Afinal o que representa impedir um treinador de se sentar no banco dos suplentes e, por castigo, arranjar-lhe um camarote onde tem a seu lado um dirigente da SAD, um adjunto que transmite as suas indicações tácticas ou o momento das substituições para o substituto?
Em Portugal significa um privilégio. Jorge de Jesus esteve muito mais descansado, usufruiu de melhor perspectiva da movimentação das equipas e teve condições para transmitir qualquer rectificação para o "técnico de serviço".
Quem conhece o temperamento do treinador do Benfica, que nunca pára na área reservada junto ao relvado, gesticula e dá frequentes instruções na linha lateral, terá sido um sofrimento não ocupar o seu lugar.
Concretamente, o castigo foi apenas esse, pois as suas ideias passaram, com maior ou menor eficácia, para os jogadores.
Situação que já não acontece em alguns campeonatos estrangeiros. Lembramos que José Mourinho, na sua primeira passagem pelo Chelsea, cumpriu um castigo na bancada, sem possibilidades de contacto com o seu staff por ter os movimentos controlados por terceiros.
Mais um exemplo dos brandos costumes portugueses, a transformar um castigo numa farsa.
Infelizmente, não acontece apenas no futebol.
"Nenhum jogo está decidido antes do apito final do árbitro". Toda a gente ligada ao jogo tem essa experiência e, por maior força de razão, treinadores e futebolistas,
Jesualdo Ferreira e os elementos escolhidos para segurar a vantagem de um golo conseguida na Roménia, mais uma vez consideraram aquela uma "teoria" sem sentido.
Subestimaram o brio e capacidade dos atletas do Pandurii, não admitiram que a anterior exibição poderia não corresponder ao seu verdadeiro valor e saíram da Pedreira com o peso de uma derrota (2-0) e, pior do que isso, vergonhosamente afastados da Liga Europa.
O treinador bracarense, mais uma vez, não arranjou desculpas: «Há muitas coisas que se dizem e depois não se concretizam. O nosso adversário revelou-se mais forte do que estávamos à espera, mais do que o que mostrou na Roménia. Fizemos um jogo para ganhar mas não fomos felizes nos momentos em que teria de acontecer algo. É uma eliminatória mal perdida, um grande desgosto para o SC Braga.»
Sejamos mais exigentes. Aquilo que aconteceu é indesculpável.
No Benfica-FC Porto relativo à 21.ª jornada da Liga da época passada, realizado no dia 2 de Março, os campeões venceram com um golo de Maicon marcado nos últimos segundos da partida e Jorge de Jesus protestou com um dos auxiliares por alegada irregularidade no lance.
A caso foi relatado pelo árbitro e passados mais de seis meses (dia 4 deste mês) o Conselho de Disciplina da Federação deu o seu parecer com a aplicação de 15 dias de suspensão e 1500 euros de multa ao técnico encarnado.
Não estando em questão qualquer juízo de valor sobre a pena, outros dois aspectos merecem reparo e, mais do que isso, urgente alteração dos regulamentos disciplinares do futebol.
É inaceitável que uma decisão desta natureza seja tomada só na época seguinte - o treinador até poderia estar ao serviço de outro clube. Por outro lado, constata-se que os membros não conhecem o calendário e "obrigam" Jorge de Jesus a cumprir o castigo em período de paragem do campeonato.
Afinal, se o tempo de inactividade disciplinar esta implicitamente anulado, resta apenas o pagamento da multa. Alguém está brincar com coisas que deveriam ser sérias, transparentes, sem dar motivos a suspeitas de favorecimento.
Passou por muitos problemas em Alvalade. Dispunha de um plantel de mediana qualidade, o presidente da altura seguiu uma política de minimizar os custos e a produção da equipa de futebol oscilou em demasia. A um jogo bom sucediam-se dois ou três maus.
Em qualquer circunstância, Paulo Sérgio manteve a serenidade, defendia os jogadores. Até que um dia resolveu não aguentar a falta de apoio de uma organização sem rumo definido e bateu com a porta.
Esta temporada, inesperadamente, foi contratado pelo Hearst, clube escocês que dificimente rivaliza com o Celtic ou o Rangers, mas calmamente o treinador português foi-se impondo à consideração dos dirigentes e dos adeptos, que até lhe dedicaram uma música.
Costuma dizer-se que um homem não é de ferro, e mais uma vez se confirmou a sabedoria popular. Uma derrota em Outubro, frente ao Kilmarnock transtornou o homem calmo. Um golo que deu origem a um pontapé no banco de suplentes e a cinco jogos de castigo aplicados pela Federação da Escócia.
Mais um epísódio na vida de treinador que servirá de ensinamento.«Temos de ter muito cuidado com o que dizemos. Fui expulso por ter pontapeado o banco de suplentes. Não sabia que era proibido fazê-lo. Fi-lo para exteriorizar o que sentia e acho que era bem claro para todos.»
Nem um banco se pode maltratar naquelas paragens britânicas...
Há muito deveria ter-se em atenção os milhões que envolvem o futebol e, pior do que isso, os desequilíbrios financeiros dos clubes europeus de elite e daqueles que começaram a ser comprados por milionários dos Estados Unidos e da Ásia.
A UEFA acabou por seu obrigada a intervir neste desvario - clubes perto da bancarrota -, e o presidente Michel Plartini, em conjugação com a Associação Europeia de Clubes, cujo presidente é Karl-Heinze Rummenigge - ex-futebolista de eleição a desempenhar idênticas funções no Bayern de Munique - delinearam um plano com o propósito de moralizar a situação, naturalmente com sanções aos clubes incumpridores de diversos preceitos.
Os denominados Regulamentos de Licenciamento de Clubes e Fair-play Financeira estabelece regras progressivas de molde a que, na temporada de 2013/20114, qualquer clube cujas receitas sejam inferiores aos encargos, não participará nas competições europeias, ou se não estiver qualificado desportivamente para as integrar, sofrerá pesadas multas.
Entre as várias medidas a implementar progressivamente, surge a limitação do número de jogadores em cada plantel.
Finalmente, as instâncias internacionais do futebol mostram disposição para acabar com os excessos, indiscutivelmente imorais numa sociedade em grave crise. Mais vale tarde do que nunca.
Ainda sem conhecer o teor das declarações de Izmailov ao Jornal do Sporting, basta a confirmação da deslocação à Rússia no dia do importante jogo com o Atlético de Madrid, e confessar falsas as declarações sobre o departamento clínico do clube e os procedimentos do seu responsável para considerar que o futebolista russo não merece desculpa.
Assim sendo, o jogador deveria ser impedido de vestir a camisola do clube, pagar uma indemnização considerada razoável pelos prejuízos causados à entidade patronal, além de ficar ausente dos relvados por longo período.
Há atitudes na vida que não se resolvem com pedidos de desculpa. Não se têm, pura e simplesmente.
Agora haverá gente a defender que todos merecem uma segunda oportunidade. Discurso demagógico - além de cínico - que tem conduzido a sociedade à actual situação caótica no que respeita ao cumprimento dos mais elementares princípios.
O treinador do Inter está em maus lençóis. José Mourinho começa a ser cliente frequente da justiça desportiva num país que, como já aqui escrevemos há tempos, não tolera a presença de estrangeiros na orientação das suas equipas.
Após vários jogos impedido de se sentar no banco e de várias multas durante a presente temporada, a situação atingiu um ponto crítico no último com a Sampdoria.
Além de dois jogadores do Inter castigados em campo, mais dois foram punidos por incidentes nos balneários, e o treinador estará três jogos na bancada e as multas começam a subir. Agora desembolsará do seu chorudo ordenado mais 40 mil euros.
Apesar de José Mourinho se ver acossado por colegas de profissão do país de Silvio Berlusconi - uma boa escola - e de ter feito da polémica uma das armas do seu sucesso, desta vez terá puxado demasiado a corda.
o seu presidente Massimo Moratti não deve estar muito satisfeito, nem com os últimos resultados, nem com a irreverência de um funcionário, mesmo que argumente com a defesa do clube de eventuais injustiças arbitrais.
O Special One está a «abusar». Resta saber se por questão de temperamento ou racionalidade.
À noite solidária da Luz seguiu-se um dia (26) de notícias que mais parecem «brincadeiras» antecipadas das próximas festas carnavalescas.
A Comissão Disciplinar da Liga divulgou novo castigo ao presidente do FC Porto, por infringir o deliberado num anterior processo no âmbito do Apito Dourado - impedido de exercer oficialmente as suas funções de dirigente pelo período de dois anos.
Agora, sofreu três meses de castigo e 1500 euros de multa por ter violado a pena anterior, em 2 e 5 de Outubro de 2009, há quase três meses.
Pinto da Costa discursou em duas ocasiões na qualidade de presidente dos Dragões e por isso sofreu a nova penalização. Mas foi impedido de dirigir o clube a partir do seu gabinete e definir as acções a desenvolver com os restantes dirigentes?
Se os regulamentos acabam simplesmente por não permitir intervenções públicas, será melhor reformular o seu clausulado, que faz rir toda a gente e em nada afecta Pinto da Costa.
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