O "maestro", como a passaram a designar Rui Costa depois de regressar ao Benfica vindo do Milan, teve uma carreira brilhante, como jogador e como homem, e conquistou vários e importantes títulos. O seu rendimento nos últimos tempos em Portugal constituiu um oásis numa equipa sem chama nem classe.
Depois de ter andado bastantes anos na alta roda do futebol italiano - Fiorentina e Milan - reconheceram-lhe o mérito, e mercê disso foi "apanhado" por Luís Filipe Vieira para a SAD, como seu braço direito.
Pode já dizer-se que Rui Costa merecia maior tranquilidade na primeira época das novas funções. Os investimentos em jogadores e no próprio treinador não ofereceram resultados imediatos, como prometera o presidente, e os últimos acontecimentos demonstram que o maestro ainda não se adaptou à nova "musica" e entrou no campo das acusações, que já lhe valeram uma suspensão e multa.
O sector da arbitragem não tem o direito de impor a lei da rolha num país que há 30 anos tenta manter a liberdade de expressão, mas tem de reagir a palavras que ponham em causa a honestidade dos seus elementos, enquanto não existirem provas em contrário.
Rui Costa, sem abdicar do direito à indignação, deve ser cauteloso na linguagem. Tem uma imagem que não pode ser destruída num momento de tensão.
Os portugueses levam para o estrangeiro certos vícios tolerados em Portugal e acabam por colocar em causa carreiras que pareciam destinadas ao sucesso.
Nani não escondeu em público o descontentamento por não ser mais aproveitado no Manchester United e teve como resposta do técnico palavras de compreensão e também de aviso. Realçou algumas lesões que terão afectado a condição física e técnica do português e confessou ser agora preterido por Ji-sung Park, em "excelente forma".
Alex Ferguson não deixou de confiar que em breve Nani será mais solicitado, mas no jogo da Liga dos Campeões nem sequer esteve no banco frente ao Arsenal, e o sul-coreano foi suplente não utilizado.
Os red devils apenas marcaram um golo ao herói da partida, o guarda-redes espanhol Manuel Almunia, com defesas fantásticas e excelente aliado nos postes. A tal ponto que Arsène Wenger reconheceu a sorte dos gunners.
De volta ao princípio, surge agora Maniche na lista dos "indisciplinados" do Atlético de Madrid, a par do grego Seitarides, que já passou por Portugal.
Dez dias sem trabalhar com os colegas e sem salário foi o castigo aplicado pelos colchoneros, pelos jogadores não terem assistido ao jogo com o Gijón, pois os regulamentos do clube exigem a sua presença no estádio, mesmo que não sejam convocados.
A vida de futebolista tem exigências normais em qualquer emprego, além das próprias de um estatuto remuneratório principesco.
Aconteceu o impensável para os culés (adeptos) em Camp Nou. Guus Hiddink optou por uma táctica que visava anular o reconhecido potencial ofensivo do Barcelona, mandou exercer especial vigilância sobre os adversários mais influentes na manobra do adversário e saiu da capital da Catalunha com um empate em branco.
Pepe Guardiola, como é lógico, não ficou nada satisfeito com o resultado, criticou esta postura do Chelsea - "É sempre difícil quando um não quer", disse, - e considerou que o Barça foi prejudicado pelo árbitro.
A táctica adoptada pelo holandês do Chelsea era previsível e foi inteiramente assumida pelo também responsável da selecção da Rússia. Reconhecer que os ingleses não tiveram talento para estender mais a sua manobra está a elogiar o potencial dos catalães, mas isso não implica que seja colocado no pelourinho.
Cada um actua de acordo com as armas ao dispor e fica sujeito às consequências de um resultado ingrato, pois um empate com golos em Stamford Bridge equivale à eliminação. Mas bem pior era se revelasse a ingenuidade do alemão Klinsmann na frustrada deslocação do Bayern à Catalunha.
Pep Guardiola, que se tem passeado pela Liga espanhola e nos confrontos internacionais, tem agora oportunidade de encontrar o antídoto para o jogo de Londres, onde os ingleses serão diferentes, mas sem escancarar as portas da sua baliza.
Muito se tem falado sobre as hipóteses do tetra dos dragões e das cada vez menos hipóteses de ser apeado dessa posição,
A luta pela subida escalão, pelo contrário, passa desapercebida, apesar do nível de incerteza ser bem maior. O primeiro e o segundo da II Liga estão separados por um ponto; o terceiro está a três do anterior lugar, único que permite a promoção.
Curioso é o facto de qualquer dos candidatos já ter militado na Liga principal, embora a equipa que mais vezes tem ocupado o lugar cimeiro tivesse disputado a prova quando se designava por Campeonato Nacional da I Divisão.
O Olhanense é um histórico do futebol português, durante muitos anos representante do Algarve na alta roda - desceu de Divisão em 75 -, sendo agora treinado por um ex-futebolista de eleição que todos conhecem: o ex-central do FC Porto Jorge Costa. O candidato mais próximo representa os Açores, chama-se Santa Clara e tem Vítor Pereira como responsável. O renascido União de Leiria é orientado por Manuel Fernandes, um ponta-de lança - como então se chamava - que deu muitas alegrias aos adeptos do Sporting.
Clubes de tempos diferentes, dirigidos por técnicos de distintas gerações, em luta por um lugar ao Sol que já os aqueceu...
O FC Porto parece fadado para atingir o quarto título consecutivo dando um passo de cada vez.. Domina os adversários, ganha os jogos, mas a vantagem pontual mantém-se em quatro pontos, ainda insuficientes, em termos matemáticos, para fazer a festa.
A matemática está a mostrar-se mais complicada para Jesualdo Ferreira do que as sucessivas manifestações de melhor qualidade da equipa em comparação com as dos dois rivais.
Sporting e Benfica ganham, mas tanto em Alvalade como na Luz houve lugar ao sofrimento, com maior dose de surpresa por parte da equipa dirigida por Quique Flores.
Estrela da Amadora e Marítimo ofereceram resistência e apresentaram argumentos que poderiam, em situações favoráveis, causar desilusões as adeptos dos respectivos adversários. Os madeirenses, no entanto, tiveram de correr atrás de um prejuízo de três golos e puseram a Luz em polvorosa nos momentos finais da partida.
De qualquer forma, o campeão deverá ser conhecido mais tarde do que aconteceu nos últimos anos, embora ainda faltem quatro jogos e não são de excluir alguns percalços aos três - desta vez são mesmo só três - mosqueteiros da prova..
A Revolução dos Cravos cumpriu 35 anos. Com avanços e recuos, desvios de rota, por vezes desvarios, mas oferecendo ao "país amordaçado" uma oportunidade irrecusável : a liberdade.
Aquilo que permite aos saudosistas das atrocidades cometidas pelo anterior regime reunir-se e, em público, homenagear o ditador que limitou os mais elementares direitos aos seus concidadãos, e a milhões de pessoas nascidas noutros continentes, durante quase meio século.
Os homens que tornaram possível o 25 de Abril tem direito à admiração e ao respeito das velhas e novas gerações.
PS - O futebol passa hoje para segundo plano, e apenas se regista que o Sporting não comprometeu as suas aspirações, mas deixou uma imagem frustrante na visita do Estrela da Amadora.
Os principais campeonatos da Europa continuam à espera de conhecer os respectivos vencedores, embora nalguns casos existem candidatos apenas à espera que a vantagem pontual seja confirmada nas útimas jornadas. Alguns futebolistas, no entanto, já têm mais ideias sobre o futuro imediato e, porventura, até certezas.
Itália é uma fonte inesgotável de notícias, com realce para o Inter. Adriano já rescindiu o contrato; Ibrahimovic revelou que pretende mudar de ares, depois de três anos no clube de Milão, pois persegue novos títulos e, em especial, a Liga dos Campeões. Deco, pelo contrário, pode entrar no futebol transalpino precisamente para a equipa de José Mourinho.
O treinador português, a concretizarem-se estas mudanças, e outras - aquisições e dispensas - a germinar há muito na sua cabeça, enfrentará uma verdadeira revolução.
Se os clubes e até alguns técnicos - caso recente de Claudio Ranieri, que recebeu um voto de confiança dos responsáveis após a eliminação da Taça de Itália, palavras que nem sempre coincidem com as intenções - vivem ainda em clima de incerteza, os homens que fazem o espectáculo não duvidam da concretização dos seus desejos.
Será que todos assinaram contratos que lhes garantem plena liberdade de movimentos?
O mundo do futebol está escandalizado com o lamentável comportamento de Pepe no encontro entre o Real Madrid e o Getafe.
Com razão, pois nada justifica que o português de origem brasileira tenha pontapeado por duas vezes um adversário caído por terra, apenas porque os antecedentes do lance resultaram num penalty contra o Real Madrid.
Faltam apenas algumas horas para se saber qual o castigo aplicado ao jogador. Deverá ser exemplar, pois de nada servem as desculpas do internacional português.
Como atenuante poderá recordar-se que o ser humano comete, por vezes, actos inconcebíveis e inexplicáveis à luz da razão, só próprios de animais selvagens.
O homem-Pepe talvez mereça condescendência, mas o futebolista-Pepe tem de sofrer um castigo suficientemente forte para se extirpar dos relvados cenas tão lamentáveis.
FC Porto e Paços de Ferreira garantiram a presença na final da Taça de Portugal, através de resultados distintos.
Os pacenses cometeram mais uma proeza e foram ganhar ao Nacional de Manuel Machado, depois de um empate consentido no Norte. Os postistas perderam na Reboleira, na sequência de uma vitória no Dragão. Os golos marcados em cada jogo ditaram o apuramento.
A surpresa foi dada pela equipa de Paulo Sérgio. Depois de conseguir a vantagem de dois golos, permitiu o empate aos madeirenses. Despertou na fase final e beneficiou de um penalty, que Pedrinho transformou em golo já no período de descontos.
Um jogador que também obteve o primeiro golo de grande penalidade e encara o jogo decisivo de maneira especial, a avaliar por emotivas palavras: "Vi muitas finais do Jamor, mas pela televisão..."
O sortilégio da Taça reside precisamente no facto de não haver lugares marcados na discussão da posse do troféu, apesar de a Federação tudo fazer para juntar no Jamor os clubes que permitem melhores receitas.
A Taça de Portugal deve continuar a ser uma festa acessível a todos.
Por 500 euros ficou tudo resolvido. Paulo Bento foi expulso do banco no decorrer do jogo em Guimarães e pensava-se que teria cometido falta grave, quanto mais não fosse por palavras.
Afinal, a avaliar pela decisão da Comissão Disciplinar da Liga, certamente baseada no relatório de Bruno Paixão, o treinador do Sporting cometeu uma infracção que vale cerca de cem contos dos antigos.
Que acontecerá ao árbitro setubalense por acirrar mais os ânimos, pelos vistos sem motivos de extrema gravidade?
A "jarra" está a abarrotar...
Manifestações de racismo aconteceram no sábado em Turim e o alvo foi Mario Balotelli, a nova coqueluche do Inter. Passado o fim-de- semana, o órgão disciplinar do futebol italiano puniu a Juventus - efectuar o jogo com o Lecce, em 3 de Maio, à porta fechada.
O porta-voz do organismo, além da sanção revelou as 20 vezes (com indicação dos minutos) em que o público foi mais ostensivo para com o jovem italiano de 19 anos.
Que celeridade, meus senhores. Correm o risco, com decisões à velocidade do "vosso" Ferrari, de cometer qualquer injustiça.
Seria avisado trocarem impressões, por exemplo, com responsáveis da Federação Portuguesa de Futebol e da Liga Futebol Profissional. Evitavam desnecessárias correrias...
O Sporting sofreu quase até final em Guimarães; o FC Porto teve vida fácil em Coimbra; o Benfica surpreendeu pela facilidade com que se desembaraçou do Vitória de Setúbal e devido à inédita eficácia atacante - dois golos de Nuno Gomes e outros tantos de Oscar Cardozo.
Conclusão: tudo igual no topo da tabela e o FC Porto sem razões para temer a revalidação do título. Embora mantenha a vantagem pontual, passou mais uma jornada sem prejuízos em relação a leões e águias.
Maior expectativa reside nos baixos da classificação, onde aparece pela primeira vez em útilmo o Trofense de Tulipa, dada a derrota com o Rio Ave. A luta pela sobrevivência ainda afecta outras equipas, caso do Belenenses, que foi buscar um ponto ao Marítimo, a permitir novo alento ao lutador Jaime Pacheco.
Continuam a não faltar queixas sobre arbitragens, a juntar à tempestade leonina em Guimarães. Situações normais em todas as latitudes, dirão os responsáveis pelo sector, remetidos ao silêncio para não espantar os pássaros...
O duelo de Guimarães será motivo para mais uma semana em que a arbitragem promete estar de novo em foco.
As críticas de Paulo Bento, expulso por Bruno Paixão, e do capitão João Moutinho, um dos quatro futebolistas amarelados - Miguel Veloso, Derlei e Pereirinha foram os outros -obrigam desde logo a Comissão Disciplinar da Liga a agir. As sanções ao técnico e ao capitão podem ser agravadas devido a declarações mais contundentes.
Paulo Bento considerou que os cartões a João Moutinho e a Derlei foram mostrados porque estavam à beira do castigo e acrescentou: "Se o árbitro passasse por Alcochete aproveitava para mostrar um cartão a Rochembach e a Grimi, que também ficariam com cinco..."
Descontados eventuais erros dos árbitros, deve reconhecer-se que ter seis jogadores no limite do castigo parece exagerado. A situação só poderá mudar se forem "importadas" as regras existentes na UEFA sobre a matéria.
A indisciplina não se trava com "brandos costumes".
O duelo de bastidores começa a ser cansativo. Curiosamente, atravessa-se um período em que o protagonismo é dos treinadores.
Alex Ferguson, em Inglaterra, não poupa Rafa Benitez, do Liverpool, dizendo que nunca conheceu uma pessoa tão "arrogante", a propósito de menorizar as capacidades do Blackburn. O espanhol responde que o "Sir" do Manchester United está muito nervoso e provoca um clima de tensão com receio de ceder a liderança do Premiership, precisamente a favor da sua equipa.
Nos preparativos para a visita do Inter a Turim, para defrontar a Juventus, Alessandro Del Piero lançou algumas "farpas" a José Mourinho e, como se calcula, não ficou sem resposta, tal como o treinador Claudio Ranieri não foi esquecido pelo português, apesar de nos últimos tempos terem abrandado os "piropos".
Agitar o ambiente para manter a chama dos adeptos parece ser o objectivo dos protagonistas do espectáculo, mas importa fazer uma pausa nas palavras e oferecer melhor futebol.
O futebol não poderia evitar os efeitos da globalização, mas começam a vislumbrar-se situações que ultrapassam tudo quanto se poderia pensar.
O caso de Ali Cissokho começa a ter contornos inéditos. O defesa esquerdo do FC Porto, transferido do Vitória de Setúbal, que o foi "pescar" aos franceses do Guegnon, é cobiçado por alguns clubes ingleses e tudo aponta para que os dirigentes do Dragão consigam retirar de novo grandes dividendos de uma aquisição concretizada sem especiais alardes.
Até aqui nada de novo. Surpreendente é o assédio de dois países africanos para que o futebolista represente as respectivas selecções.
Cissokho nasceu em França e é filho de pais senegaleses. Duas opções se colocam ao jogador: aguardar pela chamada à selecção do país onde nasceu e cujo titular é o categorizado Evra ou optar pela nacionalidade dos pais e aceder aos pedidos dos dirigentes da federação do Senegal.
Inesperadamente, porém, surge agora o Mali a aliciar o jogador, que desconhece ter ligações familiares com naturais deste país e considera ser senegalês.
A globalização está a transformar o mundo. O pior é servir de plataforma para subverter princípios até há pouco considerados sagrados.
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