Análise das questões do desporto e, em especial do futebol, feita por António Castro, agora mais distante dos centros de decisão, ao contrário do que aconteceu durante 40 anos ao serviço do extinto «Mundo Desportivo» e do «Diário de Notícias»
Segunda-feira, 31 de Maio de 2010
Mourinho «segura» Valdano

José Mourinho já é treinador do Real Madrid. Bonito na carreira de um treinador. Mas para o português, «bonito, bonito, bonito é ganhar no Real Madrid»

Colocada de parte, a seu pedido, uma apresentação no Estádio Santiago Bernabéu ao estilo dos shows com Kaká e Cristiano Ronaldo, cumpriu-se apenas a cerimónia de apresentação numa conferência de imprensa. Com mais de 300 jornalistas de várias nacionalidades, segundo as estimativas número superior ao verificado na recente final da Liga dos Campeões.

Jorge Valdano, como assessor do presidente Florentino Perez, foi o anfitrião. Anunciou a contratação por quatro anos, revelou que o diferendo entre os dois ficou sanado num encontro há três anos e garantiu não ser opositor do técnico, tal como sempre apoiou o chileno Manuel Pellegrini.

Foi a vez de José Mourinho entrar em cena, mais tenso do que o habitual, embora se tivesse a sensação de que conseguira impor o seu estilo de trabalhar aos «patrões».

Seguir-se-à a missão junto dos jogadores, mas surpreendeu ao anunciar que já tinha conversado, de manhã, com o mítico «capitão» dos merengues, e mandou alguns recados para o balneário.

No longo diálogo com os jornalistas, no qual misturou algumas palavras italianas no já «esquecido» castelhano, começou a descontrair-se. Não escondeu todas as facetas já conhecidas. Foi humilde, pretensioso, não escondeu ambição e prometeu trabalho. Mistura da versão Special One e Lo Speciale, como se pode apreciar na desenvolvida reportagem que, com a devida vénia, respigamos do site da Marca, quase em exclusivo dedicado ao El Especial.

 



publicado por António Castro às 23:57
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Domingo, 30 de Maio de 2010
Pepe passou apenas um obstáculo

A primeira aposta está ganha. Da reunião dos médicos do Real Madrid presentes na Covilhã - os merengues não brincam em serviço - com os seus homólogos da selecção, o operador, o fisioterapeuta e demais elementos ligados ao processo, resultou o veredicto que Carlos Queirós tanto ansiava: Pepe está clinicamente curado e pode voltar aos treinos.

Ao responsável técnico abrem-se diversas portas para delinear, de acordo com os seus conceitos tácticos e as características dos próximos adversários, o sector recuado da equipa, seja na defesa ou em terrenos ligeiramente mais adiantados.

Melhor do que ninguém, Carlos Queirós saberá que uma nova etapa terá de ser percorrida em tempo recorde. O empenho de Pepe, já demonstrado em diversas ocasiões, permite confiar que o jogador, no curto espaço de 15 dias, tem condições de dar sinais sobre a indispensável recuperação física e técnica para enfrentar os jogos do Mundial depois de tanto tempo de paragem.

Confiar na sua determinação está fora de causa. A dúvida poderá residir se atingirá, apesar do seu espírito de lutador, os níveis exigidos por uma competição de tão elevado desgaste.

De qualquer forma, depois de tantas incertezas, importa acreditar que a segunda aposta também terá sucesso.

 



publicado por António Castro às 23:50
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Sábado, 29 de Maio de 2010
Nunca digas desta água...

Quando Cristiano Ronaldo ainda jogava no Manchester United levantou-se uma polémica sobre o comportamento do português nos lances na grande área, e o então melhor jogador do mundo foi acusado de simular faltas que resultavam em golos através da marcação de grandes penalidades.

Entre várias opiniões de experts surgiu a de José Mourinho a corroborar a ideia de que o jogador da Madeira era um dos melhores futebolistas a atirar-se para a «piscina». Opinião que, logicamente não agradou a Cristiano Ronaldo e a sua reacção foi drástica: nunca jogaria numa equipa treinada pelo Special One.

O destino, no entanto, por vezes prega-nos partidas e, alguns anos depois, os dois compatriotas «inimigos» vão encontrar-se em Santiago Bernabéu do mesmo lado da barricada.

O futebolista fez por esquecer o diferendo verbal e tece elogios ao futuro treinador que, agora, é capaz de se aproveitar daquilo que criticou a Cristiano Ronaldo e, eventualmente, verberar a atitude de qualquer adversário menos hábil a disfarçar eventual falta inexistente.

Mais sapo, menos sapo, o difícil será passar o esófago...



publicado por António Castro às 22:58
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Sexta-feira, 28 de Maio de 2010
Del Bosque «lembra» Cabo Verde

Carlos Queirós deu uma explicação muito soft para o empate do confronto (jogo-treino, antes designado jogo de preparação) com  Cabo Verde, e os mais assanhados críticos calaram-se e ficaram à espera de ver o que acontecerá com a selecção dos Camarões.

Nem toda a gente, no entanto, desvalorizou o resultado do desafio e, aqui ao lado, na vizinha Espanha, alguém aproveitou o pobre ensaio da equipa capitaneada por Cristiano Ronaldo para alertar as suas «tropas».

Vicente del Bosque, responsável pela selecção detentora do título europeu, conquistado sob a direcção do seu compatriota Luis Aragonés, serviu-se daquele exemplo para lembrar as consequências dos jogadores, por vezes, subestimarem o valor de certos adversários.

Na actualidade, até os treinos diários são considerados de vital importância para criar rotinas de competição ao mais alto nível, não para desentorpecer os músculos. A intensidade de trabalho exigida pelos treinadores deve aproximar-se das bitolas exigíveis nos jogos de competição, sob pena de comprometer os objectivos dirigidos pra grandes conquistas.

Caso contrário, está-se mais sujeito a sofrer permanentes desilusões e a criar intranquilidade no grupo de trabalho.

 



publicado por António Castro às 23:52
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Quinta-feira, 27 de Maio de 2010
Moratti não perdoa pressões de Mourinho

José Mourinho ainda não está desvinculado do Inter e sem condições para assinar compromisso com o Real Madrid. Um assunto que veio à estampa semanas antes da final da Liga dos Campeões prolonga-se para angústia de alguns, e a oficialização já foi adiada para a semana.

Procurar razões não parece difícil, mesmo para quem não acompanha de perto as conversações entre representantes dos dois clubes e do treinador. Massimo Moratti, presidente do clube italiano, sempre de sorriso aberto para a comunicação social, de discurso sereno e aparente bom relacionamento com o português, não gostou da maneira como o caso foi conduzido e revela-se intransigente no cumprimento das cláusulas de rescisão do contrato.

O Special One levantou a questão antes de ter conquistado o campeonato italiano, forma de pressão entendida mais favorável para sair de Itália. Após a conquista da Liga dos Campeões, em plena festa no Santiago Bernabéu, anunciou o acordo com o Real Madrid, palavras que o presidente do Inter logo considerou precipitadas.

Da parte dos merengues, o presidente Florentino Perez despediu Manuel Pellegrini, entregou ao chileno 2,8 milhões de euros e deu a conhecer o acordo com Mourinho.

Todos avaliaram mal o sentido de negócio do responsável do Inter e, porventura, o pouco interesse em facilitar as negociações. Os seus representantes exigem os 16 milhões de euros previstos no contrato para o treinador português se desvincular do compromisso com a duração de mais duas épocas.

Bem pode Mourinho garantir que numa conversa com Moratti fora prometida a libertação sem contrapartidas caso a época fosse totalmente vitoriosa.

O dono do Inter, no entanto, não parece disposto a perdoar a precipitada encenação de uma peça sujeita à vontade de vários protagonistas.

 



publicado por António Castro às 23:58
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Quarta-feira, 26 de Maio de 2010
Jesualdo paga preço da honestidade

A saída de Jesualdo Ferreira do FC Porto constitui mais um exemplo do cinismo no comportamrnto de alguns dirigentes de clubes. Bastou uma época menos bem sucedida, muito por culpa da política de dispensas dos melhores activos para atenuar excessivos prejuízos e o aparecimento de um rival mais poderoso, com consequências na hierarquia do campeonato, para despedir um técnico elogiado ao longo de três anos.

Uma comunicação obrigatória à CMVM, como mandam as regras de funcionamento das SAD's e, que se saiba, nem um agradecimento público a quem tanto se dedicou e importantes vitórias porporcionou aos dragões.

Paulo Bento confessou, há pouco menos de um ano, ter abandonado o Sporting quatro meses mais tarde do que devia. Jesualdo Ferreira é capaz de chegar à conclusão que seria melhor libertar-se dos supostos «amigos» no final da época passada.

Os exemplos não ficam por aqui, e o espectáculo vergonhoso oferecido nas últimas semanas tendo como protagonistas José Mourinho e o Real Madrid confirmam que o futebol se rege pela lei da selva própria dos grandes negócios.

Florentino Perez só agora confirmou a a dispensa de Manuel Pellegrini, informação prestada com uma candura comovente, como se todo o mundo não soubesse há semanas que o treinador chileno estava condenado em Santiago  Bernabéu. O actual presidente dos merengues até prescindiu, no primeiro mandato, de Vicente del Bosque, actual seleccionador de Espanha, que lhe dera um título de campeão...

De regresso a Portugal, assinale-se o caso do guarda-redes Quim, titular do Benfica. Passados meses sem uma palavra, apareceu agora o «messias» da Luz que também dá pelo nome de Jorge Jesus a divulgar a sua dispensa, atitude que competia a Luís Filipe Vieira ou, pelo menos, a Rui Costa, progressivamente atirado para a sombra.

Costuma dizer-se que a vingança serve-se fria. Pode ser que aconteça mais cedo do que muitos esperam.

 



publicado por António Castro às 23:46
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Terça-feira, 25 de Maio de 2010
Selecção: estamos conversados

«Que sejam muito felizes» era o título do nosso blogue do dia 12, após a divulgação, por parte do seleccionador, da lista de 24 convocados - um a mais do permitido pela FIFA, certamente para acautelar a eventualidade de Pepe não recuperar fisicamente a tempo -, mais tarde acrescentada de sete nomes que passaram de eleitos na fase de qualificação a «suplentes» para a África do Sul. E desejamos a Carlos Queirós que tenha boa viagem.

Sobre o empate a zero com a selecção de Cabo Verde, jogo de preparação na Covilhã, limitamo-nos, por isso, a transcrever, com o devido respeito, textos de dois sites.

 

«Portugal encontrou uma equipa a defender com 11 homens, disciplinada, unida e forte a sair para o contra-ataque, ainda que extremamente ingénua. Este é o retrato, a papel químico, dos norte-coreanos. A Costa do Marfim, insistimos, não é chamada para esta história.

O filme deste jogo é, aliás, primário. A Selecção Nacional teve muita bola, exagerou nos passes lateralizados e à retaguarda, limitou-se ao óbvio, sem criar desequilíbrios suficientes para atormentar a defesa africana.

Melhorou na segunda parte, atrelada na subida da predisposição de Cristiano Ronaldo, embora sem alcançar um nível acima do razoável. Os trabalhos estão a começar, é certo, mas não derrotar um conjunto com as fragilidades de Cabo Verde exorta fantasmas antigos.»

                                                                                                                                                                                 Por Pedro Jorge da Cunha in Maisfutebol

 

«Para aqueles que não entendem aquilo que se passa na preparação de uma equipa é fácil tecer alguns comentários adequados à realidade. Os jogadores vêm de alguns dias de trabalho intenso e o ritmo não pode ser o maior. Mas fizeram aquilo que eu queria, que era principalmente jogar com disciplina e organizados. Não queria que a equipa se desorganizasse pelo facto de Cabo Verde não ter arriscado»

                                                                                                                                                                        Declarações de Carlos Queirós in A Bola

 

Cada um retire a conclusão que entender.                                                     



publicado por António Castro às 03:50
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Segunda-feira, 24 de Maio de 2010
Apoio à selecção obriga a contrapartidas

A população dos países com representação no Mundial começam a mobilizar-se em torno das suas selecções, em especial aqueles sem possibilidades de se deslocar à África do Sul. A solução é aproveitar a fase de preparação que decorre em «casa» para ver os ídolos que durante anos apenas observam nos ecrãs da televisão.

Aliás, os responsáveis alimentam essa onda de apoio, como acontece com Portugal, cujos responsáveis fizeram questão de delinear programas que levassem os adeptos a incentivar o seleccionado, tanto mais quando o local de estágio está longe dos grandes jogos.

Nem tudo, no entanto, decorre como se espera, e o que aconteceu na Covilhã, onde cerca de quatro mil espectadores tiveram acesso a um bilhete para o treino da tarde que, devido às circunstâncias climatéricas, teve curta duração e exercícios «insigificantes» para quem desejava assistir a um «jogo-treino», fizeram ouvir veementes protestos.

Se os responsáveis não podem prever as alterações do tempo, devem apressar-se em plubicitar alterações devidas a factores imprevistos, tal como se preocuparam a incentivar a população. E impedir que jogadores, como foi o caso de Hugo Almeida, tenham comentários quase insultuosos para quem estava no recinto desde as 8 da manhã para assegurar um bilhete ou fez uma longa viagem do Porto.

Para que não se crie a ideia que estas palavras constituem críticas, referimos um caso passado na mesma altura com a equipa canarinha. O treinador Dunga escolheu Curitiba, no Paraná, para a preparação em terras do Brasil, com o intuito de evitar a pressão da comunicação social e dos adeptos. Apesar de de optar por treinos à porta fechada, não evitou os protestos dos fãs, de tal forma que se tornou necessária a intervenção da Polícia Militar. Conclusão: o povão demonstrou a sua irritação ao gritar: «Argentina! Argentina! Argentina!

É difícil ser prior nestas freguesias, mas compete-lhes saber compreender - diria perdoar - estes excessos.

 



publicado por António Castro às 15:00
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Domingo, 23 de Maio de 2010
Europa rendida a Mourinho

José Mourinho, o treinador defensivo, calculista, indiferente ao espectáculo e voraz pelos resultados, segundo os seus detractores, recebeu agora os maiores elogios, oriundos de vários quadrantes, por ter conduzido o Inter a campeão europeu, 45 anos depois do último êxito conquistado pelo mago Helénio Herrera.

Mais importante de tudo quanto já vi escrito talvez sejam as palavras de um dos seus «mestres», - será que, embora nas funções de tradutor, nada aprendeu com o inglês Bobby Robson, no Sporting e no Barcelona? - o holandês Van Gaal, conceituado técnico do Bayern, ao afirmar: «Mourinho talvez tenha razão. A minha equipa não conseguiu superar a organização da equipa italiana e a defesa foi surpreendida nos lances de golo de Milito.»

Aliás, situações similares às verificadas nas eliminatórias com o Chelsea e o Barcelona e tão criticadas pelos experts, tanto nacionais como estrangeiros. Simplesmente, esqueceram-se que o mérito reside em aproveitar ao máximo, técnica e psicologicamente, as potencialidades dos jogadores para atingir as vitórias, e depois pensar no espectáculo.

Alguns italianos, entre dirigentes e treinadores, que desperdiçaram o seu talento (?) na tentativa de desgastar Mourinho ao longo de dois anos, estarão agora a avaliar os erros de estratégia, dada a resistência à pressão por parte daquele que elegeram como principal «inimigo».

A sua firmeza perante toda a espécie de desafios apenas ontem claudicou quando estava consumado a terceira vitória da época do Inter e a segunda pessoal na importante prova.

As fotografias de um Mourinho emotivo, incapaz de conter as lágrimas, reconhecido ao abraçar Van Gaal e exultante por ter concretizado o desejo do presidente Massimo Moratti, entre outras manifestações, acrescentam algo que muitos desconheciam na sua personalidade.

A concretizar-se a saída para Santiago Bernabéu, depois de uma noitada louca em Milão, talvez possa dizer que a Itália tem mais encanto na hora da despedida.

 



publicado por António Castro às 03:55
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Sábado, 22 de Maio de 2010
Cristiano Ronaldo agita Covilhã

Os trabalhos da selecção para o Mundial têm estado, de certa maneira, secundarizados nos noticiários pela realização da final da Liga dos Campeões e, em especial, pela presença de José Mourinho.

O treinador do Inter tornou-se a figura mais mediática da semana, não apenas por ter conduzido o clube de Milão a situação que não vivia há mais de 40 anos, mas pelas certezas - ou incertezas - da mudança para o Real Madrid.

As gentes da Covilhã - e de fora - viveram ontem um dia mais festivo junto da equipa portuguesa com a chegada de Cristiano Ronaldo, e Carlos Queirós começa a dispor das unidades necessárias para desenvolver em pleno o seu trabalho.

Mais de três mil pessoas assistiram ao treino e muitas não esconderam o descontentamento por terem ficado à porta. Demonstração de que com o passar dos dias os portugueses renovam o interesse e a confiança na selecção.

Cristiano Ronaldo foi também o foco das atenções da imprensa, mas não mostrou grande abertura na abordagem de diversos assuntos. As recentes declarações de Mourinho a seu respeito, a responsabilidade que tentam atribuir-lhe no desempenho da selecção no Mundial e o favoritismo de Portugal não foram alimentados pelo jogador madeirense.

Compreende-se que o seu estado de espírito não seja o melhor face à carreira do Real Madrid e, por outro lado, as notícias sobre a eventual contratação de José Mourinho por Florentino Perez não serão especialmente do seu agrado.

No futebol, como na vida, nem tudo acontece como gostamos...

 



publicado por António Castro às 09:03
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Sexta-feira, 21 de Maio de 2010
Arrepiar caminho

As razões que Hermínio Loureiro revelou para justificar o pedido de demissão de presidente da Liga não estão longe do esperado. Face às antagónicas decisões do Conselho Disciplinar da Liga e do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol sobre os incidentes no túnel da Luz, compreender-se-à que alguém, mesmo com simples responsabilidade institucional sobre um dos organismos que emitiu parecer, se recuse a passar por situação idêntica. 

Se casos semelhantes são comuns nos tribunais comuns, isso não obriga a pactuar com pocessos de interpretação dos regulamentos que conduzem a tão díspares descisões.

Mais grave do que levou à decisão do ex-presidente foram as revelações sobre o relacionamento entre dirigentes e instituições ligados a um fenómeno acompanhado por milhares de pessoas, exemplos indignos de pessoas civilizadas.

Não compete aqui julgar os responsáveis, apenas sugerir radical alteração de comportamentos. Caso contrário, terem a coragem de se afastarem para tranquilidade do futebol e evitarem maus exemplos aos inocentes seguidores.

  



publicado por António Castro às 21:00
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Quinta-feira, 20 de Maio de 2010
Madrid ao rubro após «prólogo» de Barcelona

O confronto de Nou Camp pode considerar-se a ante-estreia da final da Liga dos Campeões, a disputar no sábado em Madrid. Barcelona foi o palco da final da Taça do Rei, entre o Atlético de Madrid e o Sevilha. Quique Flores, já vencedor da Liga Europa, sonhava juntar-lhe o troféu espanhol e redimir-se da fraca passagem, na época passada, por Portugal.

Os andaluzes, embora com a sorte de marcar um golo muito cedo, justificaram a vitória com uma exibição consistente, tanto na cobertura ao perigo que poderiam constituir os avançados colchoneros Fórlan e Aguero, como nas transições para as linhas adiantadas, e acabaram já nos últimos segundos por consolidar a vitória.

A equipa dos portugueses Simão Sabrosa e Tiago - estiveram menos influentes do que o habitual - não constituiu uma decepção. Chegaram a dominar o adversário mesmo depois de Capel  ter aberto o marcador, e mostraram mais argumentos do que em certos desafios da Liga, onde Quique Flores voltou a ter mais uma época para esquecer.

Os sevilhanos continuam na senda dos últimos anos e, depois de terem assegurado um lugar na pré-eliminatória da Liga dos Campeões, no último segundo do derradeiro jogo da Liga, colocarão na sala de troféus a quinta Taça caseira (34/35, 38/39, 47/48, 06/07 e 09/10).

Espanha será durante uns dias, antes do início do Mundial da África do Sul, o centro das atenções do futebol. O Inter já se treina nas instalações do Real Madrid; o Bayern de Munique está prestes a chegar e tudo girará em torno da final da principal prova europeia.

José Mourinho não deixará, no entanto, de ser protagonista importante neste espectáculo futebolístico da capital espanhola.

 



publicado por António Castro às 09:39
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Quarta-feira, 19 de Maio de 2010
Haja vergonha!

A substituição de treinadores, por despedimento ou renúncia, está a enveredar por caminhos menos éticos e transparentes do que no período das transferência de jogadores, no defeso e em Janeiro.

Os casos conhecidos nos últimos dias não prestigiam quem dirige os clubes e, os técnicos. Em Espanha, são várias as críticas à maneira deselegante como está a ser tratado no Real Madrid o caso do chileno Manuel Pellegrini, votado ao ostracismo nos últimos tempos e em especial depois do último jogo em Maiorca (empate). Depois da perda definitiva da Liga, no dia do primeiro treino dos merengues, já alguém não identificado decidira que a sessão fora cancelado e os jogadores permaneceram no relvado pouco tempo por conta própria. Esta tarde, Jorge Valdano fará perante os donos do clube um relatório da época, retirará conclusões e apontará para o despedimento de Pellegrini a troco de quatro milhões.

A Federação Francesa de Futebol anunciou há dias que o futuro seleccionador será Laurent Blanc, até agora treionador do Bordéus. Isto quando Raymond Domenech preparara a presença da selecção tricolor na África do Sul. Terminado o Mundial de 2006 seria a altura ideal para o despedir, mas os dirigentes da FPF acharam mais apropriado esperar quatro anos e fazê-lo numa altura em que o técnico, com razão, considera correr-se o risco de desconcentrar os jogadores. Acrescentamos: e minar a sua autoridade em vésperas da importante competição.

Por fim, o «nosso» José Mourinho. Há dias colocamos neste blogue a questão - «que faz correr Mourinho?» - sobre o seu comportamento ao longo da época. Depois disso o seu nome é notícia em quase todo o mundo. Protesto de estima e respeito por toda a «família» do Inter; insatisfação pela maneira como o tratam em Itália (desrespeito de dirigentes e treinadores); necessidade de viver a profissão com gosto - estes são argumentos apresentados, não para comunicar uma decisão, mas apenas temas para meditar durante dois ou três dias depois da final da Liga dos Campeões.

Entretanto, os jornais espanhóis garantem que tudo está acertado com o Madrid, indicam de nomes jogadores que interessam ao clube (alguns do Benfica) já com o aval do técnico português, e até se noticiou que o filho já não foi inscrito num colégio de Como para o próximo ano escolar.

Um espectáculo mediático sem precedentes.

 



publicado por António Castro às 08:30
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Terça-feira, 18 de Maio de 2010
PC toma posse e Santos sai do PAOK

Pinto da Costa tomou posse, pela 12.ª vez, de presidente do FC Porto. Foi igual a si próprio, desde que há 28 anos assumiu os destinos dos clube, depois de um tirocínio por várias modalidades até ser o mentor do futebol.

Discurso ambicioso com alguns recados para certos adversários - «Vencer à FC Porto!»; recusa de divulgar o futuro do treinador Jesualdo Ferreira e da eventual saída de alguns jogadores importantes no plantel. Casos, por exemplo, de Bruno Alves e Raul Meireles, apesar de não ser segredo terem vontade de viver novas experiências e, certamente, aproveitarem a oportunidade de rentabilizarem financeiramente o seu potencial futebolístico, talvez na última oportunidade possível.

O «patrão» dos Dragões, fiel aos seus princípios de gestão, guardou para altura oportuna a divulgação de novidades sobre a equipa órfã do último campeonato e da presença na Liga dos Campeões de 210/2011. A compensação residiu na Taça de Portugal.

 

PS- Quando nos preparávamos para finalizar estas divagações, eis que na habitual leitura pelas múltiplas fontes de informação deparámos com a reunião que Fernando Santos terá hoje com os dirigentes do PAOK para acerto final dos termos da desvinculação do contrato  do «engenheiro do penta» do FC Porto.

Decisão inesperada por parte do clube, dado que Fernando Santos acaba de conquistar o play-off que, na Grécia, dá acesso à Liga dos Campeões.

Será que Pinto da Costa tem uma surpresa reservada para dentro de horas?



publicado por António Castro às 06:10
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Segunda-feira, 17 de Maio de 2010
Jesualdo irritado com jornalistas

O FC Porto conquistou mais um troféu. Os jogadores do Desportivo de Chaves, apesar do empenho e espírito de sacrifício alardeado nas eliminatórias da Taça de Portugal, não conseguiram evitar a superior capacidade da equipa do Dragão. Ao melhor jogo dos portistas até ao intervalo, a render dois golos (Guárin e Falcão) e mais algumas oportunidades, os flavienses responderam com melhor organização e apenas amenizaram a desvantagem (2-1) no declinar da partida. 

O Jamor foi palco, ao contrário do habitual, de um confronto entre conjuntos que não disfarçaram as frustrações de uma época menos conseguida. O FC Porto porque cedeu o título de campeão e falhou a conquista do segundo penta; o Desportivo de Chaves, devido à despromoção, consumada oito dias antes, da Liga de Honra.

Estas amargas realidades parecem ter afectado mais Jesualdo Ferreira do que Tulipa, reacção natural face às diferentes responsabilidades. O treinador do Dragão começou por criticar os órgãos de comunicação social pela deficiente promoção de um acontecimento que sempre apelidam de «festa do futebol» e defendem o Jamor como palco ideal. Estava em causa, nestas palavras, o desgaste da viagem do adversário de Trás-os-Montes a Lisboa.

Jesualdo Ferreira tem todo o direito de criticar a linha editorial de jornais, sites ou televisões, mas deve aceitar sem azedume as críticas dos jornalistas sobre os frequentes black-out que os portistas decretam quando as coisas não correm bem desportivamente.

O treinador, no entanto, ainda foi mais longe e mostrou-se irritado quando confrontado - pela milésima vez em poucas semanas, é certo - sobre o seu futuro imediato no FC Porto. Certamente, a maioria dos presentes não merecia aquela resposta, atendendo à maneira como o seu trabalho foi enaltecido nos anos anteriores.

Há dias que uma pessoa não deve sair de casa... 



publicado por António Castro às 08:00
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