A convivência entre Pep Guardiola e José Mourinho nem sempre foi pacífica durante os três anos que o português treinou o Real Madrid. Além disso, a comunicação social espanhola sempre apresentou o técnico do Barcelona como o homem bom em todos os aspectos, incluindo na maneira como fazia a gestão do plantel catalão, ao contrário do que se dizia a certa altura com o exigente Mourinho.
Afinal, foi criado um mito com objectivos obscuros, a avaliar pelas afirmações do espanhol à revista do Bayern de Munique transcritas in A Bola, sem deixar de tecer elogios aos jogadores do clube alemão.
«Seremos melhores quando todos os jogadores estiverem disponíveis. Mas só lutaremos por títulos se cada um dos jogadores aceitar as minhas decisões. Se não aceitarem, teremos problemas. Sou muito amigo dos meus jogadores se eles aceitam o que digo. Apoio a quem aceita as minhas decisões, mas quem não me queira entender ficará na bancada muitas vezes.»
Pep Guardiola mostrou agora a verdadeira face, encoberta durante os anos em que esteve no Barça.
Há dias, várias figuras do Bayern, com saliência para a sua antiga vedeta Franz Beckenbauer, consideraram que o Real Madrid era uma equipa acessível.
Já em pleno estádio de Munique, desapareceram dos balneários, antes do jogo, botas e camisolas de alguns jogadores merengues, cabendo a Cristiano Ronaldo o maior prejuízo (três pares).
Por fim, quando se pensava que o Real Madrid regressaria à capital espanhola com um empate a um golo, Gomez criou um "par de botas" a José Mourinho com a marcação do segundo tento quando faltava um minuto para expirar o nonagésimo da partida.
O técnico português considera que a desvantagem de um golo não torna impossível a recuperação, mas para isso alguma coisa tem de mudar na equipa espanhola em Santiago Bernabéu.
Nem individual nem colectivamente - com raras períodos do primeiro tempo - os ainda líderes do campeonato de Espanha foram uma sombra daquela equipa eficaz nas transições para o ataque, característica que lhe tem valido muitos golos e algumas goleadas; raramente anularam a movimentação do meio-campo alemão; dificilmente entraram na área contrária em flagrantes situações de golo.
Acresce a tudo isto que Jupp Heynckes não dispensou vigilância apertada a Cristiano Ronaldo e o português também não se mostrou inspirado em alguns livres. Valeu-lhe a assistência para Ozil, e assim os espanhóis ainda pensam no apuramento.
Não podem, porém, dar a iniciativa ao adversário nem permitir que Ribéry e Gomez, entre outros, consigam mostrar todas as potencialidades.
José Mourinho joga praticamente uma época numa semana, ao incluir o derby de sábado na Catalunha com Pep Guardiola antes da decisão da meia-final da Liga dos Campeões.
É a vida (bem paga) dos treinadores!
Barcelona e Bayern de Munique foram as primeiras equipas a qualificar-se para as meias-finais da Liga dos Campeões. A vitória (3-1, depois do empate a zero em Itália) ante o Milan, no entanto, não foi pacífica, pois o trabalho de um árbitro holandês não agradou aos italianos, punidos com duas grandes penalidades (apontadas por Messi). Além de protestos por decisões "menores" mas com influencia no desenrolar do jogo, os transalpinos consideram-se também espoliados de um penalty cometido pela equipa espanhola.
Se não esteve em dúvida a capacidade do conjunto de Pep Guardiola, começa agora a generalizar-se a ideia de que os lapsos de arbitragem na Europa tem sempre - por coincidência, certamente - o mesmo beneficiário.
Os reparos de José Mourinho, em especial desde que optou pelo seu périplo europeu, começam agora a ter apoiantes e, entretanto, Guardiola está a reagir às críticas de maneira inesperada face a anterior comportamento.
Os alemães, treinados por Jupp Heynckes, já conhecido da Luz e onde não teve grande sucesso, apenas confirmou a superioridade sobre o Marselha revelada no encontro em França. Mais dois golos, ambos de autoria de do croata Ivica Olic, elevaram para o dobro o desfecho global da eliminatória.
E assim chegaram dois colossos do futebol europeu à meia-final, com a curiosidade do Barça ter atingido pela quinta vez consecutiva esta fase da Liga dos Campeões, e igualado o Real Madrid, com o mesmo registo no seu palmarés entre 1950 e 1960 e sempre com presença e vitória na final.
O sorteio da Liga dos Campeões teve a curiosidade de repetir dois confrontos da época passada. O Inter, campeão europeu em título numa final disputada em Madrid com o Bayern, voltará a encontrar os bávaros, agora nos oitavos-de-final. O treinador Van Gaal não poderá desforrar-se, por agora, de José Mourinho, pois deverá ter pela frente o espanhol Rafa Benitez. O Real Madrid voltará também a encontrar o Lyon, que surpreendeu os merengues, então orientados pelo chileno Manuel Pellegrini. Agora estará no banco o El Especial.
O calendário completa-se com os jogos Roma-Shakhtar, Milan-Tottenham, Valência-Schalke, Arsenal-Barcelona, Marselha-Manchester United e Copenhaga-Chelsea. Um mês de Fevereiro alucinante na principal competição europeia, mas com poucas novidades em termos de participantes.
Motivo para levantar esta questão:
Será possível aparecer um estreante na lista dos vencedores da prova, incluindo os da antecessora Taça dos Campeões Europeus?
Uma «camioneta com atrelado» colocada à frente do guarda-redes brasileiro Júlio César e mais uma linha em que se incluíam os restantes jogadores, à excepção de Milito - mais tarde de Eto'o - chegaram ao Inter para apenas ceder um golo (fora-de-jogo) em Nou Camp e eliminar o Barcelona da Liga dos Campeões e ter como adversário o Bayern de Munique na final de Madrid.
Mesmo antes do conjunto italiano ficar reduzido a dez elementos, por expulsão do brasileiro Thiago Motta, era evidente que o treinador português optou por utilizar todos os expedientes legítimos para não deixar Messi e companheiros desenvolverem o seu habitual carrossel, qual sedativo, antes do ataque final às redes adversárias.
Simplesmente, foi o pouco atraente futebol dos transalpinos que anulou por completo o excelente futebol posto em prática na época passada por Pep Guardiola e impediu os catalães de tentarem a revalidação do título europeu.
Além disso, torna-se evidente que os jogadores do Barcelona estão a praticar um futebol de baixo andamento e só surgiram mais expeditos na fase final da partida, graças à moralização concedida pelo tento de Piqué.
Assim sendo, frente à solidez defensiva, permanente entreajuda dos interistas e atenta vigilância sobre Messi, era quase impossível aos campeões espanhóis impor a toada que já proporcionou a tantos êxitos.
Em Portugal, os treinadores das equipas mais apetrechadas desculpam-se quando os adversários se servem da «camioneta» e conseguem resultados inesperados. José Mourinho, que mais uma vez afirmou não gostar do futebol italiano, não teve esses pruridos para atingir o máximo objectivo.
Aliás, na análise aos dois encontros, o Inter fez uma grande exibição em Milão, enquanto o Barcelona claudicou tanto em Itália como em Espanha.
O argentino Lionel Messi continua a ser notícia um dia depois do poker conseguido frente ao Arsenal e quando se decidiram os restantes semifinalistas da Liga dos Campeões.
O Manchester United tinha tudo encaminhado para afastar o Bayern de Munique, com o contributo de dois golos do português Nani, mas Olic e Robben deram a volta à eliminatória e os alemães de Van Gaal estão apurados graças a mais um golo marcado no terreno do adversário. Alex Fergusson explica o desaire pela expulsão do jovem Rafael, mas os males dos red devils terão outras razões, como ficou demonstrado na recente derrota na visita do Chelsea. Uma semana para esquecer do treinador mais prestigiado dos últimos anos.
O Lyon festeja a estreia na meia-final da prova, apesar de derrotado pelo Bordéus (o resultado da primeira mão foi decisivo) e terá os bávaros como adversários. Tarefa bem pesada para o francês Aly Cissokho e o argentino Lizando López, responsáveis na época passada pela boa carreira do FC Porto.
O Benfica estará em Anfield Road para decidir com o Liverppol a continuidade na Liga Europa. Jorge Jesus apresenta um discurso ambíguo, pois enquanto garante que a sua equipa é superior, receia que a fadiga dos jogadores, com menos um dia de intervalo entre jogos oficiais, possa afectar o rendimento do conjunto.
Rafael Benitez, por seu turno, aposta nas virtudes do avançado espanhol Fernando Torres para ultrapassar a desvantagem de um golo (2-1 na Luz).
A nível interno, o tema do momento é o sucessor de Carlos Carvalhal, e afigura-se que o presidente do clube e da SAD e o director desportivo não estão em sintonia. José Eduardo Bettencourt inclina-se para um português; Costinha defende um francês, futebol onde actuou durante alguns anos. Razão que explica a especulação sobre nomes como o de Paulo Sérgio e dos gauleses Jean Tigana, Paul Le Guen e Gérard Houllier.
Que venha o diabo e escolha...
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