CARTÃO
VERMELHO
À POLÍTICA
DOS LÍDERES
EUROPEUS
Dragões sofreram na Ucrânia, mas Hulk garantiu, para já, a presença na Liga Europa. O apuramento para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões fica agora dependente de um triunfo na visita ao Porto dos russos do Zenit, na última jornada da fase de grupos.
O primoroso passe de João Moutinho permitiu ao brasileiro um tardio mas excelente golo, preponderante num confronto entre equipas que estiveram longe do seu melhor. Quando se entrava no tempo de compensação, Rat desviou a bola, num remate de Maicon, para a própria baliza.
Vítor Pereira considerou que o «jogo anterior [derrota com a Académica] está morto e enterrado».
Palavras que se compreendem pelo facto de as portas principais da Europa continuarem abertas.
Aquilo que se viu em Donetsk, no entanto, aconselha muitas cautelas.
O Benfica estava a viver momentos difíceis quando Pablo Aimar, inesperadamente a jogar de início frente em Manchester, teve mais um dos seus rasgos de génio e estabeleceu a igualdade. Naquele lance ficou decidido o apuramento dos portugueses para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões, embora só após a última jornada se decida quem beneficiará do privilégio de ocupar o primeiro lugar.
Jorge Jesus começou cedo a ter razões para estar satisfeito, pois ao terceiro minuto uma iniciativa de Gaitán obrigou Phil Jones a introduzir a bola na própria baliza. Naquela altura nada era definitivo, mas um golo de vantagem dava esperanças, pois o rendimento dos comandados de Alex Fergusson tem-se mostrado muito irregular nos últimos tempos.
De qualuer forma a reacção surgiu, por Berbatov (30 m) e Flechter (59), e Old Trafford acreditou na vitória e na rectificação do empate da Luz.
Puro engano, pois Aimar, ainda antes de ser substituído, fez aquilo que não conseguia há sete anos nesta competição. Marcou um golo verdadeiramente de ouro, dado que a intensa pressão dos britânicos na fase final da partida já não alterou o resultado.
Agora é ganhar na Luz ao Otelul Galati para acbar como líder do grupo.
Os belos tempos do Dragão já são uma saudade para André Villas-Boas. Os primeiros jogos como treinador do Chelsea foram prometedores, mas uma sequência de resultados negativos, o último dos quais em Stamford Bridge frente ao Liverpool, estão a desiludir os adeptos e a proporcionar especulações por parte da comunicação social.
O treinador português lembra que «o Chelsea não pagou 15 milhões de euros ao FC Porto para agora me pagar outra fortuna [23 milhões, segundo se afirma] para eu sair.»
Reconheceu, no entanto, depois da terceira derrota nos últimos quatro jogos, que «a situação na Liga não é boa, mas não é impossível, a crença existe. Recuperar 12 pontos é difícil e temos de entrar numa grande sequência de vitórias para encurtar a distância.»
Tudo depende dos humores do presidente Roman Abramovich, desde há anos a lutar pela presença do seu amigo holandês Guus Hiddink - agora liberto de compromisso ao ser despedido da selecção da Turquia - a tempo inteiro em Stamford Bridge. E mais do que isso: quem não conquistar a Liga dos Campeões tem, mais cedo ou mais tarde, a porta da rua escancarada.
Villas-Boas deve saber que "desperdiçar" euros não é problema para o milionário russo, a sonhar com aquele troféu como uma criança por um brinquedo.
Sporting e Braga dão os primeiros passos para entrar na lista dos clássicos do futebol português.
Alvalade assistiu a mais um bom jogo entre equipas que demonstraram uma atitude positiva em termos atacantes, mas os leões resolveram a contenda até aos 22 minutos com um excelente golo de Capel e uma intervenção instintiva de Insúa.
Nas palavras dos técnicos, embora discordantes em alguns aspectos, está contido o filme do jogo.
Domingos Paciência, considerou: «Foi um jogo especial na medida em que nos permitiu passar numa competição em que o objectivo é chegar à final e ganhar. Foi especial porque defrontei uma ex-equipa, que tem estes grandes jogadores e que nos criou dificuldades. No início, o Braga sempre foi uma equipa muito forte na transição, e acabou por criar duas situações, depois fizemos os golos. Tivemos mais dificuldades a sair na primeira parte, por culpa do adversário, mas o resultado é justo, porque tivemos outras situações.»
Leonardo Jardim, seu sucessor no AXA, pensa que a sua equipa não obteve os pontos que merecia: «O resultado não traduz minimamente o que se passou em campo. O Braga foi dominante na primeira parte, em todas as variáveis do jogo, menos na finalização e eficácia. Na segunda, com menos um jogador, tivemos uma atitude dinâmica e sempre positiva, a discutir o resultado. Não existem vitórias morais, mas a equipa teve um empenho importante.»
Cada um com a sua verdade.
O escândalo aconteceu em Coimbra. O FC Porto, que há 41 anos não perdia na Lusa Atenas, foi eliminado da Taça de Portugal por um resultado fora de todas as previsões (3-0).
Vítor Pereira viu a sua equipa confirmar as vozes que apontam para uma crise entre os campeões nacionais, embora o presidente Pinto da Costa manter a confiança no técnico e usar do seu prestigio para acalmar os adeptos mais cépticos.
E o destino reservou uma coincidência que não terá sido muito agradável para Vítor Pereira: no outro banco estava um ex-colega do FC Porto, Pedro Emanuel, também colaborador de André Villas-Boas na época transacta.
O mau rendimento dos dragões está bem expresso nas palavras do responsável pela orientação da equipa: «Perante um jogo destes não há justificação possível. Foi um jogo muito mal conseguido, não há ponta por onde se lhe pegue. A equipa não existiu, foi uma vitória justíssima da Académica.»
Está tudo dito. Resta a Vítor Pereira voltar a encontrar a ponta...
Passou por muitos problemas em Alvalade. Dispunha de um plantel de mediana qualidade, o presidente da altura seguiu uma política de minimizar os custos e a produção da equipa de futebol oscilou em demasia. A um jogo bom sucediam-se dois ou três maus.
Em qualquer circunstância, Paulo Sérgio manteve a serenidade, defendia os jogadores. Até que um dia resolveu não aguentar a falta de apoio de uma organização sem rumo definido e bateu com a porta.
Esta temporada, inesperadamente, foi contratado pelo Hearst, clube escocês que dificimente rivaliza com o Celtic ou o Rangers, mas calmamente o treinador português foi-se impondo à consideração dos dirigentes e dos adeptos, que até lhe dedicaram uma música.
Costuma dizer-se que um homem não é de ferro, e mais uma vez se confirmou a sabedoria popular. Uma derrota em Outubro, frente ao Kilmarnock transtornou o homem calmo. Um golo que deu origem a um pontapé no banco de suplentes e a cinco jogos de castigo aplicados pela Federação da Escócia.
Mais um epísódio na vida de treinador que servirá de ensinamento.«Temos de ter muito cuidado com o que dizemos. Fui expulso por ter pontapeado o banco de suplentes. Não sabia que era proibido fazê-lo. Fi-lo para exteriorizar o que sentia e acho que era bem claro para todos.»
Nem um banco se pode maltratar naquelas paragens britânicas...
Johan Cruyff foi um extraordinário jogador e também deu alguns títulos como treinador ao Barcelona, do qual é presidente honorário.
Qualquer ser humano tem defeitos, e o holandês, amante de Espanha e, em especial da Catalunha, tem uma língua viperina. Ataca, em artigos ou declarações públicas em todas as direcções, excepto em Pep Guardiola.
O alvo é agora Van Gaal, treinador de créditos firmados mas que não conseguiu repetir êxitos anteriores no Bayern de Munique e foi despedido em Abril.
O Ajax, a quem já ofereceu alguns títulos, contratou-o como director-geral, e Cruyff, elemento da direcção do prestigiado clube holandês, ao conhecer a decisão dos colegas, não teve papas na língua: «Eles enlouqueceram.»
Um descanso para José Mourinho durante algum tempo.
Se os seis golos que os portugueses marcaram à Bósnia no encontro que ditou o apuramento para a fase final do Europeu 2012 devem ser lembrados ao longo dos tempos, não será menos curioso registar as reacções de Paulo Bento, momentos praticamente inéditos do «tranquilo» treinador ao longo da sua carreira, no Sporting e na equipa de Portugal.
Há muito tempo que a selecção de Portugal não vivia uma jornada semelhante. Público vibrante, jogadores com uma vontade indómita de ganhar, o "tranquilo" treinador Paulo Bento a festejar com inusitada alegria cada golo marcado
Depois de muitas peripécias que proporcionaram momentos de angústia aos portugueses, pois os bósnios deram por momentos a ideia de poderem sair da Luz com um empate, tudo acabou em goleada.
Mas houve mais. Nunca ao longo dos anos de profissão assisti a um espectáculo que diria inédito: os jogadores, reunidos em grupo, com a bandeira nacional à frente, festejaram o apuramento para o Europeu 2012 a cantar o hino.
Na pessoa do capitão Cristiano Ronaldo, afinal a mola impulsionadora desta jornada impar, parabéns a todos os elementos envolvidos num apuramento quase impossível há meses.
Paulo Bento, apesar de não pretender os louros, não se liberta de ficar na história.
As novas gerações já tem ouvido falar de Jaime Pacheco, nomeadamente por ser o treinador que deu o primeiro e único título nacional ao Boavista, numa época em que a equipa do Bessa lutou em pé de igualdade com os chamados grandes. Uma vitória que teve como fundamentos a personalidade de um futebolista de eleição que chegou a vestir a camisola do FC Porto e do Sporting.
Como jogador aliava a qualidade técnica ao espírito de luta. No desempenhoa das funções de treinador, graças a predicados idênticos, galvanizava os seus comandados a tal ponto de, apesar de ter à disposição alguns bons valores, as suas armas residiam na motivação, uma das razões que justificou o «escândalo» de desalojar, na época de 2000/2001, os tubarões do futebol português.
Jaime Pacheco provou agora que, apesar de mais velho, continua a ser o mesmo na longínqua China, onde se encontra há cerca de um ano. Tempo suficiente para ser considerado como o melhor treinador do ano por um jornal de Pequim, embora o "seu" actual clube (Beijing Guo An) se ter classificado em segundo lugar no campeonato.
Aqueles que não viveram os seus tempos, podem aperceber-se da sua personalidade de lutador no vídeo que acompanha a narração desta aventura em terras dos Oriente.
«Se marcarmos um golo em Lisboa, acho que passaremos. Eles teriam de marcar dois. Está ainda tudo em aberto, por isso vai ser um grande jogo... Vamos fazer o nosso jogo, mostrar o nosso futebol. Já mostrámos em França (1-1) que o podemos fazer. Não temos medo», garante o futebolista bósnio Miralem Pjanic.
«Portugal é o grande favorito», considerou Safet Susic, salientando o facto da selecção portuguesa ter «bons jogadores» e constituir «uma boa equipa». O treinador, no entanto, não poupou elogios à sua selecção: «A Bósnia-Herzegovina é uma grande equipa, com jogadores que jogam em campeonatos europeus e habituados à pressão.»
Um aviso sobre a confiança dos bósnios - estiveram quase a afastar os franceses do Ucrânia-Polónia - no decisivo confronto de Lisboa para a conquista de um lugar na fase final do Europeu.
O presidente de um dos grandes do futebol português, que nos últimos três anos gastou avultadas verbas no reforço do plantel do futebol para inverter a tendência negativa de anos nos resultados desportivos, anunciou agora o propósito de colocar travão nos investimentos.
Luís Filipe Vieira acentuou que «os próximos anos vão ser duríssimos do ponto de vista económico, todos estão a sentir as dificuldades no dia-a-dia e, infelizmente, essas dificuldades vão agravar-se.»
Reconheça-se que o Benfica conseguiu mais-valias com algumas contratações, mas o principal responsável alerta os associados para a necessidade de conter os gastos, embora prometa «não abrir mão de tudo o que foi conquistado e não cometer os mesmos erros do passado.»
Finalmente, surgem responsáveis de clubes que pensam não estar o futebol imune à crise que assola em especial a Europa, e têm a coragem de não manterem os adeptos iludidos.
Um exemplo que, seguido há alguns anos noutras colectividades de menor dimensão, teriam evitado o seu desaparecimento.
Muita luta. Bola deliberadamente jogada de qualquer maneira, para longe e pelo ar. Consequências: muitas vezes a ficar ao alcance do adversário, num rodopio permanente entre os dois campos, e alguns arrepios para qualquer das equipas. Relvado nas condições conhecidas, a transmitir insegurança às intervenções dos jogadores das duas selecções - a Bósnia também apresentou futebolistas a actuar em países com melhor estruturas.
Confronto sem golos, em certas ocasiões por precipitação tanto de portugueses como de bósnios, razão por que se discorda de Paulo Bento considerar o «resultado extremamente injusto».
Um ataque português que teve Cristiano Ronaldo muito activo, muito vigiado e pouco inspirado; um Hélder Postiga menos ingénuo do que o habitual nos foras-de-jogo, mas a manter o nível de precipitação no remate; um Nani sem entrar devidamente no jogo, incapaz de adaptar o seu futebol às deficiências do terreno.
No meio de tudo isto, valeu o meio-campo na primeira parte, e Pepe durante todo o jogo.
As esperanças no apuramento transferiram-se para a Luz, mas o empate é mais ingrato para Portugal. Se a Bósnia-Herzegovina marcar um golo primeiro fica com meio caminho andado para comparecer na fase final do Europeu da Polónia/Ucrânia.
O treinador Safet Susic aposta no 2-2. Os portugueses só precisam do primeiro dois e perderam a desculpa do relvado.
Acredita-se que não percam mais nada na terça-feira.
Portugal perde na Dinamarca. A Bósnia-Herzegovina surge de novo no caminho da selecção no play-off do Europeu 2012, tal como acontecera na qualificação do Mundial da África do Sul.
Paulo Bento, na apresentação dos convocados apresenta as suas razões sobre o facto de ter preferido João Pereira e Sílvio (mais tarde lesionado) a Bosingwa. O defesa do Chelsea sente-se ofendido, tece duras críticas ao seleccionador e insinua casos quando o o então Paulo Bento representou a equipa nacional no Mundial do Coreia-Japão.
O relvado de Zenica, onde Portugal já actuou, foi observado pelo secretário-técnico Carlos Godinho e considerado um pantanal. A UEFA enviou um especialista para acompanhar os arranjos possíveis.
Na chegada ao aeroporto de Sarajevo e, depois, ao hotel de Zenica surgiram manifestações hostis aos portugueses e em especial a Cristiano Ronaldo, com os bósnios a provocá-lo ao pronunciarem o nome de Messi (Barcelona).
Gilberto Madaíl, há dias, lamentou que Bosingwa tivesse aproveitado esta altura para explorar o incidente com Paulo Bento. Agora na Bósnia, as atenções estão viradas para a situação do relvado do Estádio Bilino Pilje Espera conversar com o delegado nomeado pela UEFA para tratar do assunto e só depois tomará uma decisão, mass ameaça que Portugal poderá jogar sob protesto.
Depois de todo estes casos, que mais acontecerá? Susic, treinador da Bósnia, só admite o apuramento desde que tomou conhecimento do adversário.
Têm a primeira palavra Paulo Bento e os jogadores de Portugal. A decisão espera-se na Luz.
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