Jesualdo Ferreira avisou há dias que a perturbação directiva teria certamente consequências negativas na equipa. Se os dirigentes não se entendem e, ainda por cima, Godinho Lopes avisou que apenas alguns ordenados dos jogadores só seriam pagos depois da assembleia geral – excepto os daqueles já tem ordenados em atraso e podem rescindir contratos – não se esperaria que tivessem a serenidade necessária para encarar o compromisso com o Rio Ave.
O presidente do Sporting prestou mais um mau serviço ao clube. Na barafunda total sobressai o treinador, com um discurso sereno e realista, mesmo depos do primeiro desaire desde que entrou em Alvalade.
«Temos de melhorar algumas coisas, em particular na frente. A nossa construção vai bem até final, mas nessa zona estamos a ter problemas. Temos dificuldade na finalização e é nisso que temos de trabalhar. Conseguimos construir jogadas até à frente, ultrapassamos as linhas defensivas, mas não concretizamos. Temos de ser mais assertivos», disse Jesualdo Ferreira.
Perante outro tema respondeu: «Se a inexperiência pesou? Não quero pensar assim. Foi esta a direcção que se decidiu tomar em relação à equipa, e é nesta linha que vamos continuar a trabalhar. Este é o plantel que temos. E é com ele que temos de continuar a trabalhar.»
O treinador tem a noção das dificuldades, mas mantém objectivos europeus.
Neste ritmo, no entanto, não parece tarefa fácil.
Os portugueses continuam a ter mercado no estrangeiro, quer sejam jogadores ou treinadores. Seja em clubes europeus de grande prestígio ou de países que procuram melhorar os respectivos rankings.
Dirigentes de paragens mais exóticas começam a descobrir a magia do futebol também são aliciados pelo mercados português e já são centenas os compatriotas espalhados pelos mais diversos continentes.
Fernando Couto acaba de aceitar um repto depois da passagem, com gratas recordações, pelo Sporting de Braga como director desportivo, e rumará à Índia como treinador - função que sempre esteve nos seus planos - de um clube de Calcutá.
Consequência do seu prestígio - campeão como futebolista em vários países, internacional e agora embaixador da selecção nacional - foi "requisitado" por responsáveis do futebol indiano, tal como antigas vedetas aceitaram prolongar as respectivas carreiras como jogadores.
O ex-defesa do FC Porto continuará certamente a prestigiar o futebol nacional e, por outro lado, será mais um português a emigrar.
O primeiro-ministro ficará agradecido...
«Tem de haver sempre explicações para o que acontece nos jogos. A verdade é que entrámos muito fortes e marcámos dois golos rapidamente... Na segunda parte tivemos várias oportunidades de golo, mas não fomos eficazes. Por outro lado, os jogadores do Gil Vicente acreditaram sempre que era possível chegar ao empate. Acabámos por perder dois pontos... Normalmente, quando o Benfica está a ganhar por 2-0, não se deixa empatar. Mas infelizmente isso aconteceu. Após o empate, os jogadores ficaram algo apreensivos. Só conseguimos reagir com o coração.»
Jorge Jesus após o empate em Barcelos, in Record
O treinador do Benfica refugiou-se em lugares comuns para explicar mais um resultado surpreendente no primeiro encontro do campeonato. Ninguém pode retirar o mérito ao Gil Vicente, mas é de estranhar que uma equipa com dois golos de vantagem alcançados bastante cedo acabe por ceder dois pontos perante um adversário de potencial reconhecidamente inferior.
Alguma coisa continua mal no reino da Luz.
Os dirigentes de Alvalade, ao convidarem José Couceiro para desempenhar as funções de Paulo Sérgio até ao final da época, colocaram um sério problema ao director-geral do futebol. Ele próprio referiu-se ao assunto nos seguintes termos: «Ou demitia-me ou aceitava ajudar o clube.»
O também técnico de futebol optou pela segunda hipótese e deu um exemplo raro de profissionalismo numa conjuntura muito complicada. Começa por dirigir um grupo de jogadores descrentes, fruto de sucessivos desaires e num clube a viver período de instabilidade devido à proximidade das eleições e da conhecida crise financeira.
Acresce que terá como primeira prova de fogo, depois de dois dias de contacto mais directo com o plantel, a deslocação ao Benfica na decisão por um lugar na final da Taça da Liga. Que não considera decisiva - resposta à «provocação» de Jorge Jesus -, pois pretende acima de tudo manter o terceiro lugar na Liga, o único de acesso à prova que não obriga a antecipar demasiado o início da próxima época.
Tudo isto seria minimamente lógico se, dentro de 25 dias, não se realizassem eleições para escolher os futuros dirigentes e, alguns deles, com ideias definidas sobre a constituição do staff para o futebol.
José Couceiro sujeita-se, seja qual for o balanço que possa fazer-se do seu labor ao serviço do Sporting, a ser despedido sem honra nem glória.
Louve-se, para já, a sua coragem.
José Mourinho, detentor de imensos títulos e vários prémios, tornou-se agora uma legenda do futebol mundial. Criado pela primeira vez pela FIFA, em colaboração com a publicação francesa France Football, um prémio destinado ao melhor treinador do ano, o troféu de estreia relativo a 2010 foi atribuído ao português pelo trabalho desenvolvido no Inter, que conduziu ao título europeu depois de 45 anos de jejum, além de conquistar todas as provas italianas.
Momento ímpar vivido em Zurique (Suíça), pois a distinção e as palavras antes proferidas pelo holandês Sneijder, seu pupilo em Milão, emocionaram até às lágrimas o «duro» de Setúbal.
Mourinho, em momento especial da carreira, proferiu os agradecimentos na língua pátria, por «ser um orgulhoso português».
Carlos Mozer foi feliz na estreia como treinador da Naval, último classificado na Liga. O brasileiro, no dia do baptismo na condição de responsável principal, conseguiu levar os jogadores figueirenses à vitória em Guimarães. Não foi com um adversário qualquer e teve no outro banco um técnico experiente chamado Manuel Machado. É certo que os minhotos têm vacilado nos últimos encontros, mas o brasileiro mostrou-se realista quando sonhava na conquista de apenas um ponto. Afinal, fez o pleno.
A deslocação do Benfica a Leiria, no entanto, monopolizava as atenções da jornada, e a equipa de Jorge de Jesus alcançou um resultado mais amplo do que se esperava e não se atrasou mais em relação aos dragões.
Jorge Jesus
continua a son har com a renovação do título, enquanto Pinto da Costa repete elogios ao treinador da L uz. Porque gosta de «pessoas inteli gentes», reafirma o sagaz pres i dente port ista. Homem com tantas «virtudes», é pena não convencer muita gente com estes despropositados co mentários . Talvez seja altura de p a r a r .
Tão difícil como se previa, por algumasconhecidas fragilidades das equipas, mais fácil do que se esperava a vitória do Braga sobre o Partizan. Os primeiros três pontos conquistados pelo minhotos na Liga dos Campeões devem ser especialmente festejados pelo tónico «ministrado à equipa, mas Domingos Paciência tem a noção das realidades, embora conjugada dose indispensável de sonho.
Nem portugueses nem sérvios atingiram alto nível de rendimento - desacerto nos passes, deficiente capacidade ofensiva, em suma, inconsequentes na manobra. O livre de Lima foi a «chicotada» que o jogo precisava, mas só teve sequência nos minutos finais com o lance vitorioso de Matheus.
Se o treinador bracarense ainda pode ter motivos de satisfação, Aleksander Stanojevic não escondeu o desalento. E o Arsenal continua na senda das goleadas, agora frente ao Shakhtar (5-1).
A atenção dos portugueses esteve também centrada no Santiago Bernabéu, onde os italianos do Milan prometeram humilhar os merengues, à semelhança da época passada com dois golos de Pato. Só que desta vez estava no banco José Mourinho, bom conhecedor do futebol transalpino; Cristiano Ronaldo de pazes feitas com o golo e atento aos colegas melhor colocados para visar com êxito as balizas do adversário, como aconteceu com o alemão Ozil; e um seguro duo defensivo composto por Pepe e Ricardo Carvalho.
Os adeptos do Madrid começam a acreditar na capacidade de adaptação do treinador e a alegria regressa gradualmente a Chamartin.
Paulo Sérgio já é líder dos futuros treinadores, tal como Carlos Carvalhal ganhou no Sporting o título dos dispensados.
No dia em que se completou a 27.ª jornada da I Liga, os sites de A Bola e do Record dão como certa a transferência do primeiro de Guimarães para Alvalade no final da época, embora ainda se desconheça se a CMVM foi informada pelo clube desta decisão e quais as condições da saída dos minhotos, segundo parece fixadas em 500 mil euros.
Aliás, os leões açambarcaram as notícias neste dia, pois Hélder Postiga, notabilizado como avançado do FC Porto, marcou pela primeira vez esta época pelo Sporting. Quanto terá custado este toque para a baliza aos cofres geridos por José Eduardo Bettencourt?
Um golo que concedeu três pontos ao Sporting e consolidar a perspectiva de disputar a próxima edição da Liga Europa, aquilo que lhe resta depois de quatro presenças consecutivas na Liga dos Campeões.
O Vitória do Setúbal - treinado por um símbolo de Alvalade (Manuel Fernandes) - deixou escapar o empate. Seria uma pequena ajuda para ficar mais longe da zona da despromoção, ainda a quatro pontos de distância.
Carlos Carvalhal, entretanto, não consegue disfarçar o desgosto pelo futuro imediato não passar pelo Sporting e pela maneira como todo o processo decorreu. Caso contrário não diria que está a «trabalhar num contexto difícil».
Louve-se o seu espírito de sacrifício, mas com qualquer outra pessoa mais temperamental já teria passado a pasta ao «competente« Costinha, porventura um bom responsável técnico interino em embrião.
O Braga continua na senda dos triunfos e o Sporting estreia-se a ganhar na Liga.
Domingos Paciência entrou com o pé direito no clube minhoto e alcançou o terceiro triunfo consecutivo na visita do «repescado» Belenenses.
Paulo Bento quebrou um longo e comprometedor jejum de êxitos. Se isso é importante para o clube de Alvalade, o facto do agora português Liedson ter marcado pela primeira vez esta época abre perspectivas mais animadoras para o futuro. Os sportinguistas quedaram-se por uma exibição sem alardes exibicionais. Os três pontos podem, no entanto, ser o arranque para a recuperação do estado anímico de jogadores, até aqui sem capacidade para exprimir todas as suas potencialidades.
Com empates nos restantes jogos, as atenções viram-se agora para a visita do Vitória de Setúbal, uma equipa em reconstrução, ao recinto do Benfica. Jorge de Jesus apenas deverá ter as preocupações próprias das incertezas do futebol, pois o favoritismo está totalmente do lado dos encarnados.
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