Neil Lennon, treinador do Celtic, recordou os “Leões de Lisboa”, vencedores da edição da Taça dos Campeões Europeus de 1967, mas esqueceu-se de dizer que o êxito teve um sabor extra porque o adversário era o consagrado Inter de Milão, derrotado por 2-1.
No Estádio Nacional, que o treinador natural da Irlanda do Norte quer visitar com os jogadores e o troféu conquistado há 35 anos, foi palco de um espectáculo impressionante de entusiasmo, de cor, de futebol e de… cerveja.
Depois da festa no Jamor, deveres profissionais levaram-nos ao aeroporto na missão de jornalista do Mundo Desportivo para descrever o regresso dos inúmeros escoceses que se deslocaram a Lisboa. Uma noite de alegria mas também surrealista, pois centenas de adeptos do Celtic de Glasgow pernoitaram na aerogare.
Os voos charters – ainda se desconhecia o negócio dos low cost – partiram conforme o previsto, mas muitos dos seus ocupantes não aguentaram os litros de cerveja ingeridos, adormeceram no chão, entre garrafas e restos de comida, e nem deram pela partida das aeronaves que os tinham transportado para Portugal.
Passada a ressaca, seguiram para a Escócia no dia seguinte, enquanto se procedia a uma demorada limpeza das instalações.
Inacreditável e inesquecível.
Querem mais? O setubalense Mourinho não é homem para desistir.
As novas gerações já tem ouvido falar de Jaime Pacheco, nomeadamente por ser o treinador que deu o primeiro e único título nacional ao Boavista, numa época em que a equipa do Bessa lutou em pé de igualdade com os chamados grandes. Uma vitória que teve como fundamentos a personalidade de um futebolista de eleição que chegou a vestir a camisola do FC Porto e do Sporting.
Como jogador aliava a qualidade técnica ao espírito de luta. No desempenhoa das funções de treinador, graças a predicados idênticos, galvanizava os seus comandados a tal ponto de, apesar de ter à disposição alguns bons valores, as suas armas residiam na motivação, uma das razões que justificou o «escândalo» de desalojar, na época de 2000/2001, os tubarões do futebol português.
Jaime Pacheco provou agora que, apesar de mais velho, continua a ser o mesmo na longínqua China, onde se encontra há cerca de um ano. Tempo suficiente para ser considerado como o melhor treinador do ano por um jornal de Pequim, embora o "seu" actual clube (Beijing Guo An) se ter classificado em segundo lugar no campeonato.
Aqueles que não viveram os seus tempos, podem aperceber-se da sua personalidade de lutador no vídeo que acompanha a narração desta aventura em terras dos Oriente.
Nem Olhanense nem FC Porto mereciam sair do Estádio José Arcanjo com qualquer ponto. Todos admitem a diferença de potencial dos respectivos plantéis e, por consequência, serem desiguais as exigências feitas os jogadores das duas equipas. Apesar disso, a realidade não deve ser escamoteada: algarvios e nortenhos estiveram longe de se exibiram em plano aceitável, não cumprindo sequer os serviços mínimos.
Vítor Pereira considerou que a equipa trabalhou «para outro resultado». Daúto Faquirá garantiu: «Estivemos tacticamente irrepreensíveis.» Opiniões que se respeitam, mas não correspondem ao nível do espectáculo.
Os dragões, ao desaproveitarem uma grande penalidade nos primeiros minutos, além de terem moralizado os adversários, condicionaram o próprio rendimento, gradualmente menos positivo até chegar ao medíocre. Os companheiros de Hulk tinham muito tempo para virar "a sorte", mas a defesa começou a alardear debilidades nas escassas ofensivas olhanenses; não se mostraram inspirados no controlo das acções no meio-campo e, por fim, o assédio à baliza de Fabiano mostrou-se confuso, incluindo na marcação dos inúmeros cantos.
Dos algarvios esperava-se exactamente a estratégia vista sobre o relvado, só que o sector defensivo nem sempre facilitou a vida do guarda-redes; na zona intermédia conseguiram manietar o adversário, embora com falta de certeza nos passes; e nos contra-ataques sobrou fogosidade e faltou lucidez.
Assim sendo, sem golos e sem futebol de qualidade mediana, não deveria haver "distribuição" de pontos.
A vitória do FC Porto sobre o Benfica confirmou aquilo que se esperava há meses e neste blogue foi várias vezes admitido. André Villas-Boas conduziu o plantel à reconquista do título após um ano de intervalo e provocou enorme desilusão aos lisboetas, sem estofo para ver o adversário festejar em sua casa.
Num encontro em que faltou a nota artística dos encarnados, frase de tanto agrado de Jorge Jesus, embora nem sempre utilizada nos momentos certos, confirmou-se a coesão da equipa do Dragão e a capacidade do técnico e jogadores, expressas na vantagem de 16 pontos quando ainda faltam cinco jogos para o termo do campeonato.
Infelizmente sobrou o nervosismo, na origem de muitas faltas e, consequentemente, a afectar a o nível do espectáculo.
Pior do que isso, assinale-se a falta de desportivismo, reflectida no apagão e na rega "decretada" pelos responsáveis benfiquistas, em plena festa portista.
Que espertos são os portugueses...
Já viram o vídeo da chegada de Fernando Alonso
a Porto Santo. Não se contesta que o consagrado
piloto de Fórmula 1, já campeão de mundo,
deseje passar alguns dias do novo ano
em descanso, como qualquer mortal, isto é, viver
a sua vida privada sem constrangimentos.
Não se pode evitar, no entanto, críticas aos processos
utilizados para atingir esse legítimo objectivo.
O diálogo mantido no aeroporto da pequena ilha
com alguns jornalistas da imagem constitui
o exemplo acabado de um ídolo que ultrapassa,
em muito, o bom senso. As imagens são significativas
da falta de noção da sua influência nos destinos
do mundo.
A ameaça de sair de Porto Santo ao primeiro assédio
fotográfico e, pior do que isso, que faria propaganda
negativa daquele destino turístico
e, por consequência, toda a gente
deixaria de visitar a ilha vizinha da Madeira, revela
uma sobranceria impossível de adjectivar.
Talvez parvoíce.
Se eu mandasse, recambiava-o logo no mesmo avião
particular.
O sorteio da Liga dos Campeões teve a curiosidade de repetir dois confrontos da época passada. O Inter, campeão europeu em título numa final disputada em Madrid com o Bayern, voltará a encontrar os bávaros, agora nos oitavos-de-final. O treinador Van Gaal não poderá desforrar-se, por agora, de José Mourinho, pois deverá ter pela frente o espanhol Rafa Benitez. O Real Madrid voltará também a encontrar o Lyon, que surpreendeu os merengues, então orientados pelo chileno Manuel Pellegrini. Agora estará no banco o El Especial.
O calendário completa-se com os jogos Roma-Shakhtar, Milan-Tottenham, Valência-Schalke, Arsenal-Barcelona, Marselha-Manchester United e Copenhaga-Chelsea. Um mês de Fevereiro alucinante na principal competição europeia, mas com poucas novidades em termos de participantes.
Motivo para levantar esta questão:
Será possível aparecer um estreante na lista dos vencedores da prova, incluindo os da antecessora Taça dos Campeões Europeus?
O campeão voltou a perder e não se cumpriram as promessas de Jorge Jesus. Guimarães, há dias palco do frustrante empate com a selecção de Chipre, vibrou agora com o êxito do seu Vitória, e a alegria, aliás mal contida, de Manuel Machado.
Segundo os benfiquistas, desde o treinador aos jogadores e presidente - este com ameaças veladas - a terceira derrota no campeonato ficou a dever-se ao trabalho do árbitro Olegário Benquerença que, na opinião do director desportivo Rui Costa, não assinalou dois penalties contra os vimaranenses e anulou dois golos ao Benfica por foras-de-jogo inexistentes.
Que o árbitro cometeu alguns erros é indiscutível, mas deve reconhecer-se que os jogadores da Luz não estão isentos desse «pecado», incluído de novo o «insubstituível» guarda-redes Roberto. E no capítulo disciplinar será melhor não falar.
Perder algum tempo a discutir os problemas internos seria aconselhável aos responsáveis encarnados, e não enveredar por desculpas de mau perdedor.
José Mourinho, o treinador defensivo, calculista, indiferente ao espectáculo e voraz pelos resultados, segundo os seus detractores, recebeu agora os maiores elogios, oriundos de vários quadrantes, por ter conduzido o Inter a campeão europeu, 45 anos depois do último êxito conquistado pelo mago Helénio Herrera.
Mais importante de tudo quanto já vi escrito talvez sejam as palavras de um dos seus «mestres», - será que, embora nas funções de tradutor, nada aprendeu com o inglês Bobby Robson, no Sporting e no Barcelona? - o holandês Van Gaal, conceituado técnico do Bayern, ao afirmar: «Mourinho talvez tenha razão. A minha equipa não conseguiu superar a organização da equipa italiana e a defesa foi surpreendida nos lances de golo de Milito.»
Aliás, situações similares às verificadas nas eliminatórias com o Chelsea e o Barcelona e tão criticadas pelos experts, tanto nacionais como estrangeiros. Simplesmente, esqueceram-se que o mérito reside em aproveitar ao máximo, técnica e psicologicamente, as potencialidades dos jogadores para atingir as vitórias, e depois pensar no espectáculo.
Alguns italianos, entre dirigentes e treinadores, que desperdiçaram o seu talento (?) na tentativa de desgastar Mourinho ao longo de dois anos, estarão agora a avaliar os erros de estratégia, dada a resistência à pressão por parte daquele que elegeram como principal «inimigo».
A sua firmeza perante toda a espécie de desafios apenas ontem claudicou quando estava consumado a terceira vitória da época do Inter e a segunda pessoal na importante prova.
As fotografias de um Mourinho emotivo, incapaz de conter as lágrimas, reconhecido ao abraçar Van Gaal e exultante por ter concretizado o desejo do presidente Massimo Moratti, entre outras manifestações, acrescentam algo que muitos desconheciam na sua personalidade.
A concretizar-se a saída para Santiago Bernabéu, depois de uma noitada louca em Milão, talvez possa dizer que a Itália tem mais encanto na hora da despedida.
Tudo em suspenso na I Liga. A obrigação de ser rigoroso impõe que não se entre no campo dos prognósticos. Lá dizia o «outro» que nisso só alinhava depois dos jogos.
Considerar que o Sporting de Braga de Domingos Paciência fez uma época memorável atendendo às potencialidades e história do clube é uma realidade. Enfatizar o acesso, pela primeira vez, à Liga dos Campeões, embora ainda na fase das pré-eliminatórias, à custa das oscilações do FC Porto, é o menos que se pode fazer. Todos aqueles que, há meses, tornaram possível o impensável, estão de parabéns.
Do Benfica a arrastar-se pelos relvados à equipa que os dirigentes recompuseram e à qual Jorge de Jesus transmitiu uma dimensão ímpar vai um abismo. Facto incontornável que não pode ser posto em causa nem sequer levantar dúvidas qualquer que seja o pretexto.
Diferente será, em antecipação à jornada decisiva, quem andou a escrever ao longo de vários meses - com elogios ou críticas - não assumir agora aquilo que admite como mais provável.
Sem qualquer desejo secreto, admito que o Benfica reúne melhores condições para festejar o título. Jorge Jesus têm ao dispor jogadores valiosos que já demonstraram até onde podem chegar quando inspirados, actuam perante um público a viver momentos de euforia, defronta um adversário talvez mais acessível, e tem vantagem importante: dispõe de mais três pontos. Alguns destes argumentos não parecem tão determinantes quando analisados do lado dos bracarenses, visitantes do Nacional da Madeira, além de que não dependem de si próprios.
Certezas só as proporcionadas pelos participantes na Liga de Honra. Beira-Mar (campeão) e Portimonense regressam a patamar conhecido. Em relação aos algarvios distante há 20 anos; os aveirenses tinham descido em 2007.
Se os clubes têm motivos para celebrar, importa lembrar que um dos estádios (Aveiro) construído para o Europeu 2004 volta a palco de jogos do principal escalão. Justificará melhor os avultados custos de manutenção de um recinto com baixo índice de utilidade desportiva.
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