Terça-feira (dia 24) foi de boas notícias para o Sporting de Braga. No aspecto desportivo, Jesualdo Ferreira ainda não conseguiu estabilizar o rendimento do plantel.
As boas novidades surgiram nos capítulo económico e financeiro, já que as contas relativas à temporada 2002/2003 saldaram-se por lucros de 5,4 milhões de euros.
António Salvador alcançou ao longo dos últimos tempos um crescimento sustentável, já que o clube apresenta resultados positivos há cinco anos, com valores aproximados nos últimos quatro.
Dos números a apresentar na assembleia de accionistas conclui-se que o clube minhoto tem um presidente com rara perspicácia na direcção de um clube, mantém uma direcção coesa e não permite leviandades de gestão.
Salvador é apenas apelido e nada tem a ver com os processos seguidos por alguns dirigentes que procuram comprar uma posição na ribalta.
Segunda-feira (dia 23) de notícias sobre exposições e processos. Um clube e um dirigentes associativo são os protagonistas: FC Porto e Nuno Lobo.
Um resumo dos casos, seguindo o horário das informações vindas a público.
O presidente da Associação de Futebol de Lisboa revela, na sequência do Estoril-FC Porto :«Vou avançar com uma queixa-crime contra dirigentes portistas por agressão e injúrias verbais, das quais são testemunhas as pessoas que estavam nos camarotes adjacentes. A própria Guarda Nacional Republicana (GNR) identificou essas pessoas para testemunharem no processo-crime. Aliás, toda a gente que estava na bancada viu o que se passou.»
Horas depois, um elemento afecto ao clube do Dragão revela à agência Lusa que Nuno Lobo «está a tentar uma manobra de diversão e será processado judicialmente por estar a mentir, como o pode atestar quem esteve no local.»
Nesse dia, mais tarde, adianta-se que o FC Porto iria fazer uma exposição à UEFA sobre alegados comentários racistas do presidente da AFL através da rede social Facebook. ao futebolista Hulk, agora a actuar no Zenit da Rússia. Acrescente-se que este assunto ocorreu entre Fevereiro e Abril de 2011, antes do dirigente associativo ser eleito presidente da AFL.
Não há vergonha em certos agentes do futebol português.
Domingo (dia 22) para esquecer. O azar do Guimarães na visita do Benfica; os incidentes no final deste encontro, nos quais desnecessariamente participou Jorge Jesus; as infelizes palavras do treinador Paulo Fonseca depois do FC Porto ceder um empate no Estoril; por fim, a polémica em torno da arbitragem dos dois jogos.
Um remate de Cardozo esteve na origem do golo da vitória da equipa da Luz. A bola bateu no peito de Marco Matias e traiu o seu colega da baliza Douglas. Nessa altura já Rui Vitória tinha em campo menos um jogador por expulsão de Addy. Mais um contributo para o mau espectáculo oferecido pelas duas equipas. Apenas os adeptos da Luz estavam satisfeitos, mas o excesso de entusiasmo acabou por originar comportamento incorrecto de Jorge Jesus.
O FC Porto, ao sétimo jogo, não ganhou na Amoreira e Paulo Fonseca digeriu mal a perda de dois pontos. Nos comentários à partida voltou as baterias para um colega de profissão.
«Quero dar os parabéns ao Jorge Jesus, que conseguiu jogar em três campos. Houve uma clara influência da equipa de arbitragem. Parabéns a quem condicionou, não apenas este, mas também o jogo do Sporting. Quem ganhou foi a estratégia de Jorge Jesus. Não tenho dúvidas que as preces de Jorge Jesus foram ouvidas.»
Há dias em que o melhor é estar calado.
O empate conseguido pelo Rio Ave em Alvalade pode considerar-se uma surpresa, dado o rendimento dos lisboetas desde o início da época. No entanto, um dia menos positivo constituiu apenas a confirmação do que aconteceu na temporada passada, na qual os vila-condenses ganharam três jogos aos leões.
A reacção de Leonardo Jardim sobre uma grande penalidade a favor do Sporting ignorada pelo árbitro Carlos Xistra que constitui algo de invulgar.
Eis as palavras do treinador: «Não vale a pena estar a falar dos prejuízos e benefícios. As equipas que são beneficiadas não falam quando o são e só falam quando não são. É uma hipocrisia e não entro nesse campo».
Exemplar discurso de alguém que não alinha em lugares comuns e desculpas.
A UEFA vai dar mais uns rebuçados para satisfazer as ambições desportivas dos clubes. O mesmo já tinha acontecido com as financeiras, embora agora tente impor um travão com o chamado fair-play nas finanças.
Dentro de duas épocas, o vencedor da Liga Europa, por exemplo, tem lugar no play-off da Liga dos Campeões da época seguinte, mas em determinadas condições até pode entrar directamente na fase de grupos.
A prova principal terá um máximo de cinco clubes por país, contra os actuais quatro. Na Liga Europa, as benesses apontam para mais clubes com acesso directo à fase de grupos.
Quer isto dizer que continua a descaracterização das provas. Aconteceu quando aumentaram o número de "campeões" por países; acabaram com a Taça das Taças; e substituíram a Taça UEFA pela Liga Europa, cujo regulamento da competição já foi alterado pelo fracasso das primeiras edições.
No futebol, não há fome que não dê em fartura em termos de jogos. No aspecto financeiro copia o capitalismo selvagem em desenfreada progressão.
O Vitória de Guimarães viu a luz ao fundo do túnel. Presenteou, no Minho, o Rijeka com quatro golos e entrou em via larga na primeira jornada da fase de grupos da Liga Europa.
Os mais "invejosos" podem dizer que os croatas não mostraram grande envergadura para andar nestas andanças. Além da inspiração ofensiva, os comandados de Rui Vitória não subestimaram o adversário e lutaram pela vitória desde o início. O melhor caminho para aguentar a entrada vigorosa do adversário, razão pela qual o primeiro golo surgiu apenas próximo do intervalo, por Abdoulaye (36).
Seguiu-se um festival de golos que oferece todas as garantias para a deslocação à Croácia.
O Estoril, depois de eliminar dois adversários nas pré-eliminatórias, teve uma estreia menos conseguida na primeira fase importante da prova.
O Sevilha tem um potencial, de dinheiro e experiência internacional, superior à equipa orientada por Marco Silva. Ao quinto minuto da segunda parte cedeu um golo e, apesar do empate ainda em tempo útil, acabou por consentir novo tento que complicou o apuramento a decidir na Andaluzia.
Do Paços de Ferreira, ao sétimo jogo da época, não se acreditava que tivesse antagonista ideal. As previsões concretizaram-se e a Fiorentina obteve três golos de vantagem em Itália.
Abel Xavier tem de conviver com as consequências da sétima derrora consecutiva.
Depois de descer no ranking da FIFA, o actual panorama não permite melhores perspectivas nas competições europeias, pelo menos dentro de um ano.
Quem diria que o FC Porto, no relvado do Estádio Ernst Happel de Viena, teve uma exibição merecedora de elogios? Apenas o treinador dos Dragões.
«Estou contente acima de tudo, porque era importante vencer e somar estes primeiros três pontos. Conseguimos o nosso objectivo. Comprovámos que esta equipa tem qualidade. Penso que fizemos um jogo inteligente e pragmático». considerou Paulo Fonseca.
Satisfação por somar os três pontos é legítimo na estreia no campo de qualquer adversário, mesmo perante o Áustria. Que o treinador dispõe de bons jogadores e já montou um esquema táctico suficiente a nível interno também é uma realidade.
Quanto à equipa ter apresentado um futebol de qualidade perante aquele que todos diziam ser o conjunto mais fraco do grupo, só se pode discordar.
Na primeira parte nada se viu. Depois do intervalo, de realçar certos ajustamentos positivos à manobra anterior e, sobretudo, a tabela entre Lucho González e Danilo, superiormente concluído pelo primeiro.
De pragmático nada se viu de especial. Cautela foi aquilo que sobressaiu nos momentos finais da partida, que só não resultou em alteração do resultado pela falta de engenho dos anfitriões na concretização.
Tudo isto não invalida a justiça da vitória portista. Apenas a "narrativa" de Paulo Fonseca parece pouco realista.
Jorge Jesus procedeu a sensíveis alterações na equipa para receber o Anderlecht, tanto a nível de jogadores como em termos tácticos. Apesar de constante agitação na linha lateral, atingiu a trintena de minutos com a vantagem de dois golos, e os belgas dominados em todos os aspectos ecom fragilidades na defesa.
O regresso de Cardozo animou as bancadas. O mal-amado durante meses devolveu uma assistência de Enzo Peréz, cujo remate obrigou o guarda-redes Silvio Proto a largar a bola, lance aproveitado com sucesso por Djuricic. Facilidade que se repetiu mais tarde, com o central Luisão a aumentar a vantagem com o pé em jogada excelente a culminar centro de André Almeida, outra surpresa como defesa.
O Anderlecht, depois do intervalo, apareceu mais audaz, na tentativa de explorar o ataque, o sector com mais qualidade. O guarda-redes Artur teve mais trabalho, mas beneficiou da tendência dos holandeses para esquecer o fora-de-jogo. Caso contrário, Jorge Jesus teria sofrido ainda mais, embora no final tenha abordado a estafada frase da gestão do plantel.
«Estamos na Liga dos Campeões com as melhores equipas, jogadores e treinadores. É a competição com mais qualidade e em que todos querem estar inseridos. Na segunda parte, quisemos gerir o resultado. A Champions não é como os campeonatos dos países. Na segunda parte, o Anderlecht equilibrou o jogo. Gostava muito que o Benfica estivesse os 90 minutos a massacrar o adversário, mas estamos numa prova em que isso não é possível», enfatizou o técnico da Luz.
Para alguns, a avaliar pelos resultados desta primeira jornada.
Jesualdo Ferreira não esperaria enfrentar tantas preocupações quando decidiu regressar ao Sporting de Braga. Começou com a surpresa da derrota em Barcelos, mas a primeira desilusão foi o afastamento da Liga Europa pelos desconhecidos romenos do Pandurii, surpreendentemente apurados com uma uma vitória na Pedreira.
A recente visita do Estoril ao Minho também causou problemas e demonstrou que a equipa ainda não atingiu o patamar dos últimos anos. Recuperou da desvantagem de um golo através de dois lances de Alan, mas a defesa revelou momentos de perturbação com os
contra-ataques rápidos da equipa da Costa do Sol, que lhe valeram mais um golo, numa altura em que as hostes locais tinham serenado com um remate de Custódio.
Um percurso oscilante que, no plano interno, se reflecte apenas na desvantagem de dois pontos para o líder FC Porto e um em relação aos leões.
A Jesualdo Ferreira parece destinada uma temporada mais complicada do que quando contribuiu para estabilizar o Sporting de Braga no topo do futebol português.
Montero, mais uma vez, indicou aos companheiros o caminho das balizas. Apesar de não restarem dúvidas sobre a melhoria da equipa orientada por Leonardo Jardim, foi concedido demasiado tempo ao Olhanense até desfazer a igualdade.
Afinal, no regresso das cabinas bastaram nove minutos para tudo se decidir, primeiro através do colombiano ao marcar o sexto tento em quatro jogos da Liga; depois através de André Martins (estreia a marcar).
Evidente uma melhoria substancial em relação ao mesmo período do ano passado, quando o nome do Sporting já andava pelo meio da tabela.
Leonardo Jardim fez uma revolução no futebol de Alvalade com redução de despesas e recurso a elementos da casa.
A incógnita reside em verificar se as suas ideias estão perfeitamente assimiladas pelos jogadores, pois os compromissos futuros serão cada vez mais exigentes.
No dia em que Luizão completou dez anos ao serviço do Benfica, Garay, o outro defesa central, foi a figura do encontro com o Paços de Ferreira ao marcar dois golos e tranquilizar Jorge Jesus. Além das estreias de Siqueira e Fejsa, de salientar o regresso de Cardozo à titularidade, o final de um incidente que nunca deveria ter acontecido.
Sem brilhantismo, os encarnados mostraram rendimento mais positivo em comparação com as últimas exibições, sinal que o treinador começa a acertar as agulhas. De referir, contudo, que beneficiaram das facilidades defensivas dos pacenses, que finalmente marcaram o seu primeiro golo no campeonato.
O FC Porto, como se esperava, não teve dificuldades perante um Gil Vicente demasiado macio e sem estofo para vigiar Varela e Jackson, autores dos dois golos, ambos em recargas a defesas incompletas do guarda-redes Adriano. Os campeões continuam, portanto, com a vantagem pontual sobre os benfiquistas.
Agora, qualquer das equipas pensa nos embates internacionais da Liga dos Campeões. Compromissos de maior dificuldade em relação aos caseiros.
«Esta paragem beneficia mais o Olhanense e prejudica o Sporting. O Sporting viu-se privado de mais de 50% dos atletas que estavam a jogar, muitos com viagens de longa distância e outros que não jogaram pelas selecções e perderam ritmo. O Sporting não teve nenhuma vantagem com a paragem», considerou Leonardo Jardim na antevisão do encontro a realizar, no domingo, no Algarve.
Curioso contraste destas afirmações do treinador de Alvalade com as proferidas pelo seu homólogo do FC Porto, que receberá o Gil Vicente um dia antes e reportando-se a caso idêntico.
«Não sendo uma situação ideal, não pode servir de desculpa para nada e temos que conviver com ela», disse Paulo Fonseca, que considerou os barcelenses «a equipa-surpresa» do início do campeonato.
Sem qualquer intenção especulativa, eis duas mensagens diferentes que servem para avaliar a personalidade de treinadores com experiências diferentes.
Jorge Jesus foi um dos treinadores que defenderam a antecipação do encerramento das inscrições no início da temporada. Questão levantada no 15.º Fórum de Treinadores de Elite da UEFA por André Villas-Boas (Tottenham) que teve outros defensores, embora com reticências de alguns clubes, por só fazerem aquisições com a certeza de participação numa das duas provas europeias.
De qualquer maneira, o técnico do Benfica lembrou: «Foi importante que acabassem as inscrições, e neste momento todos os jogadores estão mais concentrados e focados. Bati-me no fórum da UEFA para que as transferências terminem antes de 31 de Agosto.»
O lançamento do encontro com o Paços de Ferreira foi também aproveitado para analisar os pontos cedidos pelo Benfica à terceira jornada. Situação que, no entanto, não parece preocupar o técnico da Luz: «O campeonato está no início. O jogo que empatámos foi em Alvalade, mas esse resultado é dentro do contexto do que é esse jogo, e o único resultado negativo foi na Madeira. Ainda temos muitos pontos para ganhar e perder.»
Palavras que só fazem sentido se o mesmo acontecer aos adversários, em principal, neste momento, ao FC Porto.
Neymar foi o espectáculo. A equipa de Scolari sambou em ritmo de treino para o Carnaval. Portugal limitou-se, a partir do terceiro golo, a aceitar o seu fado.
A ausência de Cristiano Ronaldo não serve de desculpa para a diferença do futebol praticado pelas duas equipas, tal como as substituições (cinco em cada selecção).
Paulo Bento ainda viveu a ilusão do primeiro golo do desafio pertencer a Raul Meireles, mas cedo surgiu o empate por Thiago Silva. Começou nesse momento o festival Neymar. Depois da assistência para o empate, a nova estrela do Barcelona assinou um golo de antologia antes do intervalo e voltou a ser a "muleta" no tento de Jô.
Nada a dizer do resultado, mas Paulo Bento encontrou explicações: «Temos de melhorar a agressividade com que devemos jogar e não só defensivamente. A segunda parte foi muito insípida, até porque o terceiro golo do Brasil acabou com o jogo.» A sua nota positiva: «Este resultado acabou por ser bom para o jogo que vamos ter com Israel. Aprendemos sempre quando perdemos.»
Assim seja...
Itália e Holanda foram as primeiras selecções europeias a assegurar a presença na fase final do Mundial do Brasil.
Os holandeses, sob a orientação de Louis van Gaal, repetiram o que aconteceu há quatro anos e estarão na gala do futebol pela décima vez.
Cesari Prandelli garantiu, com inesperada facilidade, a 18.ª presença da Itália, com significativos êxitos no historial da prova.
Mais cinco países já tinham conseguido essa situação, e a vitória sobre Israel garantiu praticamente à Rússia a viagem à América do Sul. Portugal perdeu com aquele resultado, certamente, a oportunidade de qualificação directa. Compete-lhe lutar por um lugar no play-off através de resultados que superem algum dos outros candidatos.
História repetida, embora em sentido diferente da selecção holandesa.
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