Dois anos depois de permanecer na II Divisão francesa, o Mónaco ascendeu ao escalão superior e um desconhecido magnata russo resolveu seguir as pisadas de Abramovich no Chelsea.
Com a equipa dirigida pelo italiano Claudio Ranieri, o "patrão" Dmitry Rybolovnev está a monopolizar o mercado das transferências na Europa, com o objectivo imediato de retirar o título ao Paris Saint-Germain e entrar na Liga dos Campeões.
Curiosamente, até ao momento, entre as novas caras - apenas ficarão três jogadores desta época - surgem portugueses ou jogadores que passaram por Portugal.
Ricardo Carvalho, livre de compromissos com o Real Madrid, juntar-se-á a João Moutinho e ao colombiano James, ambos do FC Porto. Mas a renovação da equipa não ficará por aqui, pois em breve será anunciada a contratação de Falcão (ex-FC Porto e Atlético de Madrid).
Candidatos a rumar para paragens do sul de França apontam-se o guarda-redes Vitor Valdés (Barcelona), Ivanovic (Chelsea), Carlos Tevéz, e também o nome de HulK (FC Porto e Zenit) aparece nos noticiários.
Mais um clube recorre em massa a mercados estrangeiros de vários continentes e investe milhões num período de crise mundial praticamente generalizada.
Até quando durará este insólito espectáculo?
Paulo Futre, ao concorrer às últimas eleições do Sporting integrado na lista de Dias Ferreira, causou polémica quando defendeu a contratação de um futebolista chinês para Alvalade, pelo aumento de receitas com as visitas quinzenais dos compatriotas da hipotético reforço.
Afinal, o grande negócio não reside em contratar futebolistas chineses, mas as vedetas mundiais serem
requisitadas por clubes daquele país.
O francês Nicolas Anelka, pouco utilizado por André Villas-Boas no Chelsea, ao ser colocado na lista de dispensas do clube londrino viu abrirem-se as portas de um novo Eldorado futebolístico.
Os responsáveis do futebol chinês, autorizados pelo Governo, querem valorizar a Liga - como sempre um português, o treinador Jaime Pacheco, já descobriu há tempos esse caminho - e resolveram contratar vedetas mundiais, entre as quais também parece merecer interesse Drogba e o treinador francês Jean Tigana, bem conhecido dos portugueses como jogador no Europeu de 84.
Aos 32 anos, o futebolita natural de Versalhes e com um currículo invejável de títulos, receberá 10,6 milhões de euros por ano e deverá assinar um contrato por duas temporadas, no mínimo.
O clube Shanghai Shenshua vai juntar-se aos oito que Anelka representou até ao momento: Paris St.-Germain (duas vezes), Arsenal, Real Madrid, Liverpool, Manchester City, Fenerbahçe, Bolton Wanderers e Chelsea.
É obra o montante total das transferências, estimado em mais de 100 milhões de euros.
«Todos os jogadores pensam em alinhar em Inglaterra, Espanha ou Itália. Quem disser o contrário está a mentir. Os meus pais ensinaram-me a ser honesto e gostaria de jogar nessas Ligas... O Atlético de Madrid tem grandes adeptos e seria uma boa oportunidade para a minha carreira... Inferior ao FC Porto? Depende do ponto de vista.»
Falcão em declarações após o jogo com o Twente in Maisfutebol
Das palavras de total dedicação ao campeão nacional, admitindo até terminar a carreira no Porto, o colombiano passou a admitir breve transferência para outro clube da Europa e até revelou preferência de campeonatos. Difícil de explicar esta repentina alteração de planos, tanto mais que ainda recentemente acertou novo contrato com os dragões e a cláusula de rescisão passou para 45 milhões de euros. Ficar no banco em dois jogos consecutivos pode ser uma razão para este inesperado cenário. Resta saber se estas decisões do treinador Vítor Pereira não estarão em consonância com planos directivos, tendo como pano de fundo questões financeiras.
A saída de André Villas-Boas para o Chelsea está a causar uma onde de indignação entre os adeptos dos dragões. Compreende-se que perder um treinador que no primeiro ano de trabalho lhes deu sucessivas alegrias com a conquistas das provas mais importantes em que esteve envolvido, não é agradável. Não podem, no entanto, ser ingénuos ao ponto de pensar que o o jovem técnico não fosse tentado por uma proposta milionária, ainda há poucos meses impensável.
Já houve tempos em que "o sonho comandava a vida". Agora, o dinheiro determina os comportamentos.
Uma coisa, no entanto, seria dispensável. As promessas de amor ao clube proferidas ao longo dos tempos agora soam a falso. Relembremos uma delas (retirada de uma resenha do MaisFutebol) de André Villas-Boas : «É verdade que os jogadores têm ambições individuais, mas não podem sobrepô-las ao objectivo colectivo. Eu já vivi experiências fora, mas o meu sentimento por este clube é fortíssimo. Não quer dizer que outros o partilhem. Eu não abdico desta cadeira por nada.» (12/11/10)
Em contraponto, vejamos o que disse recentemente o presidente Pinto da Costa: «Primeiro, André Villas-Boas não quer sair. Se ele não tivesse a mesma paixão que eu tenho pelo FC Porto, estou convencido que era capaz de sair. Mas mesmo com uma cláusula de 15 milhões, que para determinados clubes não é significativo, tenho a certeza de que se vierem cá não vai sair.» (23/5/11)
Sejamos realistas. As regras do jogo foram cumpridas e já é altura de não valorizar conversa fiada...
José Mourinho ainda não está desvinculado do Inter e sem condições para assinar compromisso com o Real Madrid. Um assunto que veio à estampa semanas antes da final da Liga dos Campeões prolonga-se para angústia de alguns, e a oficialização já foi adiada para a semana.
Procurar razões não parece difícil, mesmo para quem não acompanha de perto as conversações entre representantes dos dois clubes e do treinador. Massimo Moratti, presidente do clube italiano, sempre de sorriso aberto para a comunicação social, de discurso sereno e aparente bom relacionamento com o português, não gostou da maneira como o caso foi conduzido e revela-se intransigente no cumprimento das cláusulas de rescisão do contrato.
O Special One levantou a questão antes de ter conquistado o campeonato italiano, forma de pressão entendida mais favorável para sair de Itália. Após a conquista da Liga dos Campeões, em plena festa no Santiago Bernabéu, anunciou o acordo com o Real Madrid, palavras que o presidente do Inter logo considerou precipitadas.
Da parte dos merengues, o presidente Florentino Perez despediu Manuel Pellegrini, entregou ao chileno 2,8 milhões de euros e deu a conhecer o acordo com Mourinho.
Todos avaliaram mal o sentido de negócio do responsável do Inter e, porventura, o pouco interesse em facilitar as negociações. Os seus representantes exigem os 16 milhões de euros previstos no contrato para o treinador português se desvincular do compromisso com a duração de mais duas épocas.
Bem pode Mourinho garantir que numa conversa com Moratti fora prometida a libertação sem contrapartidas caso a época fosse totalmente vitoriosa.
O dono do Inter, no entanto, não parece disposto a perdoar a precipitada encenação de uma peça sujeita à vontade de vários protagonistas.
Cristiano Ronaldo diverte-se em Los Angeles à grande e à "francesa" enquanto continuam a chover opiniões divergentes sobre o montante da sua transferência para o Real Madrid.
As críticas surgem de vários quadrantes, desde políticos a responsáveis do futebol.
Alguns dos que condenam os números despendidos por Florentino Perez no português e em Kaká esquecem-se que nos tempos em que pisaram os relvados foram protagonistas de idênticas situações, através de montantes também elevados para a época.
A liberalização dos mercados não é fruto do acaso, mas da evolução da sociedade no sentido do capitalismo, apontado como a única maneira de proporcionar bem estar às pessoas. Progressivamente, no entanto, desenvolveu os seus tentáculos de forma anárquica e selvagem. Contaminou todos os sectores da sociedade, tornou-se fonte de riqueza - por processos legítimos ou fraudulentos - apenas para uns, e colocou "grilhetas" na maioria.
A responsabilidade por este panorama cabe aos políticos e àqueles que se deixaram seduzir por cânticos de muitas sereias, por ingenuidade ou incapacidade de prever as consequências negativas.
Agora é quase impossível travar, sem medidas drásticas, o andamento vertiginoso de um processo destruidor, por vezes, da dignidade do ser humano.
O Real Madrid regressa ao tempo dos galácticos. Após assumir a presidência sem necessidade de votação, por falta de concorrência, o empresário Florentino Perez está a atacar em todas as frentes, tal como aconteceu no primeiro mandato em 2000. Rodeou-se, além da equipa directiva, de colaboradores ex-futebolistas de elite que passaram por Santiago Bernabéu, casos de Jorge Valdano e Zinedine Zidane, assegurou o concurso do treinador chileno Manuel Pellegrini e chegou a acordo com o Milan para a transferência do brasileiro de 27 anos que dá pelo nome de Kaká. Apenas em pouco mais de 24 horas após a posse.
Começa a gastar bem este construtor, ao nível dos árabes, com quem tem relações de negócio e amizade, entre os quais o milionário do Dubai dono do Manchester City. Pagou quatro milhões de euros para o Villarreal libertar o técnico; entregará 65 milhões ao clube de Silvio Berlusconi e assumiu com Kaká um compromisso mensal de cinco milhões durante cinco épocas.
Como aconteceu há nove anos, o regressado presidente dos merengues não ficará por aqui, mesmo que não surja uma investida desesperada do Chelsea, agora sob o comando de Carlo Ancelotti, na tentativa de evitar aquilo que se considera definitivo em Espanha.
Ficará muito caro reconduzir o Real Madrid aos tempos áureos, mas a crise mundial parece ter passado ao lado do futebol de alguns países do Velho Continente.
Os clubes ingleses comprados por multimilionários árabes, cujo dinheiro advém da exploração dos poços de petróleo, estão a revolucionar o mercado do futebol na Europa.
Agora, os responsáveis do Manchester City, na ânsia de suplantar o vizinho United e relegar para segundo plano a fama de Abramovich, ultrapassam todos os limites nas ofertas que fazem aos mais valiosos jogadores.
Cerca de 130 milhões de euros é quanto está disposto o City a pagar aos italianos do Milan pela transferência de Kaká e esperam ansiosamente pelo contacto com o brasileiro para colocar em cima da mesa mais uns milhões para o jogador.
Do United de Alex Fergusson surgiram notícias a apontar para a disponibilidade de aumentar os rendimentos anuais de Cristiano Ronaldo para 10,5 milhões de euros.
O Chelsea, por sua vez, já não está satisfeito com Luiz Felipe Scolari e o nome do espanhol Juande Ramos - esteve no Tottenham e substituiu Bernd Schuster no Real Madrid - figura na agenda do clube londrino, apesar das medidas de poupança há meses impostas pelo magnata russo.
Com tanto dinheiro a girar nem parece haver milhões de pessoas a passar fome. O mundo está louco!
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