A recente derrota do Barcelona em Santiago Bernabéu moralizou os jogadores do Real Madrid, agora apenas a um ponto do grande rival na Liga.
Sentimento expresso na afirmação do guarda-redes Iker Casillas: «O nosso objectivo é pensar no que está a seguir, por isso queremos chegar à liderança antes do Natal».
O capitão do Madrid não deve conhecer a realidade vivida até há poucos anos no Sporting. Era precisamente no Natal que perdia todas as ilusões criadas no princípio de cada temporada.
Importa ter cuidado com as palavras...
"O Barcelona conquistou a Supertaça da Catalunha, depois de vencer, nas grandes penalidades, o histórico rival Espanhol". Esta notícia seria banal caso não existissem outras razões para além de um jogo de futebol.
Foi a primeira vez que tal aconteceu na região autónoma.
Não é uma prova do calendário de Espanha nem da UEFA.
Significa apenas que alguns políticos catalães recorrem à força do futebol na "cruzada" para se libertarem da tutela de Madrid, reivindicação que o Governo central se recusa discutir.
A Liga Portuguesa de Futebol Profissional, já antes de ter como primeiro presidente Valentim Loureiro, eleito em 22 de Setembro de 1988 (a posse aconteceu a 10 de Fevereiro do ano seguinte), teve uma gestação e um parto difíceis. Ao relembrar algumas dos acontecimentos posteriores, praticamente desde sempre, a instituição nasceu com doença incurável.
Não interessam nomes, sejam de Luís Duque ou dos proponentes do antigo dirigente de Alvalade - presidentes do Benfica (Luís Filipe Vieira) e FC Porto (Pinto da Costa), e o comportamente do ainda responsável da Liga (Mário Figueiredo) para se perceber que não se pretende uma construir uma entidade unida e disposta a defender os interesses de todos os filiados, mas manter a desunião para atingir interesses parcelares.
À vista está mais uma machadada na credibilidade do futebol nacional.
A carreira de Nuno Espírito Santo ao serviço do Valência estava a supreender. Sem derrotas na Liga, a visita à Corunha não era encarada com maior preocupação do que os anteriores embates.
«Tantas vezes vai o cântaro à fonte que numa delas parte-se a asa», diz o ditado. Aconteceu agora com um dos treinadores portugueses a fazer sucesso no estrangeiro, ao sofrer uma derrota pesada (3-0, na Corunha).
«Uma equipa que quer estar na Champions não vai ter duas derrotas seguidas», foi a reacção de Nuno Espírito Santo, referindo-se à próxima visita do Elche.
Determinado e esclarecido, como já se tinha apresentado desde que assumiu as funções de técnico, indicou o caminho: «Quando analisas um jogo destes tens que sentar-te e, depois, trabalhar e ser mais rígido. Vamos dar uma resposta diferente diante dos adeptos no próximo jogo e voltaremos a ser a equipa com caráter que temos sido até aqui».
Assim seja...
Aconteceu o menos previsível. Ninguém contesta que Alvalade aproveitou jogadores da formação e contratou alguns estrangeiros com valor que há muito tempo não se via em Alvalade. Inegável que o trabalho de Marco Silva está a corresponder às expectativas criadas ao serviço do Estoril.
Por outro lado, são vastos os elogios ao plantel dos portistas e todos acreditavam que o novo responsável técnico, o espanhol Julen Lopetegui, faria esquecer a Pinto da Costa a decisão pouco conseguida de contratar Paulo Fonseca na época passada.
No primeiro embate da época, em Alvalade, para a I Liga, os lisboetas consentiram um empate, mas a impressão deixada pelos portistas não foi convincente, sensação que se mantém desde essa altura, apenas com alguns "fogachos". Mesmo assim, a continuidade na Taça de Portugal parecia mais acessível aos anfitriões, embora se saiba que futebol não é uma "ciência" exacta.
Justo foi, no entanto, o apuramento do Sporting. Começam a soar a falso as frequentes desculpas de Lopetegui, incluindo eventuais lapsos de arbitragem.
Os leões, exibiram-se, colectiva e individualmente, uns furos acima dos dragões, que têm de arrepiar caminho, pois os seus adeptos já demonstram demasiado descontentamento.
José Mourinho está sempre presente na ribalta internacional. Dois casos recentes revelam a sua personalidade, adjectivada das mais diversas maneiras. Sobre o facto de Vicente del Bosque ter utilizado Diego Costa - derrota (2-1) da Espanha na Eslováquia, na qualificação do Europeu 2006 - sem estar nas melhores condições físicas, o português foi lacónico: «Não costumo falar com os seleccionadores sobre esses casos. Alguns telefonam-me a pedir informações, mas creio que não vale a pena perder tempo com isso, pois não se podem evitar as decisões dos responsáveis das selecções.
Do realismo à ironia. Criticado pelos treinador e assistente do Aston Vila por pretender cumprimentá-los antes de terminado o encontro em que o Chelsea venceu por 3-0, não demonstrou arrependimento e limitou-se a responder: «Aprecio esses comentários. Penso que Paul Lambert e Roy Keane são bons exemplos de pessoas polidas e bem educadas, e eu sou um homem humilde que tenta aprender cada dia, através de cada experiência.
José Mourinho não ficou por aqui e perante a pergunta se voltaria a ter a mesma atitude, disse laconicamente: «Sim!» Ninguém fica sem resposta se der oportunidade ao Happy One.
O treinador do Atlético de Madrid irritou-se com os seus jogadores no regresso dos internacionais das respectivas selecções. No treino em que juntou a maioria do plantel, incluindo participantes em equipas nacionais mais jovens, exigiu que se entregassem ao trabalho com mais empenho, de tal forma que as suas palavras foram perceptíveis pelos jornalistas que aguardavam no exterior do recinto pelo termo da sessão.
Diego Simeoni contestava o facto dos calendário das selecções não ser compatível com as exigências dos clubes. Alerta para o inconveniente da proliferação dos calendários nacionais e internacionais nos países mais evoluídos, com orçamentos elevados e, naturalmente, pressionados pela conquista de títulos.
Não tardará o dia em que o futebol mundial terá de rever processos. Riscos incomportáveis, de diferente natureza para jogadores e investidores, tornar-se-ão inevitáveis e perigosos.
Passado tanto tempo sobre a atribuição do Mundial de 2022 ao Qatar e da suspeita de votação viciada, a FIFA deixa passar o tempo sem nada fazer.
De repente, no entanto, Michel Platini defende nova escolha caso se provem rumores de corrupção. Aliás, o presidente da UEFA está de acordo com tudo e parece nunca ter pensado em nada.
Confirma que votou no Qatar, sem ter sofrido pressões, para se desenvolver o futebol naquela área. Quando se levantou a questão das temperaturas aprovou a realização dos jogos no Inverno. Finalmente, no caso de irregularidades, defende a escolha de outro país para a competição que se seguirá à da Rússia.
Declarações que podem ter várias leituras. Uma delas é pressionar Joseph Blatter, a quem gostaria de suceder no organismo máximo do futebol mundial.
A "magia" de Quaresma e Cristiano Ronaldo colocaram agora os portugueses a sonhar. Como erá lógico, dada a importância dos dois jogos, Fernando Santos sofreu muito mais na Dinamarca do que em França.
Houve alguns progressos na movimentação da selecção, mas a nota dominante residiu em nova demonstração de incapacidade para ultrapassar adversários bem "arrumados", do meio-campo às linhas mais recuadas. Além disso, a equipa de Morten Olsen tem avançados possantes, dinâmicos e rematadores.
Parecia escrito, quase no final do tempo regulamentar, que não haveria golos no Estádio ParKen, mas a história seria diferente. «Quem tem Cristiano Ronaldo», disse há dias o seleccionador português, «pode esperar tudo». Se a ele acrescentarmos, quase no quinto minuto da compensação, a presença de Quaresma, solicitado na direita e teleguiar a bola para a cabeça do seu ex-companheiro do Sporting, três pontos conquistam-se no último segundo.
Convém, no entanto, não confiar em situações esporádicas, e ser mais rápidos e certeiros nas acções atacantes. Caso contrário, o Europeu de França será uma miragem.
Fernando Santos e os jogadores chamados a defrontar a Dinamarca têm hoje a grande oportunidade de inverter a tendência negativa da selecção na qualificação para o Euro 2006.
Alguns teóricos, conhecidos por treinadores de bancada e experts em posturas mediáticas, embora benevolentes nas análises criticaram o seleccionador por certas opções tácticas, como se fosse possível em poucos dias ver em campo uma equipa em pleno no Stade France a vencer a França, o que não acontece desde um ano depois da Revolução dos Cravos.
O saudoso José Torres teve uma frase que ficou na história antes de um jogo na Alemanha - «deixem-me sonhar!» O sonho transformou-se em vitória, embora a qualificação para o Mundial do México se tenha saldado, por outras razões, numa das várias jornadas vergonhosas do futebol português.
O momento actual aconselha transmitir uma outra mensagem a Fernando Santos. «Deixem-no trabalhar», por exemplo.
O rescaldo do jogo entre Portugal e a França terá oferecido mais alguns motivos de análise sobre a personalidade de Cristiano Ronaldo. «A selecção nunca foi perfeita. Acho que ficou demonstrado que estamos no bom caminho e que é o sistema certo para os jogadores que temos. Gostei do que vi, com jogadores a um nível muito grande, a jogarem bem e com confiança. O futuro será risonho. Eu gostei. Perder nunca é bom, mas precisamos de testes e é melhor perder nos particulares do que nos jogos a valer».
Do velado elogio ao novo seleccionador, mais tarde bem explícito, passou a um desmentido sobre notícias vindas a público sobre a saída de Paulo Bento: «Que eu saibia, quem manda na selecção é o presidente da FPF, e já cá estou há 11 anos. Jamais um jogador ou um grupo de jogadores influenciaria numa decisão dessas. São situações que me deixam triste e desiludido».
Depois entrou em comparações, no mínimo prematuras: «Fez um trabalho excelente. Mudou a mentalidade dos jogadores e dos portugueses. Mas o ciclo dele acabou. Estamos muito contentes com Fernando Santos. Tem feito um trabalho extraordinário, com novos métodos e novos jogadores. Temos de respeitar».
Por fim: «Tento ficar com as coisas positivas de cada treinador. Desde mister Boloni até Ancelotti e, agora, Fernando Santos. Aprendo muito com eles e fico com as situações positivas. Com o Paulo Bento, foi igual».
E José Mourinho? Nem uma palavra. O futebolista não teve, certamente, apenas uma ligeira "branca" na memória.
Passaram muitos meses sobre a última vez que escrevi um post neste blogue. Razões várias impuseram este prolongado silêncio, que um dia se compreenderá.
As alterações impostas na seleccão principal de futebol, curiosamente ainda por explicar, pois não aconteceram depois da desoladora prestação no Mundial do Brasil, mas na sequência da inesperada derrota na visita da Albânia, colocaram Fernando Santos no lugar de Paulo Bento.
O novo sleccionador teve a estreia com a França e manteve-se o ciclo de derrotas, apesar da remodelação no critério de escolha dos jogadores, com chamadas de alguns veteranos, alheios há anos da camisola das quinas, e de jovens a despontar nos últimos tempos.
A derrota no Stade de France não constitui surpresa, tal como alguns lapsos de elementos ainda à procura de se integrar nas ideias do novo reponsável técnico. O facto de Cristiano Ronaldo não confirmar a veia goleadora no Real Madrid estará ligada a este factor.
Conclusão: um resultado airoso, dada a capacidade do adversário, não escondeu a falta de eficácia dos últimos tempos do futebol português em confrontos com equipas estrangeiras, mesmo as menos conceituadas. Afinal, nada de novo em relação aos primeiros resultados dos clubes nas duas provas europeias.
Só o confronto com a Dinamarca poderá esclarecer se Fernando Santos conseguirá inverter a tempo esta tendência. Caso contrário, mais uma oportunidade perdida.
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