Jesualdo Ferreira não esperaria enfrentar tantas preocupações quando decidiu regressar ao Sporting de Braga. Começou com a surpresa da derrota em Barcelos, mas a primeira desilusão foi o afastamento da Liga Europa pelos desconhecidos romenos do Pandurii, surpreendentemente apurados com uma uma vitória na Pedreira.
A recente visita do Estoril ao Minho também causou problemas e demonstrou que a equipa ainda não atingiu o patamar dos últimos anos. Recuperou da desvantagem de um golo através de dois lances de Alan, mas a defesa revelou momentos de perturbação com os
contra-ataques rápidos da equipa da Costa do Sol, que lhe valeram mais um golo, numa altura em que as hostes locais tinham serenado com um remate de Custódio.
Um percurso oscilante que, no plano interno, se reflecte apenas na desvantagem de dois pontos para o líder FC Porto e um em relação aos leões.
A Jesualdo Ferreira parece destinada uma temporada mais complicada do que quando contribuiu para estabilizar o Sporting de Braga no topo do futebol português.
Os bracarenses ainda parecem longe da forma ideal e venceram no terreno do Pandurii por um golo. A presença de gente nova na equipa terá obrigado Jesualdo Ferreira a ser cauteloso, e apenas na segunda parte surgiu o tento da vitória, num lance de certa confusão aproveitado num desvio de cabeça de Yazalde.
O técnico dos minhotos não escondeu os problemas encontrados perante os romenos: «O Braga é uma equipa com responsabilidades na Liga Europa e, no início, isso pesou em alguns jogadores com menos experiência. Mas acho que a nossa equipa esteve bem, foi sempre capaz de controlar o jogo sem se desequilibrar. Essa foi a parte mais positiva do encontro para nós. Numa eliminatória não se trata de pontos, mas de golos. Temos um a mais e, agora, um jogo em casa.»
Distracções na Pedreira não são consentidas aos bracarenses em semelhantes circunstâncias.
Um dia depois da interrogação sobre a solução que Godinho Lopes encontraria para alterar o “afundanço” do futebol do Sporting, surgiu uma novidade que, pelos vistos, não foi definida no último momento.
Jesualdo Ferreira, depois de três títulos conquistados no FC Porto e de prolongada permanência no estrangeiro, passa a ser o “dono” do futebol leonino.
«Depois de um período de reorganização interna que era fundamental, entendemos que Jesualdo Ferreira era a pessoa certa pela experiência no futebol português e internacional», disse Godinho Lopes, e revelou que a «acção do manager será transversal a todas as equipas, com influência em todas as questões do futebol».
Segundo o dirigente leonino, a reestruturação do plantel acontecerá em Janeiro, na reabertura do mercado de transferências, e as mudanças na equipa ficam sujeitos a critérios desportivos e financeiros.
«Com a situação actual, não faz sentido o Sporting ter a equipa que tem hoje. Haverá retrocessos», prometeu Godinho Lopes.
Retrocessos? Os sportinguistas esperam progressos.
Décima quarta vitória na prova. Conquista da sexta dobradinha. Continuidade do treinador por mais dois anos.
O FC Porto foi o protagonista do dia ao vencer o Paços de Ferreira com um golo madrugador de Lisandro Lopez na festa da Taça de Portugal disputada no Jamor.
O longo consulado do presidente Pinto da Costa nos Dragões fica mais enriquecido e os sinais apontam para se manter, caso os rivais não tenham possibilidades de introduzir alterações sensíveis na política de gestão dos respectivos clubes .
A permanência por mais dois anos do treinador será um dos factores determinantes, independente das eventuais mudanças do plantel, ainda mantidos em segredo.
Os tabus dos portistas apenas se desfazem no momento considerado apropriado pelos responsáveis, como se constata na continuidade de Jesualdo Ferreira, anunciada pelo próprio apenas depois de ter erguido o último troféu da época. E o assunto estava definido, com um aperto de mão, desde a derrota com o Manchester United na Cidade Invicta e a consequente eliminação da Liga dos Campeões.
Elucidativo.
Pouco tempo depois de comunicar à CMVM não ser correcta a informação do Cruzeiro sobre a transferência do médio Ramires para a Luz., o Benfica confirmou o negócio por 7,5 milhões de euros, um contrato de cinco anos e claúsula de rescisão de 30 milhões.
A possível substituição do técnico na próxima época, com a entrada de Jorge de Jesus, foi amplamente noticiada há dias (incluiu pormenores sobre um encontro do treinador com Luís Filipe Vieira) e nunca desmentida - nem confirmada, diga-se - pelos responsáveis benfiquistas.
A situação de Quique Flores e dos seus adjuntos constitui o maior tabu do final da temporada, com o treinador a considerar que o balanço ao trabalho desenvolvido só acontecerá após o último jogo da Liga, e as águias de bico calado.
Caso semelhante ao da permanência - ou saída - de Jesualdo Ferreira do FC Porto, agora mascarada com a ironia de Pinto da Costa sobre os apertos de mão valerem como contratos. Aliás, o treinador azul, desta vez, referiu-se ao assunto no mesmo tom, salientando que, pelo número de apertos do mão ao presidente, seria treinador vitalício.
O sigilo nos negócios é compreensível. Não se entendem, no entanto, as fugas de informação ou os desmentidos de factos demasiado evidentes.
Brinca-se com a CMVM ou com a comunicação social?
Quando se soube que Alex Ferguson seria o opositor de José Mourinho nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, o treinador português mostrou-se satisfeito, não apenas por defrontar a equipa do amigo a quem oferece garrafas de bom vinho, mas porque o Manchester United era "adversário ideal" para o Inter.
Com ou sem ironia, Jesualdo Ferreira, questionado sobre o facto de ser o mesmo clube inglês o opositor da próxima eliminatória, exclamou: "Esta era a equipa que eu queria como adversária".
Aliás, nesta fase da prova não participam adversários fáceis - apenas uns são menos acessíveis do que outros - e inexistentes as garantias de êxito.
E será muito diferente perder com o detentor dos títulos de campeões da Europa e do Mundo do que fracassar perante uma equipa menos credenciada.
Para escândalos já chegam os jogos protagonizados entre o Sporting e o Bayern de Munique, que deixaram uma imagem deprimente do actual futebol português.
Há um ano multiplicaram-se as críticas pela longa paragem do campeonato no período natalício.
Argumentos diversos foram apresentados: afectar a sequência do trabalho de preparação das equipas iniciado no princípio da época; perda da condição fisíca dos jogadores, devido à falta de treinos e ao menor rigor na alimentação; desmotivação dos adeptos; falta de receitas tão necessárias aos clubes.
Jesualdo Ferreira deixou passar essa discussão e, passado um ano, surge como adversário do calendário desta temporada, definida pela Federação, Liga e, certamente, atendendo à sensibilidade dos dirigentes dos clubes.
Com opiniões dispersas, desfazadas no tempo e sem um fio condutor, a permitir uma discussão serena e racional, não se pode chegar a soluções que protejam todos os interesses que se movem em torno do futebol.
As palavras do técnico do FC Porto - defensoras de uma posição, porventura discutível, a avaliar pelo que se ouviu no passado recente - não podem cair em saco roto.
Aos agentes do futebol exige-se que trabalhem em comum por uma causa que movimenta tantos milhões, de pessoas e de... euros.
Apesar de algumas contrariedades, o futebol português conseguiu um feito inédito na Liga dos Campeões, desde que a prova deixou de ser limitada aos vencedores dos campeonatos. Duas equipas asseguraram o apuramento na fase de grupos: o FC Porto, com a vitória em Istambul, juntou-se ao Sporting, que recebe nesta quarta-feira o Barcelona, também já qualificado, tal como o Arsenal no grupo dos portistas.
Curiosamente, foram vitórias nos terrenos dos adversários que ditaram esta agradável situação, bem melhor do que se esperaria há meses, atendendo ao panorama dos últimos tempos, tanto a nível de rendimento dos clubes como da selecção.
Resta dar continuidade a esta proeza. Por um lado, que o FC Porto repita o que mostrou na primeira parte de Istambul, considerado por Jesualdo Ferreira como um manual a não esquecer. Ao Sporting será bom que se liberte dos complexos das arbitragens e consiga melhorar a produtividade ofensiva, para não ficar exclusivamente dependente da sagacidade de Liedson.
José Mourinho costuma dizer que a fase de qualificação, além do valor das equipas, é muito influenciada pelos "detalhes"
Seguir o manual do técnico dos dragões e ter a sorte de os conjugar com os propalados "detalhes" do responsável do Inter seria uma solução, à falta de melhores argumentos.
"Na nossa filosofia só há jogos para acertar". Palavras de Jesualdo Ferreira, que parecem ter destinatário, antes do encontro com o Paços de Ferreira, que muitos esperam - ou melhor, desejam - possa causar sérios problemas no Dragão.
O espectáculo - número de golos e forcing final dos visitados - proporcionado na visita do Benfica aos pacenses criou esta expectativa, que não é suportada por qualquer dado estatístico (facto irrelevante, é certo) nem pelo potencial das duas equipas.
Decorre dos portistas terem o atraso de quatro pontos em relação aos líderes (Nacional e Sporting), aliado ao facto de, nas últimas horas, se ter anunciado que Lucho Gonzalez não foi convocado para "gestão de esforço".
A especulação sobre esta ausência foi imediata, dado que durante a sua já longa presença no clube apenas falhou dois jogos, e vários depoimentos apontam para considerar o argentino a grande referência da equipa.
Com esta decisão, que terá a ver com o próximo compromisso chamado Arsenal, o treinador portista criou um ambiente propício aqueles que começam a contestar a sua continuidade no clube, "mandando às urtigas" os títulos conquistados.
De bestial a besta o percurso é muito curto...
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