O FC Porto voltou a dar espectáculo no Dragão. Mais importante do que a goleada (4-0) ao Olhanense foi a exibição do brasileiro Carlos Eduardo, que andou meses "esquecido" na equipa B. Três assistências e um golo de excelente execução confirmaram a imagem transmitida no último jogo e devem garantir-lhe em definitivo a titularidade.
Paulo Fonseca não terá ficado agradado com o rendimento dos dragões até ao intervalo, apesar do golo de Mangala, mas os restantes 45 minutos concederam-lhe mais tranquilidade. Voltou a ver um ataque eficaz, consequência do melhor aproveitamento da movimentação de Jackson, do "aparecimento" de Herrera, e da coesão transmitida ao meio-campo por Carlos Eduardo, além dos dotes de goleador.
Se na Liga dos Campeões, o FC Porto esteve aquém das expectativas, a nível das competições nacionais Paulo Fonseca tem à disposição um lote de jogadores capaz de lutar pela renovação do titulo. Assim disponha as peças no tabuleiro em função das suas características.
O Benfica, por seu turno, saiu do Bonfim com uma vitória, mas sem convencer. Não fez um remate, na primeira parte, à baliza dos sadinos. Apenas algumas alterações de Jorge Jesus depois do intervalo concederam maior equilíbrio ao meio-campo e conduziram aos golos de Rodrigo (54 m) e Lima (69 m, de grande penalidade).
A mensagem de Natal de Filipe Vieira ainda não foi apreeendido pelos jogadores, e o treinador parece não ter encontrado as soluções para tornar a manobra da equipa mais consistente.
«Houve diferenças de uma parte para a outra. É normal. Na primeira tivemos dificuldades, com o Vitória a defender muito bem. Na segunda, alterámos posicionamentos, tivemos outra ideia de jogo, e a partida tornou-se mais fácil, também porque não houve tanta intensidade por parte do adversário», explicou o técnico dos encarnados.
A vitória permitiu não descolar dos campeões e aproveitar eventual deslize do Sporting. Mantém-se, no entanto, a irregularidade nas exibições.
Bruno Carvalho, desde que foi eleito presidente do Sporting. tem demonstrado - além das manifestações no banco depois dos jogos - uma postura equilibrada e um discurso realista.
Razão para se ter estranhado que na recente visita à África do Sul, em convívio com os compatriotas sportinguistas, tenha revelado o propósito de ganhar todos os jogos, o campeonato, e as duas Taças do calendário - Portugal e Liga.
Leonardo Jardim não deixou passar em claro essas afirmações de um dirigente que sabe perfeitamente as limitações dos leões, tanto no aspecto financeiro como na reestruturação do plantel.
E tomou uma posição sobre o assunto antes do encontro com o Alba: «O Sporting tem um discurso único. Fico surpreendido por o presidente ter dito isso, porque ele a mim não me disse nada e, por isso, continuamos dentro do que organizámos e definimos no início da época.»
Leonardo Jardim não deixou da definir concretamente os objectivos: «A mensagem que passo aos jogadores é que as motivações não podem advir dos adversários, têm de ser intrínsecas. Têm de ser nossas por jogarmos no Sporting. É um jogo em que temos mais responsabilidades, porque somos muito favoritos e queremos apresentar um futebol de qualidade, vencer o jogo e passar a eliminatória. Nós, como a maioria das equipas, temos ambição de chegar ao Jamor.»
O presidente de Alvalade deve pensar bem antes de falar, caso contrário colocará em causa a coesão do grupo de trabalho. Leonardo Jardim já demonstrou não ser apologista de promessas cujo cumprimento é imprevisível, e só fala em «ambição» e não inclui o campeonato para esta época.
O "destino" voltou a punir o Sporting de Braga. Em Old Trafford, cedo ficou em vantagem com dois golos de Alan e acabou por consentir uma derrota tangencial. Na Pedreira, Alan marcou o primeiro golo da partida ao Manchester United depois do intervalo e novo desaire (1-3).
Tudo isto não aconteceu por acaso. Pode falar-se em erros de arbitragem; na saída precipitada do guarda-redes Beto; no faro do golo de Van Persie, a alavanca da viragem quando saltou do banco para o relvado.
Estes resultados, concretizados de maneira muito semelhantes, no modo e no tempo, explicam-se com análise realista. Por exemplo, na diferença de potencial dos dois conjuntos e, porque não reconhecer, na experiência de José Peseiro e Alex Fergusson.
Os minhotos podem sentir orgulho na imagem transmitida nos dois encontros, talvez mais valiosa no realizado em terras inglesas.
Qualquer que seja o lugar final na tabela deste grupo da Liga dos Campeões, tudo o que o clube liderado por António Salvador conseguiu nos últimos anos nunca será riscado do historial do Braga.
Atravessa-se uma fase de inflação de estatísticas. Por tudo e por nada surge a referência de que um clube, um jogador - pela positiva ou negativa -, atingiu números nunca antes conseguidos.
A última "façanha" foi atribuída a Messi, desde muito novo ao serviço do Barcelona e considerado pela FIFA o melhor jogador do
mundo pelo segundo ano consecutivo.
O argentino marcou 50 golos esta temporada e bateu o recorde de Puskas, um húngaro que representou o Real Madrid e, inclusive, a seleção de Espanha, e cujo máximo foi de 49, na época de 59/60.
Todos sabem como são falíveis as estatísticas quando estão separadas por anos de distância, portanto reportadas a tempos totalmente diferentes.
Neste como noutros casos apenas se conseguem apresentar números, aliás de maneira falaciosa.
As notícias referem que Messi obteve 31 golos na Liga, 7 na Taça do Rei, 9 na Liga dos Campeões e 3 na Supertaça, na segunda mão frente ao Sevilha, num total de 49 jogos,
E Puskas, quantos encontros disputou? Certamente menos, pois a sua carreira decorreu num tempo com menor número de competições e, por consequência, de jogos.
Razão pela qual estas comparações envolvem sempre algo de especulativo.
A UEFA ameaça a Ucrânia de lhe retirar a organização do Europeu 2012 - partilhada com a Polónia - caso não tenha a garantia de o Governo daquele País deixar de ter influência na Federação de Futebol da Ucrânia. Em carta do secretário-geral do organismo europeu, Gianni Infantino, refere-se: «Se a federação da Ucrânia for suspensa de todas as competições europeias, o comité executivo estima que não será possível que o país acolha a fase final do Europeu».
No caso dos estatutos da Federação Portuguesa de Futebol, alguém anda a «vender» a ideia de que a UEFA e a FIFA aplicarão um nível de sanção semelhante, embora aplicado a clubes e à selecção nacional, caso o clausulado que rege o funcionamento da federação não seja adequado ao Regime Jurídico das Federação Desportivos. Curiosamente um documento emanado, há cerca de três anos, do Governo, através da respectiva tutela.
Nestas circunstâncias, alguém pode explicar a razão da UEFA não considerar ingerência do Governo português na federação. Caso contrário, existem razões para duvidar da transparência neste polémico processo.
O duelo entre o FC Porto e o Benfica está «diagnosticado» pelos observadores, pelo que será curioso abordá-lo, algumas horas antes, em função das declarações dos respectivos técnicos.
«Não sei se David Luiz irá jogar a lateral esquerdo. Se acontecer, mudam comportamentos e estaremos preparados. Referimos isso mesmo aos jogadores», conjecturou o portista que, entretanto recusou ser o «FC Porto-Benfica um Hulk-David Luiz. Não faz sentido falar em duelos individuais». Deu especial importância o discurso na preparação de um jogo. «Acredito na importância de uma palestra, por muito que o futebol actual se divirta com o táctico. Convém a muita gente destacar esse aspecto, para esconder as fraquezas. Ter qualidades humanas também é muito importante. Acredito nos valores da transcendência, da força do balneário. Houve um grito de revolta na Supertaça, e esse grito continua pelo que aconteceu na época passada.»
Jorge Jesus, por seu turno, lembrou os compromissos reccentes dos dois clubes: «O FC Porto vai lançar no jogo uma equipa que, penso eu, metade não jogou quinta-feira. Teve horas de recuperação para se apresentar nas melhores condições, tal como o Benfica.»
No entanto, ao lembrar o jogo da Luz com o Lyon (terça-feira, na Liga dos Campeões) e o FC Porto-Besiktas (quinta, na Liga Europa), menoriza os efeitos das horas de recuperação: «Temos mais dias, de terça para quinta, mas o Benfica jogou em intensidade muito alta e o FC Porto, com o apuramento quase garantido, geriu essa intensidade. Por isso vai estar na máxima força.»
Cada cabeça, sua sentença!
Nos últimos dias, o nome de José Mourinho surge em tudo que é jornais, sites e blogues, com os comentários mais diversos - elogios não faltam e também sobram os insultos - sobre a polémica táctica utilizadapara eliminar o poderoso Barcelona.
Muita gente já esqueceu - ou não tem memória - que no futebol italiano, desde os tempos do «mago» Helénio Herrera fez escola o célebre catenaccio, interpretado por jogadores admirados em todo o mundo e que, conjugado com a astúcia de certos avançados, conduziu a inesperadas vitórias.
O Mundial de Espanha (92) foi um dos exemplos. A selecção do Brasil, treinada por Telé Santana, praticava um futebol de encantar, graças a jogadores com a classe dos médios Zico, Falcão e Sócrates, e ainda de Éder, Dirceu, Junior e Cerezo. A Itália orientada por Enzo Bearzot, não conseguiu ganhar qualquer jogo da primeira fase e apareceu na Catalunha destinada a ser o «bombo da festa» numa segunda fase que incluía os canarinhos e a Argentina de Maradona.
Puro engano. O conjunto que tinha como pedras basilares o guarda-redes Buffon, os defesas Baresi (actual adjunto de Mourinho), o rápido e tecnicista extremo Conti e os sagazes Altobelli e, em especial, Paolo Rossi começou, por derrotar a Argentina (2-1), que também perdeu com os brasileiros (3-1). E quando nas ramblas os brasileiros festejavam por antecipação o apuramento, aconteceu a chamada «tragédia de Sarriá» (recinto do Espanhol).
Os italianos ainda deram hipóteses a Sócrates e Falcão de marcar, mas a tradicional astúcia transalpina teve plena expressão nos três golos apontados por Rossi, a grande sensação do campeonato. Depois caíram a Polónia e a Alemanha.
Recordar estes dias vividos em Barcelona, entre Sarriá e Nou Camp, até à final de Madrid, tem por objectivo salientar que o futebol transalpino ainda mantém certa fidelidade à cultura do passado, embora assente num conceito nem sempre praticado por Helénio Herrera («em futebol é a surpresa, a velocidade, e variações inesperadas que abrem os caminhos do golo»). Um técnico que venceu três campeonatos de Itália, duas Taças dos Campeões e duas Taças Intercontinentais, precisamente ao serviço do Inter.
O caminho possível de José Mourinho perante o possante Barça não poderia desviar-se muito daqueles princípios, sob pena de ser humilhado pelo adversário e triturado num país - recorde-se - já campeão do mundo quatro vezes (1934, 1938, 1982 e 2006) e finalista vencido em duas, ambas com o Brasil (1994 e 1970).
Talvez assim se percebam melhor os elogios do seu presidente Massimo Moratti e do conceituado treinador Alex Fergusson.
FC Porto, Sporting e Benfica mostraram, em simultâneo, os primeiros resultados de alguns dias de trabalho e as potencialidades das novas aquisições.
No Dragão e no Algarve surgiram notas positivas, com realce para os portistas, que vendem jogadores, formatam novas equipas e mantêm a dose de eficácia.
Os benfiquistas de Jorge Jesus também apresentam um resultado global positivo, embora sentissem algumas dificuldades perante um adversário que participará no escalão principal depois de muitos anos de ausência e em desvantagem no aspecto físico, pois a equipa de Jorge Costa teve menos 24 horas de recuperação. A equipa da Luz não estará a jogar o dobro do ano passado, como já adiantam certos analistas, mas parece diferente para melhor.
Dos três rivais, o Sporting foi o mais modesto em termos de aquisições e as fragilidades da época passada persistem. O público presente em Alvalade já demonstrou algum descontentamento e Paulo Bento, que reconhece os problemas, tarda em encontrar o antídoto para alterar a situação.
Só tem duas soluções: continua com os mesmos jogadores e opta por outro estilo de jogo ou exige ao presidente reforços compatíveis com as exigências dos compromissos e o legado histórico do clube.
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