Fredy Montero volta a mostrar a sua raça e o Sporting goleia o Paços de Ferreira. A vitória de ontem permite aos leões lembrar tempos antigos.
Henrique Calisto montou a estratégia pacense no reforço do meio-campo e exploração do contra-ataque. Expediente que segurou a esperada pressão ofensiva leonina, embora não evitasse que William Carvalho tenha feito o gosto ao pé antes do intervalo.
O pior para os nortenhos veio a seguir, por erros próprios e artes de Montero ao aproveitar um ressalto da bola num adversário e uma grande penalidade. Não foram, é certo, "obras de arte", mas o colombiano confirmou o "faro" para o golo - já contabilizou 11.
Ao cair do pano ainda se mostrou André Martins, pois fixou a goleada que levou o Sporting ao primeiro lugar do campeonato, em igualdade pontual com os rivais da Luz.
Leonardo Jardim foi sincero sobre as consequências imediatas da vitória: «Estaria a mentir se dissesse que preferia estar em segundo do que em primeiro. Neste momento estamos em primeiro com outra equipa de forma meritória.»
Sobre o título teve o discurso de sempre «Não podemos limitar o que os outros pensam de nós, sejam adeptos ou jornalistas. Sabemos para onde queremos ir», enfatizou.
Henrique Calisto lembrou: «Jogámos frente a uma equipa moralizada, que podia ser líder. Há muito tempo que não tinha este desiderato antes do Natal. É uma vitória justa.»
O treinador Paulo Fonseca começa a retirar dividendos surpreendentes do trabalho no Paços de Ferreira. Depois do encontro na Pedreira deixou o Braga a quatro pontos do terceiro lugar, o último com acesso a participar na Liga dos Campeões.
José Peseiro, por seu turno, começa a sofrer contestação dos adeptos, apesar do presidente ter garantido que vai completar a época no clube. António Salvador, no entanto, coloca condições: «Mas há que arrepiar caminho.»
O Paços de Ferreira deu a entender logo nos primeiros minutos que tentaria aproveitar a oportunidade para retirar os três pontos aos anfitriões e teve no peruano Pablo Hurtado o trunfo para minar a confiança do adversário. Aos dois golos do peruano na primeira parte juntou um terceiro de Cícero passado cinco minutos do intervalo, e a decisão do encontro parecia encontrada, com as bancadas em polvorosa.
Ambiente que não impediu a reacção dos bracarenses, a reduzirem a desvantagem para um golo cerca dos 60 minutos. No tempo restante os pacenses souberam resistir ao ataque continuado dos pupilos de Peseiro, mas já sem clarividência e força anímica para dar a volta ao resultado.
O técnico tem de rectificar as falhas detectadas, enquanto o presidente alerta os jogadores: «Motivação? O ordenado ao fim do mês é sagrado.»
Em Braga não se permitem desculpas.
Tudo aconteceu no dia seguinte. O nevoeiro em Paços de Ferreira obrigou a interromper a partida com o Sporting de Braga quando faltavam cerca de 15 minutos para o apito final.
Em jogo estava o terceiro lugar no campeonato, e no dia seguinte aconteceu o inesperado, pois o empate era suficiente para a equipa de José Peseiro permanecer no pódio.
Manuel José apenas precisou de poucos minutos do tempo em falta para marcar um golo, o Paços de Ferreira ultrapassar os bracarenses e criar um ambiente tenso em torno do treinador do adversário.
Consequência da austeridade também ter chegado aos clubes. Para manter o equilíbrio financeiro, o recurso consiste em dispensar jogadores aliciados pelo estrangeiro.
O treinador Paulo Fonseca confessou que o Paços de Ferreira, a equipa sensação do campeonato, esteve longe de anteriores exibições. Mesmo assim foi suficiente para vencer em Alvalade, graças a um golo marcado no primeiro minuto de descontos antes do intervalo.
Não se torna necessário dizer mais nada para se perceber que os espectadores assistiram a mais uma exibição descolorida do Sporting. Os primeiros minutos deram esperanças aos adeptos leoninos, mas tudo se resumiu a uma bola no poste em lance de cabeça de Capel.
Nos restantes minutos assistiu-se a um deserto de ideias na manobra da equipa e inexplicável ineficácia atacante, a provocar os tradicionais assobios.
«Os adeptos estão desapontados, temos que ter cuidado. Não podemos perder o controlo, é a interacção entre adeptos e equipa. Temos de nos concentrar no que estamos a fazer e não no que vem de fora», considerou o treinador Franky Vercauteren.
E está consciente da situação: «A minha posição está em risco desde o primeiro dia. É um trabalho em que temos de lidar com isso. Se estiver ocupado a pensar em mim, não posso pensar na equipa.»
A corda, no entanto, começa também a apertar na garganta dos dirigentes.
José Peseiro explica a derrota em Paços de Ferreira como «um misto de físico e psíquico" como razões parra a derrota em Paços de Ferreira, coisa que não acontecia ao Sporting de Braga desde há cinco anos.
O treinados dos visitados, Paulo Fonseca, por seu turno, baseou o êxito na «excelente organização defensiva, a roçar a perfeição» e certa eficácia nos contra-ataques.
Dois golos, por Cohène, ao 13.º minuto, e Pablo Hurtado, quando faltavam 11 para terminar a partida, davam muito tempo aos bracarenses para mudar o rumo dos acontecimentos.
O dia, no entanto, não era de inspiração das principais unidades, fosse pelas razões apresentadas por José Peseiro, pelo grau de oposição dos pacenses ou pelas dimensões do terreno.
Estava escrito que o terceiro representante português na Liga dos Campeões à custa da Udinese tinha de perder no campeonato mais cedo do que se esperava depois do empate na Luz.
Nada preocupante, mas pouco agradável para quem começou a habituar-se a andar na crista da onda.
Paços Ferreira serviu de palco para tudo no encontro com o Sporting de Braga. O clube local esteve a ganhar durante cerca de 50 minutos, beneficiou da expulsão de um adversário, teve dois jogadores que também não concluíram o encontro, e viu Nuno Gomes marcar mais um golo e estragar-lhe a festa da vitória.
O empate também não foi nada que agradasse ao técnico dos bracarenses, agora mais corajoso a assumir objectivos. «Estamos em segundo, o nosso adversário tem menos um jogo e vamos continuar esta luta a três. A distância para o primeiro lugar é grande, mas ainda podemos conseguir o segundo lugar. Faltam três jogos importantes, nos quais queremos continuar a mostrar o que temos feito esta temporada», disse Leonardo Jardim num inédito discurso.
Desiludido estava Henrique Calisto, que a certa altura "comentou": «No comments.»
A arbitragem era a visada nesta palavras do técnico pacense. O secretismo nas nomeações, como se esperava, não impedem eventuais erros de arbitragem nem evitam críticas.
Bruno César foi a solução do Benfica na deslocação a Paços de Ferreira. Os locais acabaram por ser os primeiros a marcar, ainda na primeira parte (Michel (28), e só muitos minutos depois Jorge Jesus admitiu a reviravolta com um lance vitorioso de Gaitán.
Um livre de excelente execução do brasileiro(68) transmitiu a esperança aos benfiquistas em aproveitar o anterior deslize do FC Porto em Coimbra e ficaram a um ponto dos campeões.
Os espectadores não sairam satisfeitos com o espectáculo, pois qualquer dos conjuntos alternou a apatia com momentos de alguma vivacidade.
Os treinadores também não, mas por razões diferentes: consideraram o resultado injusto.
Jorge de Jesus porque o Benfica «fez dois golos de grande qualidade, mas mais uma vez houve duas grandes penalidades não assinaladas,e a do Bruno César até um cego vê.»
Henrique Calisto, imitou aquele discurso: «O Benfica diz que perdeu com o FC Porto por factores estranhos, o mesmo digo eu hoje. Este resultado é extremamente injusto. Estávamos a ter as melhores oportunidades, podíamos ter feito o 2-0. Depois o Benfica fez o golo e assistimos ao duplo critério do árbitro.»
Cada um viu o "seu" jogo.
«Tinha dois caminhos para a minha carreira. Podia sair e esperar que aparecesse um clube de dimensão superior, que era o que todos me diziam que poderia acontecer, ou então, como fiz, reconhecer quem me apoiou e ajudou a entrar na Liga. Desliguei-me da parte material e fui atrás da parte emocional. Acho que a estabilidade pesou. Se tiver de treinar num patamar mais elevado acontecerá com naturalidade. E se sair do Paços de Ferreira, então que ambas as partes fiquem favorecidas. Não estou preocupado. Felizmente posso gabar-me de ter chegado à Liga sem ajuda de ninguém.»
Rui Vitória entrevistado por A Bola
Face ao que se está a assistir esta temporada, estamos perante uma avis rara, agradecida pela oportunidade concedida pelos dirigentes do clube pacense. Já no século passado não era frequente.
Depois das parangonas sobre o apuramento do Benfica para a final da Taça da Liga, os principais sites desportivos relegam hoje para segundo plano a vitória do Paços de Ferreira na Madeira (4-3), resultado que lhe permite também disputar o encontro decisivo da competição.
Apenas a secção do desporto do SAPO entendeu que o facto deveria ser notícia em destaque (um parêntesis para garantir que esta referência nada tem a ver com o facto deste blogue estar aqui alojado), já que todos os outros relegaram para segundo plano o acontecimento desportivo português do dia.
Sempre respeitei - continuarei a seguir esses princípio - as opções editoriais dos responsáveis dos diversos órgãos de comunicação, mas não posso ficar indiferente a semelhantes decisões.
De tudo se fez «manchete». Desde Santana Lopes ser escolhido para presidente da assembleia geral de uma lista candidata às eleições do Sporting, ao gesto carinhoso (na véspera) de Jorge de Jesus a Aimar, à goleada do Real Madrid ao Málaga e às polémicas com que José Mourinho agita o futebol espanhol, e ao facto de Frederico Gil abrir o confronto da Taça Davis com a Eslováquia.
Do embate ente o Nacional e os pacenses, dominado pelo número de golos, a réplica dos madeirenses e a confirmação do trabalho desenvolvido por Rui Vitória e seus jogadores, uma simples notícia com os elementos essenciais sobre o encontro.
Há dias, alguém escrevia que a Taça da Liga atingira, finalmente, com o derby da Luz, a maioridade. Afinal, é uma competição desprezada quando estão em cena clubes com número reduzido de adeptos e, naturalmente, menos consumidores.
Aguarde-se o dia da final, com a presença do Benfica e, segundo parece (!), do Paços de Ferreira.
Um domingo desportivo resumido a quatro jogos da desinteressante Taça da Liga, a seguir ao falhanço no acordo para a alteração dos estatutos da FPF, não auguram nada de promissor.
No aspecto competitivo aconteceu o previsto com a vitória do Benfica nas Aves e o esperado apuramento para as meias-finais, correspondendo a vitória do Marítimo em Olhão apenas a simples cumprimento de calendário. O Sporting de Braga alcançou uma goleada em Arouca, mas a solução do grupo passava essencialmente pela visita do Vitória de Guimarães à capital do móvel. O Paços de Ferreira não deixou os seus créditos por mãos alheias e uma vitória tangencial garantiu-lhe a continuidade em prova.
Na assembleia geral da FPF venceu a minoria - não se atingiu por pouco a chamada maioria qualificada - e adensa-se a expectativa sobre o desenlace deste imbróglio. Gilberto Madaíl solicitará à UEFA e à FIFA mais um tempo de espera e, certamente, fará outras diligências internas como lhe compete no exercício do cargo;os contestatários não desarmam e consideram inconstitucional o decreto de Laurentino Dias. O secretário de Estado remete-se, por enquanto, ao silêncio.
A cerca de 600 quilómetros de Lisboa reina a consternação entre outros portugueses. José Mourinho não conseguiu evitar a derrota do Real Madrid perante o Osasuna de Jose António Camacho e ficou a sete pontos do Barcelona. Neste momento, só os merengues acreditam na vitória na Liga espanhola, incluindo - calcule-se - Jorge Valdano. Curiosamente, José Mourinho apareceu perante os jornalistas menos tenso do que o habitual, mas Cristiano Ronaldo ficou desolado. Decididamente, os dois portugueses que tanto desejavam triunfar em Espanha estão a passar um momento complicado, para gáudio dos catalães e dos madrilenos do Atlético.
Tempos de mudança são indispensáveis, tanto em Portugal como para os compatriotas a trabalhar no futebol em Espanha.
Paços de Ferreira não engana. Na sequência da surpresa - resultado e exibição - causada em Alvalade, a equipa de Rui Vitória voltou a mostrar qualidades. Tanto na capacidade de alguns jogadores como no aproveitamento que o treinador fez das suas caracteristicas para montar eficaz estilo de jogo. A vitima foi agora o Sporting de Braga, derrotado no Axa em jogo da Taça da Liga.
Os pacense demonstraram nos dois jogos alguns lapsos defensivos, compensados com uma manobra do meio-campo esclarecida e autoritária e uma desmultiplicação atacante dificulmente controlável por lisboetas e bracarenses. O apuramento na prova não está decidido, mas esta dupla amostra oferece confiança ao responsável técnico, tanto nesta prova como na I Liga.
Domingos Paciência, a contas com lesões e deserções, está a passar por momento difícil e, apesar de tudo, inexplicável em relação ao comportamento na época passada.
Os sucessos, por vezes, têm o efeito nefasto de deslumbrar alguns daqueles que viveram horas ímpares de alegria. Talvez estejam agora a aprender que, sem persistência, a glória é efémera.
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