da sua equipa. O que nós estamos a fazer esta época é aquilo que o Arsenal está a construir há muitos anos. Não significava nada para nós chegar aqui, estacionar o autocarro, e vencer por 1-0 com um lance de sorte. A evolução é mais importante», acentuou.
Discurso positivamente para inglês ouvir e manter a chama dos adeptos de Stamford Brigde.
A Europa teve uma temporada fora do habitual. Os candidatos às principais vitórias em diversos países não concretizaram os objectivos e saltaram para a ribalta estreantes e outros clubes com tradições sequiosos de troféus.
O caso do Montpellier foi surpreendente, já que os novos campeões franceses não se incluíam entre os favoritos, tanto mais que nunca viveram essa alegria desde a fundação (1974).
Da Inglaterra também surgiram novidades. O Manchester City, que jejuava há 44 anos - tinha apenas dois títulos em longo histórial - aguentou até ao último momento a pressão do rival da cidade, o United de Alex Fergusson, e enriqueceu o seu palmarés e o do técnico italiano Roberto Mancini.
A hegemonia do Barcelona nos últimos quatro anos foi quebrada pelo regresso do Real Madrid ao topo, êxito celebrado por alguns jogadores portugueses ao dispor de José Mourinho que, por sua vez, concretizou a ambição de ser campeão em quatro países diferentes.
Há uma semana, a Juventus voltou à ribalta na Itália depois de lhe ser retirado um campeonato e descido de divisão por "negócios escuros". Regressado ao lote dos grandes, superiorizou-se agora aos rivais Inter e Milan, com precioso contributo do genial veterano Del Piero, muitas vezes contestado pelos adeptos, finalmente rendidos à sua classe no momento de colocar ponto final na carreira.
O Chelsea atingiu o estatuto da vedeta na época menos esperada desde que José Mourinho "deu" dois títulos de Inglaterra a Abramovich, ao conquistar pela primeira vez a Liga dos Campeões. Afastou o Barcelona e, no desempate por grandes penalidades, decidiu a seu favor a final com o Bayern em plena Allianza Arena de Munique.
O futuro promete se a UEFA conseguir impor a regra do fair-play financeiro.
O Chelsea aplicou a receita, em dose reforçada, usada há pouco tempo na Luz. A preocupação dos londrinos foi manter o Barcelona enredado numa teia que lhe retirasse eficácia atacante e aproveitar qualquer oportunidade para marcar. Assim começou a cair o Benfica na Liga dos Campeões; assim conseguiu o técnico Roberto di Matteo colocar em causa a imagem de marca dos espanhóis.
O resto foi conseguido por Petr Cech, pelo poste da sua baliza, pela destreza de Ashley Cole a substituir o guarda-redes quase sobre a linha de golo, pela progressiva falta de serenidade do adversário.
E assim, depois de 14 meses, os catalães perderam na Liga dos Campeões com um golo de Drogba, implacável ao segundo minuto dos descontos da primeira parte, após receber inteligente assistência de Ramires.
Nada está decidido. Pep Guardiola já deu a entender que não abdicará dos tradicionais processos: «Devemos criar outras 24 ocasiões e marcar golo. Temos que trabalhar muito para isso. Perdemos com estes números. O Chelsea tem esta virtude que nós não temos.»
O italiano Roberto di Matteo limita-se a dizer: «Os jogadores mostraram coragem. Há 50 por cento de possibilidades de apuramento.»
Muita gente não pensará assim, pois duvida-se que os catalães tenham perdido o domínio do seu "carrossel", mesmo tendo pela frente, no sábado, o Real Madrid, em jogo de título.
Michel Platini. Árbitro esloveno Damir Skomina. Táctica italiana de Roberto di Matteo para enfrentar o ataque do Benfica e explorar o contra-ataque dos "veteranos" do Chelsea. Semanas antes, a "mão" de John Terry passou em claro ao responsável pela arbitragem (Paolo Tagliavento, de Itália) em Lisboa.
Assim se tenta explicar a eliminação dos encarnados da Liga dos Campeões.
Não existiram fortes contrariedades da última hora como, por exemplo, a equipa ficar, por lesões, sem qualquer central, e adaptações da última hora que abalaram a coesão daquele sector e afectaram outros?
Não houve faltas nem actos de indisciplina dos jogadores da Luz, habituados como estão aos brandos costumes em Portugal, que merecessem punição?
Uma equipa de ataque que em 180 minutos apenas consegue marcar um golo, apenas tem azar?
Estas questões não foram importantes para Jorge Jesus. «Jogámos contra o Chelsea e a equipa de arbitragem. Não entendo o penalty, nem a expulsão. Foi uma forma de vergar a equipa. Mas nem assim. Somos melhores que este Chelsea, muito melhores. Fomos aniquilados por coisas que não controlamos que nada têm a ver com o Chelsea ou o Benfica. Não vamos às meias-finais, mas somos muito melhores.» E terminou: «A minha mágoa é que o Benfica já eliminou equipas muito superiores e aqui ficou pelo caminho.»
Já não bastava a má vontade do FMI para com Portugal. O futebol europeu também está contra nós.
Este filme já se viu há anos.
Quando José Mourinho foi despedido do Chelsea, a comunicação social inglesa acusou o capitão da equipa John Terry de responsabilidades na decisão do presidente Abramovich, em conluio com o então director desportivo israelita Avram Grant, mais tarde treinador da equipa de Londres.
Antes e depois, o central, que ficou a dever alguns dos melhores momentos da sua carreira ao Special One, desfez-se em elogios ao português.
Nessa altura falou-se em traição do jogador, situação que se repete na saída de André Villas-Boas. O internacional a quem Fabio Capelo tirou a braçadeira de capitão da selecção, tem agora a ousadia de dizer: «É triste para André Villas-Boas, porque, infelizmente, caiu tudo sobre a sua cabeça, quando acho que os jogadores deveriam ter erguido as mãos e dito que não tinham sido suficientemente bons e assumido juntos os erros cometidos.»
Palavras de um capitão sem idoneidade para o desempenho de tal missão, além de destabilizador do balneário, desta feita com um aliado em Frank Lampard.
A partir de agora já não enganará ninguém.
Os belos tempos do Dragão já são uma saudade para André Villas-Boas. Os primeiros jogos como treinador do Chelsea foram prometedores, mas uma sequência de resultados negativos, o último dos quais em Stamford Bridge frente ao Liverpool, estão a desiludir os adeptos e a proporcionar especulações por parte da comunicação social.
O treinador português lembra que «o Chelsea não pagou 15 milhões de euros ao FC Porto para agora me pagar outra fortuna [23 milhões, segundo se afirma] para eu sair.»
Reconheceu, no entanto, depois da terceira derrota nos últimos quatro jogos, que «a situação na Liga não é boa, mas não é impossível, a crença existe. Recuperar 12 pontos é difícil e temos de entrar numa grande sequência de vitórias para encurtar a distância.»
Tudo depende dos humores do presidente Roman Abramovich, desde há anos a lutar pela presença do seu amigo holandês Guus Hiddink - agora liberto de compromisso ao ser despedido da selecção da Turquia - a tempo inteiro em Stamford Bridge. E mais do que isso: quem não conquistar a Liga dos Campeões tem, mais cedo ou mais tarde, a porta da rua escancarada.
Villas-Boas deve saber que "desperdiçar" euros não é problema para o milionário russo, a sonhar com aquele troféu como uma criança por um brinquedo.
A saída de André Villas-Boas para o Chelsea está a causar uma onde de indignação entre os adeptos dos dragões. Compreende-se que perder um treinador que no primeiro ano de trabalho lhes deu sucessivas alegrias com a conquistas das provas mais importantes em que esteve envolvido, não é agradável. Não podem, no entanto, ser ingénuos ao ponto de pensar que o o jovem técnico não fosse tentado por uma proposta milionária, ainda há poucos meses impensável.
Já houve tempos em que "o sonho comandava a vida". Agora, o dinheiro determina os comportamentos.
Uma coisa, no entanto, seria dispensável. As promessas de amor ao clube proferidas ao longo dos tempos agora soam a falso. Relembremos uma delas (retirada de uma resenha do MaisFutebol) de André Villas-Boas : «É verdade que os jogadores têm ambições individuais, mas não podem sobrepô-las ao objectivo colectivo. Eu já vivi experiências fora, mas o meu sentimento por este clube é fortíssimo. Não quer dizer que outros o partilhem. Eu não abdico desta cadeira por nada.» (12/11/10)
Em contraponto, vejamos o que disse recentemente o presidente Pinto da Costa: «Primeiro, André Villas-Boas não quer sair. Se ele não tivesse a mesma paixão que eu tenho pelo FC Porto, estou convencido que era capaz de sair. Mas mesmo com uma cláusula de 15 milhões, que para determinados clubes não é significativo, tenho a certeza de que se vierem cá não vai sair.» (23/5/11)
Sejamos realistas. As regras do jogo foram cumpridas e já é altura de não valorizar conversa fiada...
José Mourinho voltou ao seu lugar preferido - a ribalta.
Ausente do banco do Inter na Liga italiana em três jogos, por castigo; derrotado na visita ao Catania; reduzida a vantagem de sete para um ponto em relação ao segundo classificado, o Milan; obrigado ao silêncio, tal como os jogadores, por decisão do presidente Massimo Moratti, para travar a onda de protestos sobre as arbitragens e os consequentes castigos; o português estava a viver um momento nada tranquilo.
A vitória (2-1) sobre o Chelsea na primeira mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões mantinha aparente paz nas hostes interistas, mas a a imprensa já fazia eco - com fundamento ou intuitos especulativos - que as relações entre presidente e técnico começavam a degradar-se.
Chegou o dia da visita a Inglaterra para derimir o apuramento na prova europeia e José Mourinho mais uma vez deu a volta por cima, com uma exibição de tal modo convincente em Stamford Bridge que até Carlo Ancelotti reconheceu a superioridade do adversário.
Táctica adequada às características do Chelsea - com a surpresa de apresentar três avançados -, jogadores ambiciosos e empenhados em cumprir os desígnios de um técnico que em defesa dos seus princípios deixou o irreverente Balotelli em Itália, a inspiração de Schneider e o «faro» de Eto'o foram argumentos decisivos para a imprensa britânica reviver os tempos do Special One.
Com a insinuação de uma vingança do português em relação ao comportamento do todo poderoso dono dos blues, o russo Abramovich, que obcecado com a a conquista Liga dos Campeões despediu prematuramente aquele que agora lhe tirou mais uma hipótese de satisfazer esse capricho.
José Mourinho, no entanto, não pode descansar. Continuará a ter à perna os colegas de ofício de Itália, à espera de motivos para reatarem a guerra.
O espectáculo vai começar. Infelizmente para os portugueses apenas com um representante, depois do colapso sportinguista na fase eliminatória.
No FC Porto, como acontece nos últimos anos, reside a esperança de se manter a chama, e o primeiro teste de Jesualdo Ferreira não sugere facilidades. Estrear-se na fase de grupos em Stamford Bridge, perante um Chelsea que persegue desde os tempos gloriosos de José Mourinho a nível interno, a consagração mundial, faz da equipa agora treinada pelo italiano Carlo Ancelotti um sério candidato a sucessor do Barcelona.
A experiência de Jesualdo Ferreira, que encontrará compatriotas do outro lado da barricada - Ricardo Carvalho, Hilário, Paulo Ferreira, Bosingwa e Deco, como titulares, suplentes ou simples observadores na bancada - constitui a garantia que os dragões, para além do resultado, dignificarão o clube e o país, e o desfecho não será ainda decisivo, embora pontuar seja importante.
O FC Porto, tal como o seu técnico considera os ingleses os mais difíceis, parece estar em vantagem sobre os outros competidores do grupo, que também agora se defrontam: os espanhóis do Atlético de Madrid e os cipriotas do APOEL.
Inglaterra concentrará as atenções, mas o Juventus-Bordéus, Besiktas-Manckester United e Marselha- Milan, além da equipa de Cristiano Ronaldo na viagem a Zurique, complementam as expectativas dos adeptos europeus.
Aconteceu o impensável para os culés (adeptos) em Camp Nou. Guus Hiddink optou por uma táctica que visava anular o reconhecido potencial ofensivo do Barcelona, mandou exercer especial vigilância sobre os adversários mais influentes na manobra do adversário e saiu da capital da Catalunha com um empate em branco.
Pepe Guardiola, como é lógico, não ficou nada satisfeito com o resultado, criticou esta postura do Chelsea - "É sempre difícil quando um não quer", disse, - e considerou que o Barça foi prejudicado pelo árbitro.
A táctica adoptada pelo holandês do Chelsea era previsível e foi inteiramente assumida pelo também responsável da selecção da Rússia. Reconhecer que os ingleses não tiveram talento para estender mais a sua manobra está a elogiar o potencial dos catalães, mas isso não implica que seja colocado no pelourinho.
Cada um actua de acordo com as armas ao dispor e fica sujeito às consequências de um resultado ingrato, pois um empate com golos em Stamford Bridge equivale à eliminação. Mas bem pior era se revelasse a ingenuidade do alemão Klinsmann na frustrada deslocação do Bayern à Catalunha.
Pep Guardiola, que se tem passeado pela Liga espanhola e nos confrontos internacionais, tem agora oportunidade de encontrar o antídoto para o jogo de Londres, onde os ingleses serão diferentes, mas sem escancarar as portas da sua baliza.
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