Portugal, escolhido para inaugurar o novo Estádio Nacional de Varsóvia, palco da abertura do Europeu de Junho, correspondeu apenas em parte ao que se desejava em dia de festa, tal como a Polónia.
O "onze" inicial teve um comportamento ao nível do que se esperava e apenas pecou por défice na finalização. Nani (foto), um dos melhores em campo, e os restantes companheiros transmitiram uma dinâmica agradável à manobra da equipa, mas faltaram os fogachos de Cristiano Ronaldo. Os polacos, apenas a espaços conseguiram controlar as operações, libertando-se de certa pressão ao tirarem partido da lesão de Fábio Coentrão.
Depois do intervalo tudo mudou. Por um lado, Paulo Bento bem cedo começou a fazer rotação de jogadores, natural num jogo de observação da "matéria-prima" disponível, e ainda prematuro de preparação para o Euro 2012. Fraciszek Smuda tentou chegar à vitória antes de experimentar outros valores.
Diferentes estratégias obrigaram a selecção portuguesa o perder o controlo do meio-campo e teve de submeter-se mais à vontade do adversário. Valeu na circunstância Rui Patrício que, num punhado de boas defesas, ultrapassou o seu ex-companheiro de Alvalade Nani, já que este não cumpriu a preceito a missão de aproveitar as oportunidades de marcar e o guarda-redes esteve exemplar a defender.
A intensidade de jogo imposta pelos intervenientes de ambas as equipas - nalguns casos em demasia - merecia que na estreia do belo recinto se vissem golos, portugueses ou polacos.
Uns e outros têm de acertar a mira...
O futebol, para o novo presidente da Liga Profissional parece uma excepção na crise do País. Só assim se compreende que insista no aumento do número de clubes - promessa eleitoral que os participantes do segundo escalão aceitaram sem pensar nas consequências - numa altura em que os patrocínios são cada vez mais difíceis, a maioria dos jogos da Liga principal apresenta bancadas vazias, panorama desolador quando não estão no relvado as camisolas dos clubes - três os quatro - mais credenciados. Restam os direitos televisivos, também sujeitos às consequências da crise e, além disso, verbas apreciáveis foram entregues por antecipação.
O processo da passagem dos 16 para os 18 clubes também não constituiu obstáculo.Todos se mostram insensíveis à falta de ética desportiva ao alterar o regulamento de competições a meio do seu percurso, qualquer que seja o expediente. Além disso, o facto de dezenas de colectividades terem acabado com o profissionalismo e outros não cumprirem os compromissos, inclusive os salários, devido a gestões megalómanas, não servem de alerta para mudanças devidamente sustentadas.
Não se compreende, portanto, quem se queixa de ter encontrado na Liga dois processos que podem custar aos clubes a módica quantia de 60 milhões de euros e defende mais um salto no escuro.
Vítor Pereira não admitiria há semanas orientar o FC Porto na Luz na condição de líder em igualdade com os encarnados. No futebol acontecem com frequência estas surpresas, e a desvantagem (5 pontos) desapareceu num ápice.
Não foi num ápice, no entanto, que os dragões atingiram a situação prevista na sequência do empate de Coimbra. Estiveram 68 minutos à espera que o Feirense, penúltimo da classificação, consentisse um golo, depois do guarda-redes Paulo Lopes ter defendido uma grande penalidade apontada por Hulk.
A enervante espera para aproveitar os dois pontos perdidos pela equipa de Jorge Jesus no dia anterior terminou com uma cabeçada de Maicon e a serenidade chegou quatro minutos mais tarde. Jaime Rodríguez, saído do banco - lesão de Varela - e que já assistira o companheiro na abertura do marcador, fechou a contagem num belo lance.
Assim se chega ao embate de sexta-feira entre Benfica e FC Porto em situação inesperada. Uma das curiosidades residirá em ver se os lisboetas estão tão ineficazes no ataque como sugeriram os dois últimos jogos, e se continuará a irregularidade dos portistas, apesar das mais-valias relativas às contratações de Janko e Lucho Gonzalez.
Prognósticos... nem pensar!
Desta vez foi Izmailov que manteve a "onda vitoriosa" do Sporting de... Sá Pinto. Um golo de encantar, mas que só muito raramente o russo marca, dada a frequência das lesões - e de casos - que tem marcado a sua passagem por Alvalade.
Ao empate em Varsóvia a dois golos seguiram-se três vitórias apenas com um. O substituto de Domingos Paciência ainda não teve tempo para impor a sua filosofia de jogo e parece mais interessado, como pode concluir-se da sua postura no banco frente ao Rio Ave, em estabilizar psicologicamente a equipa.
Declarações em jogo anterior explicam esta atitude - «o espectáculo fica agendado para outra ocasião» - e mais uma vez isso aconteceu. Vontade de fazer bem não falta aos jogadores, mas seja pelas suas qualidades - ou falta delas - tudo se resume praticamente ao espírito de luta.
O oscilante Rio Ave demonstrou que uma equipa a três pontos do último lugar consegue desbobinar um futebol mais agradável e manter os adeptos leoninos em permanente tensão.
A continuar assim, será difícil inverter a tendência dos últimos anos, e Sá Pinto não ficará com boas recordações da sua estreia como treinador principal.
O Benfica, em duas deslocações consecutivas, perdeu cinco pontos. Deixou três em Guimarães e a Académica teve o engenho - melhor, o coração e a sorte - de não permitir que conquistasse mais dois.
Jorge Jesus demonstrou, mais uma vez, excessiva sobranceria ao considerar que, com dois pontos de vantagem sobre o FC Porto, a pressão estava do lado dos dragões. Afinal, foram os benfiquistas que, com o decorrer dos minutos, perderam discernimento para aproveitar a superior capacidade ofensiva, e foram vítimas das circunstâncias.
Pode dizer agora que a toada da segunda parte foi avassaladora, mas os nervos apossaram-se dos jogadores, não apenas porque não acertavam com a baliza da Académica, mas por ficarem expostos em demasia a rápidos contra-ataques.
Os Dragões, com o Feirense, tem boas hipóteses de igualar os lisboetas e apresentar-se na Luz com os mesmos pontos. E tudo voltará ao princípio, isto é, à luta pelo título.
Quando Lima reduziu a vantagem (1-3) do Besiktas conquistada em Braga para um golo, o português Carlos Carvalhal, treinador do clube de Istambul, apercebeu-se que a táctica de defender a vitória do AXA não era a solução mais adequada para garantir a qualificação na Liga Europa.
Tardou até ao intervalo para alterar a estratégia, mas ao colocar mais um avançado, na circunstância o compatriota Hugo Almeida, para dar sequência aos lances de Quaresma e às iniciativas de Manuel Fernandes, acabou por encontrar um antídoto para a "armadilha" montada por Leonardo Jardim.
O superior caudal ofensivo do Besiktas, além de da maior tranquilidade concedida à sua defesa constituiu um travão ao domínio dos bracarenses, que não mais conseguiram alterar o marcador.
O finalista vencido do ano passado deixou a representação portuguesa entregue apenas ao Sporting e apenas retirou algum proveito financeiro com a vitória em terras turcas. A eliminação atira para o esquecimento a maneira digna como se apresentou nesta eliminatória.
O calcanhar de Aquiles residiu na derrota um pouco inesperada consentida em Braga.
Sá Pinto tem razões para ficar surpreendido com o resultado que a equipa de Alvalade conseguiu em Varsóvia. Várias razões não permitiam ter muitas esperanças num resultado positivo no confronto da Liga Europa. Não pelas capacidades do Légia, mas face às evidentes insuficiências dos sportinguistas nos últimos tempos, além de actuarem sob a neve. Apenas com dois dias a orientar a equipa, o novo técnico pouco poderia modificar na maneira de jogar da equipa; tudo se resumia a levantar o moral dos jogadores.
Estes, no entanto, superaram-se e conseguiram duas reviravoltas no marcador e sair da Polónia com um empate (2-2). Não pode esquecer-se que houve um pouco de sorte - os tentos dos portugueses foram marcados por suplentes - Carriço e André Santos - habitualmente utilizados e chamados em momentos cruciais do jogo, mas importa salientar que desde há algum tempo não se via tão elevado empenho durante 90 minutos por parte do plantel então orientado por Domingos Paciência.
O tempo poderá explicar esta inesperada diferença de comportamento.
«Temos todas as condições de abafar esta equipa», disse Jorge Jesus na sequência da derrota na Liga dos Campeões.
Caso se confirme a melhoria das condições meteorológicas, não é difícil "abafar" os russos, atendendo à temperatura sentida em Sampetersburgo.
Aliás, o treinador da Luz desvalorizou aquela contrariedade: «Pior que a temperatura foi o estado do relvado, não dava para jogar. O Zenit adaptou-se melhor porque está habituado. A eliminatória está em aberto, temos todas as possibilidades, no nosso estádio, completamente cheio, com os nossos adeptos, para levarmos de vencida esta equipa, porque saímos daqui derrotados, mas não convencidos».
Impossível passar a eliminatória não será, mas torna-se necessário que a defesa se mostre mais segura, pois a capacidade ofensiva do adversário não se deve subestimar.
Num despique entre o Sporting de Braga e o Besiktas (Turquia) com a participação de mais jogadores portugueses do que é normal nos nossos campeonatos, os emigrantes acabaram por causar uma surpresa no AXA.
Curiosamente, até os treinadores nasceram em Portugal e foi Carlos Carvalhal - homem da casa e que ainda há pouco tempo esteve em foco em Alvalade pela negativa, como agora acontece com Domingos Paciência - a vencer no seu jardim à beira-mar plantado a equipa de Leonardo Jardim.
O treinador do minhotos critica a arbitragem pela expulsão de Hélder Barbosa, o momento determinante do jogo a permitir a vitória «imerecida» dos turcos. Dois golos, curiosamente, com "marca" portuguesa - um na sequência de um canto de Manuel Fernandes e o outro de autoria de Simão Sabrosa.
Carlos Carvalhal, no seu habitual estilo, considera que nada está decidido, mas sabe-se que o ambiente em Istambul não será favorável à recuperação dos bracarenses, embora o seu treinador considere possível repetir idênticas situações.
Nos confins da Europa, dentro de alguns dias, tudo se esclarecerá. Uma coisa é certa: haverá portugueses a festejar, seja qual for o apurado.
Domingos Paciência foi demitido de técnico do Sporting e Sá Pinto será o substituto. Situação a que se convencionou chamar chicotada psicológica e não surpreenderia ninguém, dada a frequência com que acontece no mundo do futebol, se...
... Se, no regressos dos leões da Madeira, onde perderam mais três pontos na I Liga, quando alguns adeptos manifestaram o seu descontentamento, no aeroporto e na chegada a Alvalade, o presidente do clube e da SAD, apesar de criticar o comportamento da equipa, garantiu que o treinador não estava em causa.
Menos 24 horas depois, a SAD emitiu um comunicado a anunciar a demissão do técnico e o nome do sucessor.
Desnecessária, portanto, tanta indignação pelo Governo não ter dado tolerância de ponto na terça-feira de Entrudo. Os "gigantones" já andam por aí a divertir as pessoas, sem necessidade de gastar dinheiro em deslocações.
Basta estar atento às notícias oriundas do clube do Lumiar até quarta-feira de Cinzas.
O FC Porto só na segunda parte conseguiu embalar para a goleada (4-0) à União de Leiria, mas as dificuldades encontradas antes do intervalo não devem atribuir-se a eventual pressão dos jogadores resultante do avanço do Benfica.
Refira-se, no entanto, que só depois da expulsão do argentino do Leiria chamado Shaffer e de Vítor Pereira ter decidido tirar o colombiano James Rodríguez do banco começou a definir-se o resultado, pois os dragões mostraram-se pouco inspirados até essa altura, de tal maneira que alguns assobios dos adeptos começaram a ouvir-se no recinto.
Nesse período foi evidente que os leirienses conseguiram, através do recurso a linhas mais recuadas, neutralizar as intenções do adversário, mas tornava-se impossível manter a mesma serenidade com menos um jogador e, em especial, aguentar a dinâmica que a entrada do colombiano transmitiu à equipa nortenha.
Em 24 minutos - 17 depois da expulsão e cinco a seguir à entrada de James - apareceu o primeiro golo e escancararam-se as balizas leirienses, apesar dos esforços do guarda-redes Oblak.
Aliás, o técnico portista recusou comentar, quando confrontado com a eventual utilização tardia de James, aquelas incidências do jogo, com a argumentação de que não gostava de «individualizar as questões».
Assim o campeão nacional respondeu à vitória (4-1) anterior do Benfica sobre o Nacional, com uma exibição que Jorge Jesus, mais uma vez, considerou a «melhor da época», num jogo em que Rodrigo (dois golos) e Cardozo tiveram contributo decisivo.
E tudo ficou como antes, possivelmente até ao confronto directo entre os dois primeiros.
O treinador do Sporting não tem uma atitude de satisfação (foto) por qualquer lance desenvolvido pelos seus jogadores no confronto com o Marítimo. Está apenas a tentar moralizá-los com a intenção de alterar o penoso rumo dos acontecimentos, culminado com uma derrota que nem permitiu saborear por muitos dias o apuramento, também na Madeira, frente ao Nacional, para a final da Taça de Portugal.
Se muitos pensaram que aquela vitória - exagerada pelo que se passou em campo - poderia inverter a tendência de resultados negativos desde o princípio do ano, enganou-se. E cada vez estão mais distantes os objectivos delineados pelos dirigentes leoninos no início da temporada. Até um lugarzito na Europa.
Com o clube em falência técnica e a equipa em falência qualitativa e táctica, o Sporting tem o futuro altamente comprometido.
A paciência está a esgotar-se em Alvalade e o treinador Domingos talvez seja o menos culpado. Mas a experiência diz que os principais responsáveis nunca perdem o lugar. Por força do estatuto de dirigente ou de contratos com rescisões onerosas.
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