Após inesperada vitória sobre o Sporting de Braga no regresso de Manuel Cajuda à União de Leiria, sucedeu-se, ontem, uma derrota no campo do Santa Clara (3-1), nada conveniente para as aspirações do clube na Taça da Liga.
Após dois anos a treinar nos Emirados Árabes Unidos, o técnico, em entrevista publicada no site do Público, não poupa críticas ao que se passa no panorama futebolístico nacional : «Algumas coisas não me estão a cheirar bem. Continua a perder intensidade quando a deveria ganhar. E, acima de tudo, continuo sem saber quem manda: se os agentes, se os dirigentes, se os treinadores, se os jogadores. Hoje há jogadores que não jogam, fazem queixa ao empresário e o presidente do clube, porque fez um bom negócio, pressiona o treinador. Mais tarde, quem paga é o treinador.»
Não "esquece", entretanto, os companheiros de profissão: «Tenho a noção de que hoje não há treinadores modernos. Há treinadores baratos e caros. A sede de protagonismo, a vontade de aparecer, até faz com que se treine quase de borla, ganhando um prémio no final do ano. Há equipas que contratam treinadores baratos e pensam que, se correr mal, os mandam embora. Mas ficam a pagar a dois e três no mesmo ano. E não estou a falar da União de Leiria.»
Aos 60 anos e responsável por equipas desde 1984, Manuel Cajuda tem muitas histórias para contar e não considera tudo negativo: «Penso que todos evoluíram, embora não seja tudo perfeito. Dá gosto comparar a facilidade de aquisição de conhecimentos. Quando comecei a treinar, tive de ir a Huelva para comprar um livro sobre futebol, porque em Portugal não havia. Hoje não é preciso sair de casa.»
E lá surge uma alfinetada: «Só tenho pena por agora não vivermos na época do conhecimento, mas sim dos conhecimentos.»
Manuel Cajuda dixi!
Concretizou-se o divórcio. O Vitória de Guimarães despediu o treinador. Consequência de uma entrevista que Manuel Cajuda concedeu a O Jogo e na qual não poupou críticas à orientação imprimida ao clube, nos últimos tempos, pelo presidente Emílio Macedo.
Sempre defendemos que qualquer funcionário de uma empresa não deve divulgar na praça pública eventuais problemas internos de uma empresa - clube neste caso -, a menos que os responsáveis da entidade patronal se mostrem irredutíveis em ouvir aqueles que podem contribuir para o seu sucesso.
Desprezar opiniões, apenas porque pertencem a elementos de hierarquia inferior, e fazer tábua rasa de conselhos válidos, não dignificam os patrões, pelo contrário conduzem-nos a tempos em que imperava a ditadura.
Emílio Macedo optou, a avaliar pela sucessão de acontecimentos, por despedir quem ousou contrariá-lo, e isso demonstra o seu perfil como homem e gestor.
Felizmente, ainda há neste país pessoas da têmpera de Manuel Cajuda. Bem haja.
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