Já viram o vídeo da chegada de Fernando Alonso
a Porto Santo. Não se contesta que o consagrado
piloto de Fórmula 1, já campeão de mundo,
deseje passar alguns dias do novo ano
em descanso, como qualquer mortal, isto é, viver
a sua vida privada sem constrangimentos.
Não se pode evitar, no entanto, críticas aos processos
utilizados para atingir esse legítimo objectivo.
O diálogo mantido no aeroporto da pequena ilha
com alguns jornalistas da imagem constitui
o exemplo acabado de um ídolo que ultrapassa,
em muito, o bom senso. As imagens são significativas
da falta de noção da sua influência nos destinos
do mundo.
A ameaça de sair de Porto Santo ao primeiro assédio
fotográfico e, pior do que isso, que faria propaganda
negativa daquele destino turístico
e, por consequência, toda a gente
deixaria de visitar a ilha vizinha da Madeira, revela
uma sobranceria impossível de adjectivar.
Talvez parvoíce.
Se eu mandasse, recambiava-o logo no mesmo avião
particular.
O presidente da FPF, afinal, recebeu uma carta de Jerome Valcke, secretário-geral da FIFA, em 12 de Novembro, a «solicitar respostas convincentes» sobre o caso da alteração dos estatutos. O responsável do organismo internacional, no entanto, desmentiu a ameaça de suspender os clubes e a selecção de participar nas provas europeias.
Desde aquela data, Gilberto Madaíl manteve-se silencioso, mesmo depois de serem marcadas eleições para 5 de Fevereiro, enquanto os mentores de algumas associações se mostraram insensíveis às consequências da sua rebeldia, receosos da perda de votos e, portanto, de protagonismo numa actividade com diferentes exigências desde a criação da estrutura ainda vigente.
Fernando Gomes, presidente da Liga, face à recusa da primeira figura da assembleia federativa em adiar as eleições, solicitou a marcação de uma assembleia extraordinária para 29 de Janeiro e resolveu interpor uma providência cautelar contra a realização do acto eleitoral. Pretende-se que os futuros dirigentes possam actuar em conformidade com o Regime Jurídico das Federações Desportivas, documento que, a avaliar pelo desenrolar do processo, não era desconhecido da FIFA, pois «foi elaborado em sintonia com as autoridades portuguesas».
Assim é tratado o futebol neste país de inacreditáveis vícios.
À falta de melhor, as notícias do futebol, com excepção da Inglaterra, onde a Premiership enche quase todos os dias os estádios, resumem-se ao mercado de transferências em Janeiro. Apontam-se clubes interessados neste ou naquele jogador, os visados exultam com a perspectiva de melhoria de salário, os empresários tentam inflacionar os preços das transferências com o anúncio de vários interessados na sua «mercadoria».
Sobram, portanto, os fait-divers e, neste aspecto José Mourinho constitui um filão para a comunicação social espanhola. No regresso de Nova Iorque, onde passou os dias natalícios, gerou-se alguma agitação quando tentaram fotografar a sua mulher e os filhos. O técnico merengue, cioso da privacidade da família, dirigiu-se ao fotógrafo e, em imagens de vídeo, apenas de observam troca de palavras sem qualquer gesto de hostilidade. De qualquer maneira, este episódio serviu para um debate transmitido no site da Marca e as opiniões foram muito críticas em relação ao português.
Contraste com o que se passou em Itália, onde o novo treinador do Inter, o brasileiro Leonardo, no dia da apresentação revelou que tinha conversado com Mourinho e teceu rasgados elogios maneira aberta como decorreu o prolongado diálogo. E o ex-técnico do Milan teve uma declaração pouco agradável para os críticos do português: «Telefonei-lhe porque chegar ao Inter sem passar pelo José [Mourinho] é impossível. José é omnipresente. É uma pessoa extraordinária, que está sempre presente e deu muito ao Inter.»
Dispensam-se comentários.
O dia futebolístico foi agitado pela informação veiculada pelo Diário de Notícias sobre eventual propósito da FIFA excluir os clubes portugueses e a selecção das competições europeias da próxima temporada, caso não sejam aprovados estatutos de acordo com as normas estabelecidas no Regime Jurídico das Federações Desportivas.
Os dirigentes associativos favoráveis à mudança lembraram terem solicitado há muito tempo o cumprimento das determinações governamentais. Os adversários dessa ideia - acusados de pretenderem apenas não perder poder nas assembleias - consideram estranho que Joseph Blatter esteja preocupado com este problema e sugerem tratar-se de uma forma de pressão que nada tem a ver com a FIFA.
O presidente da assembleia geral da FPF garante não ter conhecimento oficial da ameaça da entidade máxima do futebol mundial e mostra-se admirado com as preocupações do seu presidente. Avelino Rocha Ribeiro refere: «Não sei como se pode impor a uma federação que aprove novos estatutos», mas está disposto a adiar a data das eleições, para realizar uma assembleia extraordinária com o fim de discutir mais uma vez as polémicas mudanças.
Curiosas estas declarações, todas sustentadas numa notícia ainda não confirmada, tanto pela FIFA como por Gilberto Madaíl, que teria supostamente recebido uma carta de Joseph Blatter sobre a necessidade de resolver o problema, e insistido verbalmente junto do presidente da FPF quando da escolha das sedes dos Mundiais de 2018 e 2022. Estranhas recomendações de quem se mostra sempre tão intransigente com a interferência dos governos no futebol.
Tudo isto é tão surrealista como a Casa da TVI.
O italiano Carlo Ancelotti está a passar um mau bocado em Londres, pois o Chelsea voltou a perder e as ambições do presidente Roman Abramovich levar o clube ao pedestal do futebol europeu parecem de novo comprometidas.
O Arsenal foi o «carrasco» dos blues, num jogo intenso, embora demasiado limitado à luta no meio-campo, devido às precauções dos dois técnicos, já que o Manchester United começa a ter hipóteses de assegurar apreciável vantagem no primeiro lugar do campeonato.
Arsène Wenger conseguiu, no entanto, transmitir mais ambição aos seus pupilos e, se após a marcação do primeiro golo por Alex Song (44 m) nada parecia decidido, os primeiros minutos da segunda parte foram desastrosos para os campeões em título.
Os arsenalistas levaram ao rubro as bancadas do Emirates Stadium. Confundiram de tal maneira a defensiva do Chelsea que bastaram oito minutos para decidir o jogo. Cesc Fabregas (51 m) e Theo Walcott (53 m) não desperdiçaram as «prendas» oferecidas pela defesa do antagonista e, em trabalho conjunto, colocaram a vantagem em três golos.
O tento de Ivanovic (57 m) não afectou em nada os gunners. Aliás, o antagonista já não revelava condições psicológicas nem capacidade de organização para inverter a sequência dos acontecimentos. O persistente Arsène Wenger tem este ano possibilidades de discutir o título com Alex Fergusson.
«Se o meu filho tivesse a humildade que eu tive já o teriam comido». O autor desta frase é o pai do treinador do Real Madrid, Félix Mourinho, antigo jogador do Vitória de Setúbal e do Belenenses, e mais tarde técnico do Rio Ave e dos sadinos.
Já tivemos oportunidade de escrever neste blogue a maneira de ser do antigo guarda-redes - muito diferente do José -, fruto de contactos profissionais na segunda metade dos anos 60.
Ele próprio, agora numa entrevista ao diário desportivo espanhol ÁS, considera que o filho seja assim porque «sabe o que eu passei por ser humilde», e tem a coragem de reconhecer que «para ele, no futebol, essa palavra [humildade] não existe».
O pai Mourinho, apenas uma vez internacional, contra a Irlanda, na Minicopa do Brasil, considera que só depois de se transferir para o Belenenses, com 29 anos, ganhou mais projecção, devido à dimensão do clube de Lisboa naquela época.
Como explicação para a personalidade do filho, que tem criado tantos inimigos e invejas, admite: «Triunfou quando muita gente pensava que não o conseguiria. Pode ser que se sinta defraudado com algumas pessoas».
O Special One é assim retratado pelo sempre modesto pai.
Não nos fiquemos pelas palavras e apenas por estes dois dias. Alguém disse que o Natal deveria acontecer todos os dias.
Infelizmente, quase ninguém é «praticante», mas façamos um esforço durante os próximos 365 dias.
Até domingo.
Tão amigo que eles eram. Pinto da Costa disse uma vez ter pensado no treinador para substituir Jesualdo Ferreira. Depois de Jorge Jesus assumir o comando do Benfica, a admiração mútua parecia manter-se, dada a maneira cordial, até calorosa, em esporádicos encontros com o presidente do Dragão.
Pinto da Costa, no entanto, considerou ser este o momento de agitar o ambiente com vista a preparar o futuro próximo. Teceu rasgados elogios à acção de Jorge Jesus no comando dos encarnados e acentuou que não poderia fazer melhor, pois perdeu alguns futebolistas importantes no defeso.
Jorge Jesus terá cometido algumas gaffes esta temporada, ma demonstrou não ser ele o burro... Sem rodeios declarou: «Os elogios de Pinto da Costa destinam-se a dividir a família benfiquista.» E não ficou por aqui. Meteu ao barulho André Villas-Boas ao comentar: «Veremos como liga com a pressão.»
O cenário está montado. Não será de admirar que estes e mais «actores» pisem o palco.
PERGUNTA DO DIA
Pinto da Costa reagirá à acusação de Jorge Jesus?
Simão Sabrosa saiu pela porta grande do Atlético de Madrid. O seu rendimento e empenho durante os cerca de três anos ao serviço dos colchoneros mereceram o respeito de dirigentes, colegas, adeptos e também do técnico Quique Flores, bem conhecido dos benfiquistas.
O jogador mal-amado dos sportinguistas e com presença modesta no Barcelona, teve posteriormente um percurso de relevo no Benfica, na segunda passagem por Espanha e na selecção.
Nem todos os portugueses podem gabar-se de semelhante reconhecimento no estrangeiro e da despedida que teve no último encontro com as cores do Atlético de Madrid, em que marcou o golo da vitória sobre o Espanhol no encontro da primeira mão da Taça do Rei com o Espanhol - o público presente no Vicente Calderón despediu-se do capitão neste jogo com aplausos e o melhor que o jogador poderia ouvir: «Gracias, Simão.»
Segue-se agora, por dois anos e meio, o Besiktas, transferência que agradou financeiramente ao clube madrileno e ao jogador, com mais alguns milhões de euros a juntar ao seu pecúlio nos dois anos e meio de contrato antes da despedida dos relvados.
Independentemente do que acontecer na Turquia
o n encontrará os compatriotas Quaresma - regressado aos melhores tempos - e Manuel Fernandes, saído do Valência, o f u t e b o l p o r t u g u ê s t a m b é m deve estar agradecido a Simão Sabrosa.
Os treinadores estiveram nestes dias na berlinda. Sem preocupações de ordem cronológica, refira-se a saída de Jorge Costa da Académica e, mais tarde, a revelação do próprio, sem explicar razões, de se afastar definitivamente do futebol.
Jaime Pacheco surpreendeu com o anúncio de assumir o cargo num clube (Beijing Guoan) da China, enquanto a Naval despediu Rogério Gonçalves e já contratou Ulisses Morais.
Por fim, o treinador José Couceiro foi anunciado como director-geral do futebol do Sporting, pelo que Costinha responderá perante a nova «aquisição» de Alvalade.
Num clube que não aposta em reforçar o plantel nem num treinador de créditos firmados, por falta de dinheiro, investir em mais um dirigente é incompreensível.
De Alvalade, no entanto, tudo é de esperar, até o regresso de um elemento que já desempenhou idênticas funções no clube sem sucesso.
PERGUNTA DO DIA
Mourinho tem condições para enfrentar Valdano
e manter-se muito tempo no Real Madrid?
Manuel Fernandes tinha muita esperança em se afastar dos últimos lugares da I Liga na segunda visita consecutiva do Sporting ao Bonfim. A espectativa não se confirmou porque o Vitória de Setúbal foi uma sombra da equipa que eliminou os leões da Taça de Portugal, e o conjunto orientado por Paulo Sérgio apresentou ligeira melhoria, mais eficaz no ataque do que se previa.
Aliás, terá residido na conjugação destes dois factores o «ar de graça» sportinguista, embora seja justo realçar que os jogadores de Alvalade pareceram mais motivados depois do propalado raspanete dos dirigentes.
De salientar, também, que algumas alterações introduzidas pelo técnico produziram resultados positivos, com realce para as actuações de Abel e consequente adiantamento de João Pereira, e a titularidade de Yanick Djaló.
O treinador espera que as férias de Natal sirvam para «limpar o disco rígido», mas continua a não haver garantias do computador funcionar em pleno nos tempos mais próximos.
PERGUNTA DO DIA
O Sporting conseguirá atingir melhor rendimento
no próximo ano?
Olhos e ouvidos estavam em Paços de Ferreira e, com excepção dos adeptos portistas, todos à espera da primeira derrota de André Villa-Boas.
Os dragões encontraram forte oposição, marcaram cedo um golo e sofreram bastante depois do intervalo. O empate esteve perto de acontecer, mas o FC Porto saiu da Mata Real com mais dois tentos obtidos em período de descontos.
Se a vitória tangencial já constituiu demasiado castigo para os pacenses, o resultado final foi um exagero por todos reconhecido. Nada que não aconteça com frequência no futebol.
Menos habituais são as perfomances conseguidas pelo técnico do Dragão no primeiro ano no clube. Nenhuma derrota à 14.ª jornada - apenas dois empates, com Sporting e Guimarães - e oito pontos de avanço sobre o segundo classificado (Benfica) antes da pausa natalícia.
André Villas-Boas já começa a ver uma luz no fundo do túnel.
Deco concedeu longa entrevista a José Manuel Freitas, publicada ontem em A Bola, na qual aborda diversos temas. Desde as vitórias no FC Porto, à passagem pela selecção portuguesa e aos problemas com Carlos Queirós até ao contributo para a recente conquista do título de campeão brasileiro pelo Fluminense, após 26 anos de jejum. Elogia Pinto da Costa e José Mourinho e confessa ser «português do coração». Mas...
Considera que Deco disse tudo
sobre o diferendo com Carlos Queirós na selecção?
O Benfica voltou a superar-se e fez a melhor exibição da época, segundo considerou o treinador Jorge Jesus. A continuar assim, rebenta com a escala de valores e, tanto em Portugal como na Liga Europa, os adversários entram em estado de choque.
A vitória do Sporting de Braga, que também venceu por cinco golos a Académica, foi considerada normal, justificada pelas facilidades concedidas pelos estudantes.
Carlos Brito, por seu turno, «levou» cinco na Luz mas ficou satisfeito com o comportamento dos jogadores do Rio Ave.
Estas análises ultrapassam a compreensão de qualquer mortal e, desculpem a franqueza, não merecem mais comentários. Em época natalícia é de bom tom aceitar certas fantasias.
O alarme chegou a Alvalade. Depois de vários meses de instabilidade nas exibições e resultados da equipa de futebol, os principais responsáveis consideram chegada a hora de inverter o rumo dos acontecimentos. Depois da derrota em Sófia parecem ter visto aquilo que era evidente há meses por todos - adeptos, comentadores, tanto da comunicação social como da nova fonte de opinião dos bloguistas com alguma experiência sobre o assunto.
Curiosamente, as baterias dos responsáveis foram unicamente dirigidas aos jogadores. Impõe-se a pergunta:
São os jogadores os ( únicos ) culpados da crise do futebol de Alvalade?
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